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6 momentos mais pesados do Túmulo dos Vagalumes

Túmulo dos Vagalumes é um anime de 1988, dirigido por Isao Takahata, ele é um dos melhores do gênero. Mas o que o longa tem de bom, tem de triste. O filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial, em um Japão devastado, Setsuko e Seita perdem os pais, logo encontram abrigo na casa de uma tia, mas esse abrigo se torna um grande pesadelo e eles decidem partir.

Duas crianças, um país devastado e pouco dinheiro deixado pelos pais, logo a fome, o frio e o medo batem e, durante o cenário de caos, eles procuram se manter vivo. O filme é de partir o coração, mas existem alguns momentos pesados, no qual você olha e sente profunda repulsa por tudo que ali acontece.

Hoje resolvi separar 6 desses momentos. Eles estão na ordem que o filme foi mostrando…

A morte de Seita.

Nesse momento ainda não sabíamos seu nome, apenas observamos um garoto, bem aparentemente, dizer: “21 de setembro, 1945… Essa foi a noite em que morri.”

A cena muda e nos deparamos com um rapaz magro, sujo e machucado.

Pessoas passam por ele, algumas dizem que é um vagabundo, outros se mostram com nojo do pobre garoto. Todos julgam sem ao menos conhecer sua história. Uma senhora deixa um pedaço de pão, mas já é tarde. Seita não tem forças para esticar a mão, ele precisa partir, o mundo foi muito cruel com ele.

Um mosquito pousa em sua face, Seita, sem forças, apenas diz: Setsuko. Ele, segundos antes de morrer, lembra da sua irmãzinha, que também não resistiu ao devastador mundo da guerra.

Essa é a cena que abre o filme, é forte, mas ela se torna mais forte quando você acaba de assistir o longa e lembra de Seita naquele terminal, tudo que ele passou, tudo que ele lutou, para terminar ali, chamado de vagabundo.

O mais triste é quando aqueles faxineiros pegam seu único pertence, uma latinha de balas e sem saber o que é, jogam fora. Aquela lata, aquela simples lata, continha uma história, uma história de amor entre irmãos.

A morte da mãe.

Em um dos diversos ataques a mãe do casal de irmãos é atingida. Agora, imagine que seu pai está servindo ao país e sua mãe é atingida. Imagine também que ela tem todo o corpo queimado, vermes andando e mosquitos por toda parte. Imagine que você é um adolescente e vê tudo.

Se isso não for pesado, eu, sinceramente, não sei o que é.

A casa da tia

O racionamento de comida está acontecendo. Seita “troca” algumas coisas de sua mãe por comida, e ao ir comer com sua tia, eles recebem sopa de arroz. Sua irmã deseja um pouco de bolo de arroz, e quando Seita fala que eles logo vão comer o tal bolo de arroz, sua tia assim reage…

Ela ainda continua dizendo que cada um faria sua comida, e que era para ele procurar outros parentes.

Cada dia é uma tortura para os dois jovens irmãos. Tudo é motivo para que a tia chegue e brigue, normalmente rebaixando os dois órfãs

Perder os pais é devastador, perder a dignidade também. Por isso eles decidem partir, mesmo sem ter para onde ir.

Sua tia? Nada faz para impedir.

O enterro dos vaga-lumes.

Eles acham um abrigo abandonado para “se hospedarem”. Ali, no meio do mato, eles só tem um ao outro. A noite cai e o único jeito de clarear aquele pequeno abrigo é capturando alguns vaga-lumes e levando para dentro do local…

Tudo fica belo naquele breve período. Esquecem um pouco do mundo externo e se encantam com aqueles simples insetos. Mas ao acordarem, o choque de realidade vem. Todos estão mortos. Então, Setsuko decide fazer um túmulo para os vaga-lumes.

Nesse momento ela fala para Seita que sua tia contou que a mãe deles foi morta. Ele não queria que sua irmã soubesse. Por isso, demorou em contar para sua tia.

Quer pessoa mais odiosa que essa tia?

Quando Seita apanha.

Setsuko está doente, Seita, em desespero, tenta roubar alguma comida de uma fazenda. Mas é pego pelo dono, que indignado, espanca o rapaz. A dignidade do pobre Seita estava indo embora. Mas ao sair da delegacia tudo piora, ele encontra sua irmã, que não entende qual o motivo dele ter apanhado tanto.

Seita não tem o que dizer, Setsuko está doente, precisa de comida, ele não tem como suprir as necessidades de sua irmã.

A morte de Setsuko.

Seita tinha perdido praticamente tudo, mas ainda tinha sua irmã, garota pela qual estava dando sua vida. Mas a menina estava doente, ela precisava de comida. Então ele foi até o banco e retirou o pouco dinheiro que sua mãe deixou. Ao chegar no local onde estavam morando, percebeu que Setsuko estava delirando.

Com barro, ela fez “bolinhos de arroz” para o irmão. Bolinhas de gude ela colocou na boca pensando em ser bala. Seita até tentou, mas já era tarde, a única coisa que ainda importa para ele, se foi.

Ele pegou o pouco que lhe restava, comprou um pouco de carvão e um caixote de palha. Levou sua irmã para um campo aberto e cremou ela junto com sua boneca. O dia se foi, e ali ele ficou. Viu cada labareda destruir o pequeno corpo de Setsuko.

Seita, naquele momento, tinha perdido tudo, até a força para chorar.

A angustia era tanta, que nem forças para se mexer ele tinha. O dia clareou, ele pegou as cinzas de sua irmã e colocou dentro daquela lata de balas, partiu até 21 de setembro de 1945… a noite em que morreu.

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