Histórias, somos feitos delas. Vivemos por elas. Gostamos delas. Bonnie e Clyde fazem parte da história, de um jeito muito negativo, mas fazem parte.
Com o recente filme “Estrada Sem Lei”, da Netflix, muita gente se perguntou quem são Bonnie e Clyde, então vim até aqui para falar um pouco dos dois.
Ela, Bonnie Elizabeth Parker (1 de outubro de 1910 – 23 de maio de 1934). Ele, Clyde Chestnut Barrow (24 de março de 1909 – 23 de maio de 1934), os dois formavam um belo casal, eram dois jovens de estatura baixa, atraentes e inteligentes. Infelizmente todos os atributos foram usados para cometer atrocidades durante vários anos nos Estados Unidos.
O casal ficou conhecido mundialmente por serem criminosos que roubavam e matavam durante a Grande Depressão. A fama se deu pelos conhecidos assaltos a bancos, mas suas maiores vítimas eram postos de gasolinas e lojinhas.
Vamos começar por ela.
Bonnie não teve vida fácil desde seu nascimento. Sua família não tinha dinheiro e seu pai morreu quando ela tinha quatro anos. Isso fez com que eles se mudassem de Rowena para Dallas (Texas). Apesar dos pesares, ela sempre foi uma boa aluna de inglês e redação, chegando ganhar um concurso de literatura. Sua facilidade com a escrita fez com que ela escrevesse introduções para discursos políticos.
Ela é descrita como inteligente e de personalidade forte. Tinha 1,50m, 41 kg e era bem atraente. Existem poemas de sua autoria que ficaram famosos após sua morte. Suicide Sal e The Story of Bonnie and Clyde são alguns deles. Há também um chamado “O fim do Caminho”.
Algum dia eles serão enterrados juntos,
E eles serão enterrados lado a lado,
para alguns será o luto,
para outros será um alívio,
Mas é morte para Bonnie e Clyde.”
Bonnie casou-se com apenas 15 anos, em 1926, com Roy Thornton, seu casamento durou apenas até 1929, ele foi preso. No ano seguinte ela conheceu Clyde. Os dois tinham a mesma idade, se apaixonaram logo de cara e saíram para praticar seus atos ilícitos.
Clyde também veio de família pobre. Aos 16 foi preso pela primeira vez ao fugir de um policial ao ser questionado sobre um carro alugado que ele não havia devolvido no prazo. Depois foi preso junto com seu irmão (Buck) por roubar perus.
O rapaz é descrito como um cara inteligente, tinha 1,63 m. O historiador John Neal Phillips falou que toda imagem de frieza de Clyde é errônea, ele não desejava ficar famoso ou rico assaltando bancos, ele só queria se vingar de todo o sistema prisional que fez de sua vida um inferno quando estava preso.
Não consegui localizar os locais que o historiador disse isso. Então uma dúvida martela em minha cabeça. Se ele era contra o sistema prisional, qual o motivo de roubar postos de gasolinas em áreas rurais e pequenas lojinhas?
Enfim…
Clyde era tão peculiar que até uma carta para Henry Ford escreveu…
Sr. Henry Ford
Detroit – Michigan
Enquanto ainda tenho ar em meus pulmões, escrevo para dizer, que carro elegante o senhor construiu. Tenho dirigido exclusivamente Fords, quando consigo roubar um. Para manter a velocidade e a liberdade longe de problemas, o Ford deixa os outros carros para trás e, embora meu trabalho não seja estritamente legal, não ofendo ninguém ao dizer que magnífico veículo é o seu V8.
Sinceramente seu,
A quadrilha do casal se chamava Barrow Gang. Contava com o irmão mais velho de Clyde, Marvin Buck Barrow, a esposa de Barrow (Blanche Barrow), WD Jones, Henry Methvin, Raymond Hamilton, Joe Palmer e Ralph Fults.
Eles fizeram vítimas por cerca de quatro anos nos Estados Unidos. Polícias, bancos, lojas e civis não escapavam. Porém, toda fama do casal se deu com as fotos encontradas por policiais. Elas logo caíram nos jornais, com isso Bonnie e Clyde viraram lendas.
Em uma foto ela aparece fumando charuto e com uma pistola na mão, em outra os dois aparecem se beijando de forma exagerada. As fotos eram para diversão da dupla, não representava de fato que ela fumava charuto ou que utilizava armas de fogo. Os historiadores dizem que os dois fumavam cigarros. Nunca charutos. Bonnie gostava de uísque e Clyde preferia se manter sóbrio caso precisasse fugir rapidamente.
Bonnie mancava. Isso se deu em 10 de junho de 1933, quando o casal dirigia em alta velocidade por uma estrada do Texas, perderam o controle do carro, destruíram uma barricada e caíram dentro de um rio seco. O resultado? Ácido de bateria caiu na perna de Bonnie corroendo sua carne e parte do osso. Ela nunca mais conseguiu andar direito. Algumas vezes pulava ou era carregada por Clyde.
Toda essa vida de crime se findaria em uma estrada deserta no estado da Louisiana, em 23 de maio de 1934.
Uma equipe de policiais dispararam mais de 130 tiros e acabaram com toda jornada de destruição da dupla, abaixo uma foto da equipe que matou Bonnie e Clyde.
Mas, mesmo após a morte eles continuaram “causando”.
Segundo o livro de Jeff Guinn “Go Down Together“, pessoas tentaram roubar partes dos corpos do casal. Um tentou levar a orelha de Clyde, outro o dedo, e teve gente que levou pedaços do vestido ensanguentado e mechas do cabelo de Bonnie.
Essa informação pode ser comprovada com essa foto do carro do casal, olhe só a multidão que tentava adentrar ao veículo.
E apesar do desejo de serem enterrados juntos, eles foram para locais separados. A mãe de Bonnie não gostava do relacionamento e enterrou a filha em Dallas, Clyde foi enterrado junto com seu irmão.
Como disse, após a morte eles continuaram/continuam em evidência. O carro em que eles foram mortos é atração no Casino de Whiskey Pete em Primm, Nevada, uma pequena cidade turística na fronteira da Califórnia.
O casal virou lenda, ganhou filmes, séries, músicas… O mais recente, já citado no post, “Estrada Sem Lei”, protagonizado por Kevin Costner e Woody Harrelson, mostrando a visão dos policiais durante tal caçada.
Outro que ficou famoso foi Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas, de 1967, dirigido por Arthur Penn. O longa foi indicado a dez Óscars, vencendo na categoria Melhor Atriz Coadjuvante – Estelle Parsons e Melhor Fotografia.
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Fontes das imagens: Vintag, Wikipedia, Google e Netflix.
Fontes das informações: FBI, Britannica, Vintag e Wikipedia.
