Se eu pudesse lhe dar apenas um conselho seria: LEIA.
Simples. Curto. Profundo.
Através da leitura viajamos, conhecemos personagens, fazemos reflexões e adquirimos conhecimento. É óbvio que quanto mais se lê, mais difícil fica de se encontrar boas obras. Por isso venho até você, para mostrar 9 livros que vão dar aquela bugada em seu cérebro.
Começando do clássico autor George Orwell. No ano de 1949 ele escreveu o livro intitulado “Nineteen Eighty-Four“.
Sua história mostra um mundo que vive uma guerra perpétua, os cidadãos são vigiados 24 horas por dia. A história é constantemente manipulada, os fatos são alterados todo momento.
Os habitantes desse regime totalitário são comandados pela figura do Grande Irmão, mas todo trabalho fica por cargo do Partido Interno, eles perseguem qualquer liberdade de expressão e todo tipo de individualismo. Qualquer palavra contra o Partido é considerado crime, mesmo quando dita durante um simples sono.
1984 é um livro reflexivo, lhe faz pensar sobre controle de mídia e liberdade de expressão, excelente obra, que cada ano que passa, fica mais atual.
“A Revolução dos Bichos”, do mesmo autor de 1984, é outra obra essencial em sua vida.
No livro que conta como os animais de uma fazenda se rebelaram e tomaram ela de seus proprietários, temos noção de como o mundo funcionaria em sistema igualitário, onde todos ganhariam e trabalhariam o mesmo tanto.
O grande problema no conto de fadas que os bichos criaram, é que o poder sempre corrompe, seja um humano, ou um animal.
Afinal, todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros.
A Revolução dos Bichos lhe fará pensar um pouco sobre sistema de controle igualitário, sobre corrupção no poder e sobre a omissão da maioria.
Adentrando ao mundo do romance, temos Eleanor & Park.
O livro da autora Rainbow Rowell é um dos meus preferidos. Ele é despretensioso, chega até ser bobo em alguns momentos, mas com o decorrer da trama e com o envolvimento de Eleanor e Park, dois adolescentes descobrindo as “primeiras vezes da vida”, vamos nos afeiçoando e relembrando nossas histórias.
Eleanor & Park é aquele livro cheio de referências, cruel em alguns momentos, cheio de vida real, que ao término daquela última página, deixará os mais emotivos com lágrimas nos olhos.
Sapiens – Uma Breve História da Humanidade é aquele livro cheio de incógnitas, chato, que deixa sua cabeça de ponta cabeça.
O livro de Yuval Noah Harari é tão complexo que é até difícil falar sobre, através de sua visão, vamos passando por diversas épocas de nosso planeta. Vamos descobrindo que existiram outras raças de humanos, que nós liquidamos com grande parte dos animais, vemos os avanços científicos, seus benefícios e malefícios.
O livro ainda nos mostra que somos o que somos porque acreditamos em coisas que não existem, como o dinheiro ou o estado, por exemplo.
Harari destrói sua cabeça ao jogar naquelas linhas coisas aparentemente simples, que nunca paramos para pensar.
Abra aquelas páginas e compare quem é mais feliz, os primatas ou nós, “humanos evoluídos”.
Pensei durante algum tempo se deveria inserir “A Metamorfose“, de Franz Kafka.
Sabe o motivo do meu longo pensamento? Esse não é um livro fácil.
Gregor Samsa, um vendedor comum, trabalha para sustentar sua família, faz disso seu único modo de vida. Porém, em um belo (péssimo) dia, ele acorda transformado em um inseto gigantesco.
É bizarro, eu sei. Só que naquelas páginas, vamos vendo como é o amor pelo interesse. Enquanto ele me ajuda, ótimo, parou de ajudar? Teve problemas? Ah, o que eu posso fazer? Ele que se vire.
Não posso deixar de citar Factótum, de Charles Bukowski.
Factótum é aquele livro pesado. Para quem gosta de biografia.
