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Como é o Final do Filme A Sociedade dos Poetas Mortos?

Hoje, adulto e com certa capacidade de raciocínio e observação (É, disse certa capacidade, afinal, quem raciocina direito nesse universo cheio de dúvidas?) vejo o quão injusto são certas pressões impostas aos filhos.

Em diversas conversas com pais, vejo eles ‘alegres’, afinal, o filho tirou não sei quanto no ENEM, ele pode fazer medicina, advocacia, engenharia… mas, normalmente, o filho nunca quer.

Os pais também acham os filhos muito inteligentes. Lembro de quando trabalhava em uma escola, alguns pais chegavam elogiando suas crias: ‘Meu filho é muito educado, inteligente, ele é acima da média’. Em 99% das vezes dava vontade de perguntar se era da mesma pessoa que estávamos falando.

Cria-se expectativas em cima das crianças, coisas que os pais não foram e querem que o filho seja. Muitos deles não querem se tornar nada, e não há nada de errado nisso. Errado é se tornar algo para agradar alguém e depois de se tornar algo, se tornar nada, afinal, tudo aquilo que é feito é nada, é angustiante e, todas as noites ao deitar, principalmente nas noites de domingo, aquela depressão faz vir tudo na mente, tudo que poderia ter sido e não foi, apenas para agradar terceiros.

Na Sociedade dos Poetas Mortos temos a Academia Welton, colégio conceituado, os pais vendiam suas almas para que seus filhos lá fossem estudar. É ali que encontramos Neil, ele tem um pai que acha que está fazendo o melhor para ele, quando na realidade, está matando o filho aos poucos.

Depois de médico, pode fazer o que quiser. Até lá, faça o que eu disser. – Sr. Perry.

Todos os outros alunos seguem a mesma toada. Ensino rígido, futuro encaminhado, sem escolha. Porém, tudo muda ao conhecerem o professor novo daquele local.

Seu nome é Keating, mas pode chamar de Capitão. Ele é um cara simples, trata os alunos com igualdade e mostra que no mundo existem infinitos caminhos com infinitas possibilidades.

Não lemos e escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque fazemos parte da raça humana e a raça humana está impregnada de paixão. Medicina, Direito, Administração, Engenharia, são atividades nobres, necessárias à vida, mas a poesia, a beleza, o romance, o amor, são as coisas pelas quais vale a pena viver. – Professor Keating.

Nas minhas aulas, voltarão a aprender a pensar por vocês próprios. Aprenderão a saborear palavras e linguagem. Falem a vocês o que disserem, as palavras e as ideias podem mudar o mundo. – Professor Keating.

Os alunos logo se afeiçoam ao professor ‘maluco’, afinal, só um maluco pra colocar garotos pra pensar e lutar contra todo um sistema e, quer saber? Eles lutam. Correm atrás, entendem que existe muito mais do que lhes é imposto e, através de todos os ensinamentos, Neil enfrenta seu pai e vai atuar em uma peça.

E, apesar de ser um filme, ali ele retrata vida, vida real, amigo. O pai de Neil não permite, apesar da boa atuação, que seu filho corra atrás de seu sonho.

Não compreende. Tem as oportunidades com que eu nunca sonhei e não vou deixar desperdiçá-las.Sr. Perry.

Neil não aguenta a pressão, infelizmente opta pelo suicídio e como já disse no primeiro post sobre esse belíssimo filme, ‘o professor que incitou os alunos a perseguirem seus sonhos não foi condecorado, foi execrado. Keating foi expulso da escola, mas sua lição foi aprendida por alguns.

Viver é complexo. Não tem fórmula mágica. O que é certo pra você, é errado pra mim. Não tem problema, o que você não pode é medir o sucesso dos outros pela sua régua. Deixa o cara ser médico. Deixa o cara ser advogado, deixa ele ser caminhoneiro, cantor, pintor, youtuber, blogueiro… deixa o cara, a vida é dele, as contas ele vai ter que pagar e, toda vez que o despertador tocar, é ele que vai abrir os olhos e agradecer pela vida que pôde escolher ou, se ela for escolhida, é ele que vai abrir os olhos e amaldiçoar a vida que lhe escolheram. Esse filme é sobre isso. É sobre acreditar e, por mais difícil que seja, correr atrás.

Obrigado, meu Capitão.

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