Roberto Nascimento, mas pode chamar de Capitão Nascimento.
O Capitão do Bope, sem papas na língua e sem medo de dar pancada em vagabundo, nos agraciou com diversas frases e diálogos no filme “Tropa de Elite – 2007”. Hoje trago algumas para você.
Sem mais delongas…
Um tiro de 762 atravessa um carro como se fosse papel. E é burrice que em uma cidade assim os policiais vão subir favela só pra fazer valer a lei. Policial tem família, amigo. Policial também tem medo de morrer.
A verdade é que a paz nesta cidade depende de um equilíbrio delicado entre a munição dos bandidos e a corrupção dos policiais. Honestidade não faz parte do jogo. Quando o convencional honesto sobe favela, parceiro, geralmente dá merda.
No Rio de Janeiro, quem quer ser policial tem que escolher: ou se corrompe, ou se omite, ou vai pra guerra.
Eu não sou um policial convencional. Eu sou do BOPE. Da Tropa de Elite da Polícia Militar. Na teoria a gente faz parte da Polícia Militar. Na prática o BOPE é outra polícia. Nosso símbolo mostra o que acontece quando a gente entra na favela. E a nossa farda não é azul, parceiro. É preta.
O BOPE foi criado para intervir quando a polícia convencional não consegue dar jeito. E no Rio de Janeiro, isso acontece o tempo todo.
Não sei o que me irritava mais: traficante armado, ou a incompetência da polícia.
A guerra sempre cobra o seu preço. E quando o preço fica alto demais, é hora de pular fora.
Pra ser um capitão do BOPE, o Mathias tinha que aprender que não dá pra perdoar. Traficante não perdoa.
Esse papo de consciência social é uma puta de uma hipocrisia. Pra mim, traficante é traficante.
Eu sei como termina a história do Baiano, mas não sei como ela começou. Ele deve ter tido uma infância fodida. Eu não vou aliviar por causa disso, mas pelo menos eu entendo como ele chegou onde chegou. O que me fode é o sujeito que nasce com oportunidade e termina entrando nessa vida. Pra mim, quem ajuda traficante, tem que ir pra cadeia.
Sempre me pergunto quantas crianças a gente vai ter que perder pro tráfico só pra um playboy enrolar um baseado.
O primeiro roubo é sempre por uma boa causa. Agora, quem corrompe pro batalhão, também corrompe pra família. Essa é a lógica do sistema. É por isso que quando um cidadão quer uma viatura na frente da sua padaria ou do bar, tem que pagar. O negócio da polícia não é proteger? Então, o sistema transformou a proteção num negócio. Agora, quem cobra pra cumprir a lei, também cobra pra fazer vista grossa.
Na polícia, a hierarquia protege os corruptos.
Eu reconheço que pra quem não é iniciado, o BOPE parece uma seita. Mas é assim mesmo que a gente tem que ser. Os nosso homens são formados na base da porrada. Pra entrar aqui, o cara tem que provar que aguenta a pressão.
Você acha que aqui ninguém sabe que você recebe dinheiro do tráfico? Cê acha que aqui ninguém sabe que você recebe dinheiro do bicho? O senhor sabe por que o nome do senhor é 01? É porque o senhor vai ser o primeiro a desistir. E eu vou fazer o senhor desistir. Pede pra sair. Pede pra sair. Pede pra sair, se não o senhor vai ser na base de porrada.
De cada 100 PMs que tentam fazer nosso curso, só cinco chegam ao fim. E quando eu fiz, parceiro, foram só três. Nem o exército de Israel treina soldados como a gente.
Pra lutar na guerra contra o tráfico, o cara tem que ser capaz de aguentar tudo.
O conceito de estratégia, em grego: strateegia. Em latim, strategi. Em francês, stratégie. Em inglês, strategy. Em alemão, strategie. Em italiano, strategia. Em espanhol, estrategia… – Capitão Nascimento.
– Coordenador. – (Auxiliar)
Pois não, meu auxiliar. – Capitão Nascimento.
– O seu 05 está dormindo. – (Auxiliar)
05. – Capitão Nascimento.
Sim, senhor. – Mathias.
Tenha a bondade. 05, se o senhor deixar a granada cair, vai explodir o turno inteiro. O senhor vai explodir os seus colegas, o senhor vai explodir os meus auxiliares, o senhor vai me explodir. O senhor vai dormir, seu 05? – Capitão Nascimento.
Não, senhor. – Mathias.
Estamos todos confiando no Senhor. – Capitão Nascimento.
A primeira fase do curso é só porrada. O objetivo é eliminar os fracos e principalmente os corruptos e quando eu sou o instrutor, os corruptos se fodem primeiro.
23, tá sem bandoleira, amigo? – Capitão Nascimento.
– Tô, senhor. – (23)
Numa altura dessa do campeonato e o senhor está sem bandoleira? Se um companheiro seu cai no chão baleado, o senhor vai pegar esse fuzil e vai fazer o quê? Vai jogar no chão? – Capitão Nascimento.
– Não, senhor. – (23)
Vai enfiar no cu? – Capitão Nascimento.
Não, senhor. – (23)
Então bota a porra da bandoleira. – Capitão Nascimento.
Progressão em favela é uma arte, parceiro. Uma arte que ninguém aprende na teoria.
Nas condutas de patrulha, eu não admitia erro. Homem com farda preta, entra na favela para matar, não para morrer.
O cara que vira dono do morro pode ser maluco, mas não pode ser burro. O Baiano sabia que matar um homem do BOPE era assinar a sentença de morte.
Só rico com consciência social não entende que guerra é guerra.
Quem manda nessa porra aqui sou eu, e você não vai mais abrir a boca pra falar do meu batalhão nessa casa. Você tá entendendo? Você entendeu? Quem manda nessa porra aqui sou eu.
Quando eu vejo passeata contra a violência, eu tenho é vontade de sair metendo porrada.
Não deixe de conferir.
É verdade que À Espera de um Milagre é baseada na história de George Stinney Jr?
Doug e Paty Maionese terminam juntos?
Seria um útero “A Casa Engraçada”, de Vinicius de Moraes?
Sigam-me os bons!