Segunda Guerra Mundial e Chinaski é declarado inapto para o serviço militar, o que resta é caminhar por Los Angeles procurando empregos. Factótum é uma obra focada nos defeitos. Prostituição, alcoolismo, vagabundagem, jogos de azar… tudo que um ser humano pode fazer de ruim é descrito de forma brilhante nessa obra.
Se você tiver problemas com textos vulgares e com palavras de baixo calão, Factótum não é o seu livro, aliás, Bukowski não é o seu escritor.
Marcelo Rubens Paiva nos contou em seu livro “Feliz Ano Velho”, de 1982, uma dessas coisas que acontecem e a gente não tem muito o que fazer.
Em seu livro ele conta como foi o acidente que o deixou tetraplégico, após mergulhar em um lago que era raso.
Ele só pulou, falou que iria achar um tesouro perdido, não sabia que ali, naquele trecho, o lago era raso, bateu sua cabeça, perdeu seus movimentos.
Coisa rápida. Vou dar um mergulho. Sou jovem. Estou na flor da idade. Sou invencível. Pulo. Bato a cabeça. Saio tetraplégico.
Um livro para fazer com que você reflita no quanto somos frágeis. Numa hora estamos aqui, cheios de vida, em um segundo de deslize tudo é perdido. Feliz Ano Velho é um livro sobre vida, sobre superação, amor, ódio, raiva. Sobre nós, humanos.
“Admirável Mundo Novo” foi escrito por Aldous Huxley, segue uma linha parecida com a de 1984.
É óbvio que existem diferenças sobre ambos, mas, diria eu, que eles se completam.
Aqui temos uma sociedade controlada por meios científicos, cada um já nasce com sua função definida. Pai e Mãe são termos inexistentes. Toda cultura existente é só para afirmar aquele meio de vida, se você se sentir triste ou quiser procurar o “sentido da vida”, tome uma pílula de “soma” e esqueça seus problemas.
Ah, meu amigo. Que obra linda e triste ao mesmo tempo. Fará você pensar, se sentir angustiado, impotente.
Porém, se muita tristeza lhe dominar depois da leitura, encontre sua “pílula de soma” e seja feliz.
Até hoje não encontrei obra que superasse “Trem Noturno Para Lisboa”, de Peter Bieri.
Na história do livro temos Raimund Gregorius, um professor de línguas, ele é metódico e, segundo sua ex-mulher (Florence), chato. Um dia ele vê uma portuguesa querendo pular de uma ponte. Salva a moça, e durante uma breve conversa, algo muda dentro de seu ser.
Gregorius não para de pensar no doce sotaque português dela. Vai até um sebo e encontra um livro de reflexões escrito por Amadeu de Almeida Prado. Encantado com as sábias palavras do médico decide pegar um trem que partia para Lisboa, para assim, descobrir quem é esse escritor que mexeu com ele.
Gregorius é quem faz a intermediação até Amadeu, o professor tem sua grande parcela no livro, sua vida sempre pacata, é semelhante com a maioria de nossas vidas. Sua mudança de rumo é inspiradora, surreal, eu sei, mas inspiradora. Porém, é Amadeu o autor das mais profundas reflexões.
“Será que tudo o que fazemos é pelo medo que temos da solidão? Será por isso que abrimos mão de todas as coisas das quais nos arrependeremos no fim da vida? Será por isso que tão raramente dizemos o que pensamos? Se não for por isso, por que é que insistimos em todos estes casamentos falidos, nas amizades hipócritas, nas tediosas festas de aniversários? O que aconteceria se rompêssemos com tudo isso, se acabássemos com a chantagem insidiosa e nos assumíssemos como somos?”
“Trem Noturno Para Lisboa” é o livro mais complexo e fácil de se ler, se é que isso é possível.
“Trem Noturno Para Lisboa“ é essencial em sua vida. Reflexões sobre trabalho, amizade, amor, religião, vida e morte são expostas com um naturalidade impressionante.
Obrigado, Peter Bieri.
E você, qual o seu top 9 de obras essenciais?