Pular para o conteúdo

Filosofia Pop | Drácula (1931)

Esse filme baseado no romance de Bram Stoker, que depois teve continuação com outros remakes, desde as sequências com Christopher Lee, chegando até a superprodução feita por Francis Ford Coppola, procura unir uma estética de terror com utensílios teóricos mórbidos do romantismo, atrelados, ao vigor de consolidar o gênero de filmes que fogem da realidade como uma forma de entretenimento e ao mesmo tempo de uma cultura que não seja massificada.

Essa película dos anos 30 do século XX consolida estereótipo de ação engendrada, na busca de uma coisificação existencial do mal na figura do enigmático Conde Drácula, no sentido de que nos maniqueísmos filosóficos de adornar lados, para uma conduta humana mentalizada na busca pelo desconhecido, está em um sentido limitado, aos esteios de uma lógica psicanalítica, auspiciada, segundo aos costumes de uma sociedade em especial.

Drácula possui um espaço narrativo, pelo qual leva o espectador de nossa atualidade a uma viagem pela irracionalidade, de perjúrios antiéticos sublinhados na destruição da subjetividade perante o que pode ou não vim a ser classificado como real.

A figura de um título nobiliárquico, que gera tensão na imagem de um nobre vampiresco, encontra confrontos de uma burguesia, que no fim do século XIX sai da sua condição viril de isolamento, adentrando em uma historicidade recheada de dialéticas de sociabilidades, procurando a margem da modernidade, possibilidades, uma ascensão moral e social perante os desatinos de isolamentos individualistas, lutando contra tentáculos massificadores, de uma não-existência de seus membros como seres ativos, em um plantel histórico minado pelo poder do capital.

A esse teor podemos afirmar, uma caráter libidinoso, ao qual tanto a cultura como o cinema procuraram assumirem, uma nova forma de comunicação, que possa auferir lapidações filosóficas em unir, corpo e mente, dentro de um mesmo significado de constrições métricas, que possam favorecer criticidades, em torno de uma ascensão subjetivista, distante de bases classicistas discriminadoras.

Drácula deu para diferentes períodos um sentido em coagular terror com uma realidade histórica transversal, produzindo culturas em resplandecentes, adjuntos de uma filosofia que possa não unicamente caminhar para uma dialética de informações e sim, metrificar lutas contra misérias de pensamentos que venham a produzirem cataclismas de uma desumanização do fator social e moral, no sentido a uma educação que possa formar nichos culturais de respeito pelo próximo.

A imagística do velho conde projeta inconscientemente, uma aniquilação em relação ao respeito pelo próximo, deixando um vácuo de solidão diante a passagem de um tempo diacrônico, cabendo ao “eu”, realizar interpretações e críticas diante perspectivas de uma melhoria de condições sociais que possa melindrar, um respeito por antagônicas tipologias humanas.

“Sangue é vida”, cogita uma das famosas frases de Drácula, e comparando com a época ao qual foram lançadas em romance, e em obra cinematográfica, 1897 e 1931, ambas as datas submetem a uma luta das classes dos menos favorecidos, em torno a um ideal de bem-comum, contra o grande capital, que suga sua força de trabalho, todavia ao mesmo tempo regozija o desejo de poder ser confortado com luxo e riqueza.

Drácula encabeça uma filosofia de conduta ao qual, por meios de uma transferência comportamental, coloca o homem-burguês, como um batistério de hipocrisia e desejos que venham a diferenciar em relação aos seus semelhantes.

A perda da humildade, e a ganância de conquista, explodem em frustrações psicológicas de não ter suas vontades realizadas, o que não deixa de agastar um quadro de depressão diante premissas de unir espiritualidade e materialismo na possessão de uma liberdade de pensamento e conduta que promova a emancipação de um indivíduo que busque um equilíbrio entre a necessidade e o prazer, e o amor e a razão.

O sobrenatural de um personagem enigmático, eleva que a arte, pode de maneira cíclica, provocar crises de competências em ramificações de diatribes interpretativas, no superlativo de colocar um caminho de assimilação conteudistas e intelectuais unívocos, dentro de um eixo estudo em comum, diante da leitura ou do movimento.

Leitura e movimento representam bases para um letramento que venham a fazer para seus apreciadores, dádivas para uma construção moral em que argumentação como diversão, possa produzir adereços para um conhecimento que enfoque a humanização das relações entre as pessoas, realçando a fuga do senso comum diante um caminhar de conhecimento que esteja fragilizado, aos deleites de uma sociabilidade sacralizada, nas facilidades que a tecnologia impôs em nossa atual conjectura de estudo e entendimento do mundo.

Dados Técnicos.

Drácula

Filme de 1931, com 1 hora e 15 minutos de duração.
Direção: Tod Browning
Elenco: Bela Lugosi, Helen Chandler, David Manners
Fantasia – Terror |EUA

Sinopse: Drácula (Bela Lugosi) é um conde vindo dos Cárpatos que aterroriza Londres por carregar uma maldição que o obriga a beber sangue humano para sobreviver. Após transformar uma jovem em vampira ele concentra suas atenções em uma amiga dela, mas o pai da próxima vítima se chama Van Helsing (Edward Van Sloan), um cientista holandês especialista em vampiros que pode acabar com seu reinado de terror.