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Opinião com Café | A Tribo, Perseu & Aline: Carrapato

É inegável que nosso mercado de quadrinhos não é reconhecido. Mas é inegável sua constante evolução. Prova disso é a história de Tony Brandão e Junior Cortizo. Os dois artistas se juntaram e fizeram “A Tribo, Perseu & Aline: Carrapato”.

A trama começa com um grupo de militares trabalhando para Tadashi Tecnológica. Eles protegem cargas valiosas. Dentro do blindado existem algumas armas superpoderosas. A ação começa de forma rápida. Alguns quadros e já temos o desfecho da história. Nesse ponto já sabemos que o quadrinho vai ser movido pela ação.

Ao todo temos 96 páginas coloridas, mas com algo que me incomodou, não temos numeração nelas.

O quadrinho, que tem seu início rápido, demonstra a mesma qualidade das histórias americanas. Os detalhes empregados são incríveis. Nada escapa dos autores.

O enredo segue. Logo conhecemos Perseu (Alex) e Aline, ele é um rapaz alto e forte. Ela é uma moça linda e, parece ser meio ingênua em alguns aspectos. Perseu é o típico irmão protetor, não quer sua irmã se envolvendo com nada, muito menos indo na oficina que ele trabalha.

Nesse ponto temos outra coisa que move o quadrinho: sensualidade. Sim, já é sabido que quase toda obra nacional envolve mulheres bonitas, em “A Tribo, Perseu & Aline” não é diferente.

Agora vamos conhecer “A Tribo”. Formado por: Lynx (Michell), Cura (Raphael de Oliveira), Portal (Renata) e Volt (Carolina), eles saem de São Paulo para investigar um deputado na cidade maravilhosa.

Lembra da arma roubada no começo da história? Bem, o político entrega ela para um grupo de bandidos. Tudo ocorre “muito bem”, mas algo de inesperado acontece, essa arma precisa de um hospedeiro, e seu dano é transformar as pessoas em “zumbis”.

O caos logo se propaga com a utilização da mesma, só que alguns eventos ocorrem e unem os heróis Perseu e Aline (Tony Brandão) com a Tribo (Junior Cortizo). Tais eventos eu deixo para que você descubra lendo o quadrinho.

Essa história é muito boa para quem deseja começar acompanhar o cenário nacional. Ela não é perfeita, mas quase não apresenta falhas estruturais. Poderia elencar alguns errinhos de digitação, e um quadro que dá uma visão ampla do cenário não acompanha o altíssimo nível do resto dos desenhos.

Repare que ele começa com os desenhos bem detalhados, mas no plano aberto temos personagens sem fisionomia. Foi o único momento que os desenhos destoaram.

Sim. Eu procurei detalhe por detalhe, e esse é o único desenho que não acompanha o quadrinho.

Para o restante só podemos tecer elogios. A HQ não tem pressa para apresentar os atos, mas não enrola em sua finalização. Os crossovers não ficam só por conta dos personagens já citados. Existe uma breve aparição do Catalogador | para quem conhece, o riso é espontâneo ao vê-lo <3 | volto frisar, o nível do desenho é muito alto. Os mínimos detalhes são explorados, dá gosto de ver.

Ainda temos uma pitada de gore e alguns lampejos de comédia (tem uma parte que até rola um “meme”, achei muito legal). Os cenários transitam entre praias, oficinas, casas e favelas. Tudo trabalhado de forma concisa, porém, de forma bem explicada.

A Tribo, Perseu & Aline: Carrapato é uma história que não inventa, existem alguns clichês, os erros são mínimos, mas as virtudes são muitas. O saldo é mais do que positivo. Ainda mais se tratando de uma história produzida em um país onde os quadrinistas não tem a visibilidade e o apoio que merecem.

Nota 9.