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Burn Burn Burn mostra o quão insignificantes somos

Se você é um leitor novato do HQ’s com Café, vai estranhar que uma opinião sobre um filme não envolva conceitos técnicos. Não, não falo sobre partes técnicas, eu gosto de sentir alguma mensagem que o longa quer passar.

Em Burn Burn Burn (2015), por exemplo: a diretora Chanya Button mostra o quão insignificante nós somos.

Antes de adentrarmos ao longa, quero deixar um pensamento de Mario Sérgio Cortella, no qual ele diz mais ou menos o seguinte: “Estamos em um universo que tem cerca 200 bilhões de galáxias, uma dessas é a via láctea. A via láctea tem por volta de 100 bilhões de estrelas, uma delas é o sol, em volta dele nós temos oito planetas, um desses planetas é a Terra. A ciência estima que existam cerca de 3 milhões de espécies diferentes de vida, uma delas é a espécie humana. Essa espécie tem cerca de 7 bilhões de habitantes, um deles é você. 

Gostar ou não do Cortella é outro ponto, mas essa analogia que ele faz é certeira. Não somos nada.

Mas vamos ao longa. Dan (Jack Farthing) é jovem, cheio de amigos, adora fazer festa…

… mas a vida é cruel. Dan pegou uma doença terminal no auge dos seus vinte e nove anos. Toda aquela vitalidade foi reduzida em cinzas em poucos meses.

Notou? Você tem menos de 30 anos. Está lutando para construir sua vida, mas vem uma doença, um acidente, seja lá o que for, e acaba com ela. It’s over. Acabou, simples assim.

Todos os seus compromissos inadiáveis foram adiados. Todos os abraços deixados para depois, foram deixados para nunca mais.

Pare e pense um pouquinho sobre suas atitudes. Se todos nós iremos, como deixar algo? Dan deixou suas cinzas para que suas melhores amigas Seph (Laura Carmichael) e Alex (Chloe Pirrie) jogassem em alguns locais específicos.

Mas sabe qual a razão dele deixar suas cinzas para serem jogadas em alguns locais?
Emoções vividas.

Ele não pediu para jogar suas cinzas no seu local de trabalho, ele não quer jogar na casa daquela pessoa que ele não gosta, ele quer que seja jogado em locais que marcaram, locais que o emocionaram.

Notou? No final, a única coisa importante são as emoções vividas. Dinheiro não importa, o que conta são os momentos que você passou junto com a pessoa amada. São as risadas com os amigos sentado na calçada, são os gracejos de seu cachorro, a melodia que tocou seu coração…

No final do dia o que importa é saber que você tem para quem voltar.

No final você tem que ter perdido as contas de quantas emoções boas você foi capaz de causar, de quantas pessoas conseguiu ajudar e de quantas vidas você mudou.

“Um dia seremos apenas um retrato na estante de alguém. Depois, nem isso”. – Telomar Florêncio.

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Lógico que não serei hipócrita, dinheiro não é bom, é excelente, com ele proporcionamos uma vida mais digna aos nosso familiares, mas ele não é tudo!