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O dia que liguei errado para pedir lanche

Estou no auge da minha infância, tenho por volta de 10 – 12 anos, moro com meus pais e avós.

Uma bela noite eu queria comer lanche, disseram que eu podia, desde que eu ligasse.

Então lá fui. Disquei os números que estavam em minha cabeça.

Alô
Alô, eu quero um X-Milho.
Oi?
É, eu quero um X-Milho.
Tudo bem, qual o endereço?
Rua tal, número tal, bairro tal.
Vai querer troco?
Não.
Tudo bem, só um momento.

Eis que o homem que me atendeu grita: “Amor, aqui virou lanchonete agora?“. Ela responde que não, então ele volta falar comigo.

Viu? Rapaz! Aqui não tem lanchonete não. Você ligou errado.

Desliguei o telefone puto da vida, onde já se viu o cara fazer isso?

(No momento estou rindo de lembrar.)

Vi que estava errado realmente, liguei certo e pedi o lanche.

Pensa que acabou??? Na na ni na não.

Eu, como toda criança vingativa, não deixei barato. Durante um mês, todo dia na hora que eu descia da escola, parava em um orelhão e ligava a cobrar, alguém atendia, eu desligava.

É, desligava o orelhão e saia correndo, simples assim.

Crianças, quem entende?

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