Uma das grandes questões que domina a humanidade é o apocalipse e, logicamente, seu cenário pós-apocalíptico. Não importa de qual modo isso ocorra: meteoro, enchentes, zumbis… esse tema é sempre fascinante, e sempre encontramos as mais variadas abordagens para tal.
Em “A Estrada” vemos um mundo que foi devastado pelas condições climáticas, vegetação e vida animal já não existem mais, e o que resta são pouquíssimas pessoas sobre a face da terra.
Viggo Mortensen é um pai que está fazendo tudo que é possível para manter-se vivo junto com seu filho, Kodi Smit-McPhee.
Só que o grande problema não é a escassez de alimento ou encontrar um local para morar, o grande problema desse cenário completamente caótico é encontrar outro “ser humano” pelo caminho.
Quando não existem regras e cada um toma suas próprias decisões, sem alguma lei ou algum Deus para interferir, o lado animal do ser humano aflora. Mesmo assim o pai tenta passar para o filho algumas coisas sobre a humanidade e como carregar consigo um pouco dela.
Sabe aquele negócio do fazer o certo mesmo quando ninguém vê ou mesmo quando tudo parece perdido? Então, é isso que o pai quer ensinar.
O tempo vai passando, canibais e ladrões vão aparecendo, o pouco de humanidade que existe no pai vai sumindo…
Tudo é muito trágico, sem solução, dependendo de como você olha.
Mas é lá no fundo, quando tudo parece perdido que o filho lembra seu pai dos ensinamentos que um dia recebeu.
“Ajude o próximo, seja honesto…”
Talvez você ache estranho eles serem tratados “apenas” como pai e filho, mas o mundo se tornou tão cruel que até suas identidades foram perdidas.
O longa é bem tocante, não tem como não pensar em quais seriam nossas atitudes em uma situação extrema. Roubaríamos? Mataríamos? Ou, ainda, seríamos capazes de praticar canibalismo para saciarmos nossa fome?
Questões complexas que são abordadas e que nos fazem refletir o quão cruel um humano pode ser.
“A Estrada” consegue mostrar que, mesmo já sendo tão batido esse tema, existe sempre um outro olhar para com o mesmo.
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