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Filosofia Pop | Sociedade dos Poetas Mortos

A união entre uma dialética cultural de crítica aos valores de uma educação conservadora, muito baseada ao rigor acadêmico, sem levar em consideração as aptidões e sonhos pessoais dos estudantes, transcendem como fundo de enredo nessa obra do diretor australiano Peter Weir.

O professor John Keating (Robin Williams), chega até um tradicional colégio de garotos, com o objetivo de seguir padrões de um ensino esmiuçado a aglutinação dos presságios intelectuais subjetivistas, delineados a uma padronização mental, chegando ao nível de um tecnicismo pavloviano.

Suas prenuncias de ensino, submetem a uma valorização do preceito romântico “carpe diem”, transgredindo regras burocráticas a uma linguagem escolar, conclamada ao controle de seus estudantes, caminhando rumo a senilidades que possam despertar pressupostos de respeito pelo próximo, aquém as diretrizes fleumáticas de bojos teóricos que fiquem unicamente na reprodução de conteúdos escolares que não contenham um versátil produto de submeter o jovem a sua redescoberta como “ser” pensante.

O corpo docente, dentro de uma micro-sociedade hierarquizada com primados aristocráticos, revela suplantações a promover, resquícios as vergastas de submeter vontades e subjetividades, a uma liberação de atividades sacralizadas ao controle da liberdade de expressão, dentro de espaços de virtudes propagados, nas cadências de “práxis”, adornadas na tríade honra, tradição e virtude.

O personagem central, se vê cercado por dicotomias de ensandecidos preâmbulos a manutenção de um “status-quo” psicológico e moral, que restringe o “ser – particular” de cada estudante, permutado as cíclicas filosóficas, enrubescidas de prolegômenos a um elitismo educacional, conclamado aos sustentáculos a resignar polivalentes organicidades de igualdades ao desenvolvimento antagônico de classes sociais em um mesmo campo existencial hibrido de culturalismos.

Dentro dessa crítica ao tradicionalismo escolar, ao qual Sociedade dos Poetas Mortos lança, as políticas educacionais, ofuscadas por um estrangulamento metodológico a imiscuir valores estruturados “na liberdade de aprendizagem”, ao qual John Dewey defendeu ardorosamente, os embates ideológicos vão além das interpretações cinematográficas, caminhado para o público, períodos de diatribes comunicativas a conter verborrágicas suntuosidades ao obscurantismo repetitivo de informações dentro da salas de aulas, não contendo entrosamentos que submetessem a valorização da maiêutica, que como aspecto metafórico não deixa de conter sincopes provocativas com ensino disseminado pelos sofistas na Grécia Antiga, ao qual Sócrates demanda severos ataques no jugo de uma aprendizagem substanciada aos deleites da elite.

Em sua gama de conter propulsores a sujeição de liames entre o planejamento orquestrado por uma instituição escolar, e a liberdade de cátedra, um aprofundamento diante das perspectivas educativas polarizadas na figura do professor como um agente transformador da sociedade, demanda estrados a uma cultura que se limita somente a receber informação, e não submeter as derivações e inovações interpretativas que possam gerir  “gnoses” a interpelar novos contrapontos de opiniões em volto a um eixo comum de debate.

Todavia, a “informação”  leva a taciturnos deleites em torno, do combate ao poderio sócio-histórico, meneado a emoldurar dentro de parâmetros conservadores possibilidades a colocar dentro de um mesmo estereótipo existencial, organismos sociais de procedências múltiplas de origens e interpretações.

Dentro de uma patologia psicológica, os traumas em ousar ir contra um plantel historiográfico contendo sinuosidades ascas, no traquejo de sensibilizar uma arte que possa não unicamente servir como diversão, e sim como formadora de opinião, essa película injeta componentes filosóficos para uma erudição personalista, e ao mesmo tempo insatisfação de seus apreciadores defronte, vexatórios mecanismos de controle das ideias, e ao mesmo tempo de destruição na “díade”, da linguagem e ação dos desejos mais íntimos ao qual uma educação com circunspectos dialéticos de reaver novos conteúdos que componham uma formação integral do “ser”, concomitantemente traça um reducionismo de possibilidades de nivelamentos a  oportunidades de ascensão para todas as classes.

A tendência de a Sociedade dos Poetas Mortos portarem um filtro de utopia de remodelação escolar, com a luta incessante do indivíduo em pró de sua liberdade de poder escolher o que é melhor pra si, está na aberturas paliativas em extremidades teóricas e práticas, na simbiose de arquitetar novos armistícios a julgar, que cabe ao jovem escolher seu caminho, e os adultos serem condutores dessas escolhas, ao contrário de pregar uma predestinação de suas carreiras e  objetivos  particulares, aos quais está revelado em boa parte de seus conteúdos, levando a um ardente gosto de insatisfação moral reinante dentro dos quadros escolares da América.

Dados Técnicos.

Sociedade dos Poetas Mortos.

Filme de 1989, com 2 horas e 08 minutos de duração.
Direção: Peter Weir
Elenco: Robin Williams, Ethan Hawke, Robert Sean Leonard…
Comédia – Drama |EUA

Sinopse: Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a “Sociedade dos Poetas Mortos”.