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O Passado, o Presente, o Futuro e um tal de Matt Groening

História: Ciência que estuda o passado para compreender o presente, e possibilitar as possíveis construções do futuro.

Essa seria uma das milhares de explicações existentes para explicar o conceito de história. Se está certa ou errada? Essa não é a questão. O foco aqui é observar (ou analisar?) um estilo característico de animação que flui entre esses momentos, transitando entre diferentes períodos históricos, e que de certa maneira, possibilita ao professor de história (no caso, esse sou eu) a construir diferentes aulas, utilizando desenhos animados como recurso didático (sim, é possível).

Talvez você nunca tenha ouvido falar de Matt Groening, mas, tal ser é simplesmente o criador de “Os Simpsons”. Matt Groening é cartunista, roteirista, produtor, animador e dublador norte-americano, antes de iniciar sua trajetória na TV, o autor trabalhava com tirinhas de jornais, já apresentando seu humor ácido entre os quadros. Na década de 1980, Matt Groening apresentou os Simpsons, paródia satírica do estilo de vida da classe média dos Estados Unidos.

Primeira aparição dos Simpsons

O desenho ainda produzido atualmente, ampliou-se de tal maneira que não é apenas uma sátira dos norte-americanos, mas, uma série de crônicas que ironizam o mundo. As relações do presente que aparecem em os Simpsons estão entrelaçadas com questões culturais, religiosas, econômicas, ou seja, um retrato da sociedade em que pertencemos. As relações familiares são outro atrativo para quem acompanha a série, não há como não se identificar em algum momentos com os embates e o caos que pode ocorrer dentro de um lar.

No final da década de 1990, Groening resolveu ampliar seus horizontes, e projetar uma espécie de futuro, nomeando seu novo trabalho de Futurama.

Futurama é ambientada na cidade de Nova York, na virada do século XXXI, em uma época repleta de maravilhas tecnológicas. O local foi construído sobre as ruínas da atual Nova York, chamada na série de “Velha Nova York”. A trama gira em torno de Philip J. Fry, um entregador de pizza imaturo, desmazelado e de raciocínio lento, embora possuidor de um bom coração. Nos primeiros instantes de 1 de janeiro de 2000, cai “acidentalmente” em uma câmara criogênica, fazendo com que ela seja ativada e o congele. Ele desperta no ano-novo de 2999. A série propõe relações ente passado – presente –futuro, mostrando ao telespectador uma utopia, um futuro distante através dos olhos de Groening.

Recentemente (2018), Matt Groening e sua equipe, resolveram contar sua versão de como seria a Idade Média, entre lendas, reis e magos, nasceu (Des)Encanto. A série segue a história de Bean, uma princesa alcoólatra, seu companheiro Elfo e seu “demônio pessoal” Luci, que vive em um reino medieval conhecido como Terra dos Sonhos.

Levando em consideração (Des)Encanto, Os Simpsons e Futurama, é possível construir uma linha do tempo, no sentido de apresentar de maneira mais simples, como os personagens representam os diferentes períodos históricos estudados na sala de aula, analisando as questões sócio-culturais, e não perdendo de vista que é uma versão daquele momento, que pode apresentar dados anacrônicos. Observa-se que é uma opção criativa, para conteúdos que de vez em quando os alunos acreditam ser desnecessários.

Desejamos que Matt Groening continue ajudando os historiadores a vislumbrar os diferentes períodos da história. E em contrapartida, fazer com que aula de história proponha mais diálogos com a cultura pop.

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