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HQ’s Entrevista | César Marchetti

César Marchetti tem uma carreira extensa, apesar de ter nascido em São Paulo – SP, se criou em Santo André. Trabalhou por muitos anos com teatro em empresas, com destaque para as Companhias Nova Sipat e Movimento, Arte e Comunicação, ambas da região do ABC Paulista. Suas apresentações ocorreram entre 1991 e 2009, tendo diversos temas abordados, destaques para Segurança do Trabalhador e Meio ambiente.

Em 1996 ele atuou na peça “Rei Lear”, de Shakespeare, na Companhia de Paulo Autran, foi lá que conheceu o ator e dublador Adriano Garib, que o levou para o estúdio Álamo e, consequentemente, para a dublagem.

De lá pra cá, o ator que é formado pela Fundação das Artes vem protagonizando trabalhos icônicos no meio do audiovisual. A voz do Visconde de Sabugosa (Desenho) é sua, assim como a do Optimus Prime em Transformers Prime, o Sr. Edson em Irmão do Jorel também é ele quem faz.

Ah, não podemos esquecer de falar, o nosso querido dublador já ganhou o Oscar Brasileiro de Dublagem em 2008, por dar vida ao Radamanthys em Cavaleiros do Zodíaco.

Mas, chega de conversa. Vamos saber mais do César por ele mesmo.

Então…

1 –  Vamos começar falando do “Irmão do Jorel”. Durante o processo de criação do desenho vozes também foram sendo criadas, você participou desse trabalho de dar vida ao modo de falar do Sr. Edson? E qual a diferença de conceber uma voz do zero e ter que dublar um personagem?

Sim, é um trabalho que exige muito foco, muita concentração à direção. No caso de “Irmão do Jorel”, Melissa Garcia (diretora) e Juliano Enrico (criador da série), souberam e sabem conduzir com maestria o trabalho de todos nós! No início ficamos inseguros para criar as vozes, mas aos poucos fomos dominando e seguindo naturalmente o trabalho.

Acho que a diferença é pouca entre voz original e dublagem. Em ambos os trabalhos temos que respeitar a direção, repetir o mesmo padrão vocal e interpretação.

Sr. Edson

2 – No momento da produção, você esperava que “O Irmão do Jorel” fosse fazer sucesso e ser renovado para várias temporadas?

Honestamente, não imaginava a repercussão que “Irmão do Jorel” teria! É sempre uma incógnita o rumo do trabalho.

3 – Desenhos, filmes ou animes? Em qual produção o público é mais fervoroso?

Com toda certeza nos animes o público é mais fervoroso. Ouso dizer que é quase uma religião para essas pessoas! Exemplos:”Cavaleiros do Zodíaco”,”Dragon Ball”,”Sailormoon”…

4 – Foi em 2008 que você ganhou o Oscar Brasileiro de Dublagem, por dar vida ao Radamanthys, em Cavaleiros do Zodíaco. Considera que esse foi seu melhor ano no meio?

Olha, Henry, foi um trabalho importante sim! Foi desafiador! E uma honra substituir o Briggs nesse trabalho! Foi sim, um marco em minha vida! Uma mudança de rumo na minha vida! Além da alegria em dublar o Radamanthys!

5 – Aproveitando, existiu alguma pressão ao fazer essa dublagem?

Houve um teste e eu fui um dos chamados pra participar! Não houve pressão. Foi uma escolha dos fãs e do estúdio. Me deixaram claro que era uma substituição para esse trabalho apenas, claro que fica uma tensão no ar, pra realizar da melhor forma possível a dublagem. 

6 – Existe algum trabalho que você não fez, mas gostaria de ter feito?

Gostaria de ter feito “O bom gigante amigo”, no qual fiz teste. Mas que foi defendido com grandeza pelo meu amigo e mestre Cassius Romero.

E também ainda não participei com um grande papel em franquias “Star Wars”! Espero ter essa honra um dia!

7 – Com a aproximação do filme Joker (2019), um certo tipo de medo começa se instaurar, existem alguns cinemas que não vão exibir o filme (https://www.omelete.com.br/dc-comics/coringa-exibido-aurora-tiroteio-batman), em alguns locais, os policiais começam se preparar para possíveis tiroteios (https://www.omelete.com.br/dc-comics/coringa-ataques-fbi-exercito). Em sua opinião, o quanto uma obra, seja ela infantil ou adulta, pode influenciar as atitudes dos telespectadores?

Eu só posso sentir muito por essa situação! Somos todos artistas, realizamos o nosso trabalho de um jeito ou de outro. Desde a direção, passando por técnicos, até atores e dubladores. Nenhum de nós tem intenções maléficas! Apenas o entretenimento é o pensamento.

Acredito que, antes de tudo, existe a educação e o estímulo às discussões produtivas entre os jovens, que estão perdidos, em sua maioria, no mundo todo, infelizmente! E a educação é fundamental! O estímulo ao pensar! Estão destruindo tudo isso no mundo em prol de uma construção individual e capitalista. Honestamente, isso não leva um jovem a lugar algum.

8 – Sua carreira é extensa, com algumas décadas no currículo, vários trabalhos foram feitos. Mas o que realmente evoluiu na dublagem de lá para cá? E existe algo que antigamente era melhor do que o que é feito atualmente?

A dublagem evoluiu tecnicamente falando. Os equipamentos evoluíram. A velocidade aumentou! Os trabalhos e estúdios aumentaram. Porém, com a velocidade, diminuiu o envolvimento no trabalho de todos nós. E também com a quantidade de trabalho, sinto falta da tranquilidade, da dedicação de antes! Das pausas para conversar, dos cafés longos. Porque aí criávamos verdadeiro envolvimento e ligação com o trabalho. E tudo reflete dentro do estúdio.

9 – Muita gente sonha em seguir o mundo da dublagem. Existe algum atalho que você possa ensinar?

Não existem atalhos para se tornar um dublador! Existe dedicação e entrega! Desde se tornar ator-atriz! Até desejar entrar no estudo da dublagem e ter humildade para aguardar o seu momento. Porque é sempre muito lento. E às vezes nem acontece.

Cuidado com as promessas vazias e fáceis! 

10 – Jogo rápido.

Trabalho que mais gostou? – Lie To Me.

Personagem mais difícil de fazer? Carl Lightman!

Melhor dublador? Fábio Lucindo.

Melhor dubladora? Samira Fernandes.

11 – O que o César Marchetti, com toda experiência que adquiriu ao longo dos anos diria para o César Marchetti do começo de carreira?

Diria para aquele rapaz: “César, siga em frente! Continue lendo e ouvindo boas músicas! Você está no caminho certo!”

12 – Para finalizar. Quem é César Marchetti?

Bom, sou ainda um cara de Santo André, tímido, que curte ir sozinho ao cinema, desde adolescente e que descobriu na Arte o ideal de vida! Que vive como um Sacerdócio e respeito tudo isso! Claro, dando sempre asas à imaginação! Ela nos leva pro caminho certo!!

César. O HQ’s com Café agradece o tempo concedido. Desejamos sucesso nessa sua caminhada. Agora o espaço é todo seu, pode deixar seus contatos e falar o que quiser.

Henry, obrigado mesmo por esse espaço! Pelo respeito e carinho! Foi a melhor entrevista que concedi! Creia, isso sempre engrandece a Arte! Sempre.

Para me contatar podem me procurar no Facebook: César Marchetti.

Um forte abraço!

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