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Sobre a melhor história que eu já li do Batman…

A leitura é uma prática milenar, e que você vai aprimorando com o tempo, parece quase óbvio identificar isso, todavia, existem leitores mais aptos que outros (se você não consegue acompanhar as legendas nos filmes, deve rever sua aptidão). Observando esse dado, andei pensando sobre qual narrativa do Batman me surpreendeu mais (aqui estou incluindo tudo que saiu do Batman e que tive acesso até o presente momento). E acredito e espero que vocês poderão discordar do ponto de vista defendido aqui, mas, ainda não vi nada (repito, nada) parecido com o que Neil Gaiman ofereceu em: Batman – O que aconteceu ao cavaleiro das trevas?

Entre as várias histórias da obra, uma particularmente quase me deixou sem dormir (se você é leitor assíduo vai entender). Neil Gaiman já mostrou inúmeras vezes seu talento como escritor que incomoda, propõe rupturas, suas obras Sandman, Coraline, e Deuses Americanos tornaram-se clássicos. Então voltando a maneira que Neil Gaiman encara o Batman, o que incomodou tanto?

Na história em questão, Bruce passa por todo o trauma que já conhecemos, e com o manto torna-se o Cavaleiro das Trevas em sua busca incessante pelo bandido que assassinou seus pais. Conforme Batman se torna mais forte, não há mais bandidos que possam enfrentá-lo, Alfred, observando o “patrão Bruce”, percebe que existe a necessidade de ter vilões que motivem Bruce em sua saga noturna, logo, até esse momento da história, não existia nenhum vilão fantasiado.

Alfred tem um passado um tanto quanto misterioso nas histórias de Batman, nessa especificamente, é revelado que em algum momento da vida, Alfred foi de uma companhia de teatro, e ainda mantém contato com alguns atores com quem trabalhou. O mordomo procura um desses atores e oferece trabalho. Constrói um roteiro e cria personagens. Um dos primeiros é Charada, ou seja, Alfred passa a dirigir as ações dos vilões (contratados), para que Bruce tenha com quem lutar, e assim, sucessivamente, vão sendo criados personagens fantasiados, dando um tom as aventuras de Batman, que acredita que Gotham está mesmo perdida, infectada pela violência e caos.

No ápice da inteligência e força de Batman, não há mais vilões que consigam superar Bruce Wayne, nesse momento, Alfred encontra seu antigo quite de maquiagem, pega a tinta branca, passa no rosto, coloca o figurino, e se transforma no Coringa!!! Você entendeu isso? Neil Gaiman escreveu que Alfred é o Coringa. Isso é terrivelmente fantástico. Pois, ao terminar a narrativa você pensa: Essa é uma das razões porque Batman nunca pega o Coringa? Ou, agora entendi o motivo de Coringa sempre escapar. Contudo, na narrativa de Neil Gaiman, o maior vilão da vida de Bruce Wayne é a pessoa que o criou…

Apenas isso me incomodou por algumas semanas… E o pensamento posterior foi: Por que ninguém levou essa história para o cinema?

Espero observar comentários de que eu estou totalmente equivocado, e que há outra história melhor (sem contar a Piada mortal de Alan Moore que é o segundo lugar na minha lista de melhores histórias do Batman)

Em suma, como essa HQ foi lida por mim a aproximadamente dois anos, em algum momento eu precisava fazer um desabafo.

Ps: O coringa morreu ou não em “A PIADA MORTAL?”

Não deixe de conferir.

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