Naoufel conversa com Gabrielle, ele fala sobre enganar o destino. Ela pergunta o que fazer após enganá-lo.
Ele fala que você se mantém longe e torce pra dar certo. Traduzindo. Seria como “seguir em frente”.
Mas na realidade, é o que todo mundo faz. Segue em frente.
Todos tinham que agir dentro dos conformes, adaptar-se a um molde. Médico, advogado, soldado – não importava qual fosse a escolha. Uma vez dentro do molde, só restava seguir em frente. – Charles Bukowski
Naoufel é o foco do longa. A verdadeira história do cara que seguiu.
Quando pequeno, uma acidente matou seus pais.
Quando adolescente, por não conseguir ter boa atenção, caiu de moto, estragou as pizzas que tinha que entregar, perdeu seu emprego.
Essa mesma falta de atenção que fez ele se apaixonar por uma garota que, mesmo sem conhecê-lo, quis saber se ele estava bem.
Foi a falta de afeto que fez com que ele se apaixonasse tão rápido.
Humilhado no serviço, com um irmão que não demonstrava carinho, aparentemente sem amigos e com muita falta de amor, qualquer fagulha viraria uma labareda.
E virou.
Foi bem aquela falta de atenção, que após ele ter seguido em frente e saído do quarto onde dormia com seu irmão, que o fez perder sua mão.
Sim. E o que ele fez após perder sua mão?
Seguiu em frente.
Assim como você fez e faz, assim como somos obrigados, dia após dia.
Perdeu um ente querido? Siga em frente.
Perdeu um braço? Siga.
Separou da esposa? Não pare.
Perdeu o trampo? Siga em frente. Siga, siga, siga… não pare, você não pode parar.
Você não tem escolha. Apenas siga, mesmo sem forças, mesmo sem nada. Siga.
Sim. Você pode, vez ou outra, liberar aquele pássaro azul que você tem dentro de seu peito. Liberte-o. Deixe sair por uma noite. Afogue suas mágoas. Amaldiçoe o mundo. Grite. Questione Deus. Chore. Ria. Fique bêbado. Desabafe. Deixe o pássaro sair essa noite.
No dia seguinte?
Coloque ele na gaiola novamente. Prenda dentro de seu peito e siga em frente.
Não deixe de conferir.
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