A primeira versão do Super-Homem fora dos quadrinhos não foi em filme ou série, mas sim em uma radionovela que durou de 1940 até 1951, o programa fez parte da onda de marketing que o herói estava protagonizando, passando de quebra-cabeças a jogos, de cartões a gomas de mascar.
Bob Maxwell criou o seriado em conjunto com Allen Duchovny, diretor de publicidade da DC.
Os dois produziram algumas amostras para mostrar o potencial que o herói tinha para as rádios conseguirem patrocinadores. Esses episódios pilotos atraíram a farinha de aveia Hecker, o programa foi ao ar como uma série de exibição em cadeia no dia 12 fevereiro de 1940, estreou pela emissora WOR em Nova York e em outras dez estações.
A radionovela tinha quinze minutos e se chamava “The Adventures of Superman”, estrelada pelo locutor e ator de rádio Clayton “Bud” Collyer, ele atuava como Super-Homem e Clark Kent, fazendo vozes diferentes para os dois. E, pasmem, o ator não era creditado por sua própria vontade.
Já Lois Lane, interpretada por Joan Alexander apareceu pela primeira vez no sétimo episódio.
A narração inicial do seriado foi feita inicialmente por George Lowther e depois por Jackson Beck, na abertura ouvíamos um breve resumo do Homem de Aço: “Mais rápido que uma bala! Mais poderoso que uma locomotiva! Capaz de transpor altos prédios de um pulo só! Olhe, lá no céu! é um pássaro. É um avião. É o Super-Homem!”
Alguns aspectos surgiram no rádio, como a kryptonita em 1943, que após alguns episódios foi introduzida por Scarlet Widow, que passou o material para os vilões Vulture e Laugher, para que eles acabassem com o Superman.
As frases “Para o alto e avante” e “Isto parece um trabalho para o Super-Homem”, foram usadas frequentemente no programa.
Alguns personagens também foram inventados, como é o caso de Perry White (Julian Noa), editor de jornais e o office boy Jimmy Olsen (Jackie Kelt e posteriormente Jack Grimes.)
Foi o programa que sugeriu que o herói pudesse voar, já que os quadrinhos diziam que ele poderia pular vários prédio em um salto só.
A primeira reunião de Batman (interpretado algumas vezes por Matt Crowley) e Superman aconteceu no rádio, sendo que participaram de 13 episódios juntos.
O primeiro episódio “The Baby from Krypton”, escrito por George Ludlam, recontou a origem do Super-Homem, com Agnes Moorhead interpretando Lara, a mãe de Kal-El.
O programa ia ao ar 3 vezes por semana. Em 1940 o show adotou um formato de história divididas em vários episódios “com ganchos” para os próximos.
Nas primeiras dez semanas da transmissão o programa bateu 5,6 pontos de audiência, a maior medição de qualquer atração voltada para ouvintes infantis – e 35% dos ouvintes eram adultos. Em 1941 o programa foi ao ar pelo Mutual Broadcasting System (MBS), como seriado infantil ao vivo, com episódios de quinze minutos de duração, recomeçando com a história de origem, até ser expandido para trinta minutos em fevereiro de 1949.
A ABC (American Broadcasting Company) adquiriu o programa em outubro de 1949, mas colocou o show como seriado dramático adulto, em seu encerramento estava no ar em 85 mercados do país
Algumas histórias marcaram, como é o caso do enfrentamento ao Atom Man, um cientista nazista que queria vingança pela derrota da Alemanha na guerra, em 1946 “Clan of the Fiery Cross” mostrou o Super-Homem como um Ku Klux Klan, mas era como campanha a favor da tolerância religiosa e racial, foi só nesse ano que Collyer confirmou que era a voz do Super-Homem.
Collyer deixou o programa após 2 mil capítulos, menos de um ano antes do encerramento do seriado, em 1951, foi substituído por Michael Fitzmaurice.
Fonte das curiosidades: A IDENTIDADE SECRETA DOS SUPER-HERÓIS – A história e as origens dos maiores sucessos das HQs: do Super-Homem aos Vingadores.
Autor: Brian J. Robb.
Publicado originalmente na Grã-Bretanha, em 2014 por Robinson, selo da Little, Brown Book Group.
Título Original: A Brief History of Superheroes
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