Ele gosta de ler quadrinhos e assistir filmes de terror trash, desenha diversos personagens, é co-criador da “Valkíria“, seu talento é inegável… tenho o prazer de conversar com Alex Genaro…
1 – A Valkíria é uma criação sua em conjunto com o escritor Alex Mir. Quando foi que vocês sentiram que estava na hora de criar uma personagem em conjunto?
Na verdade o Mir teve a ideia da personagem inicialmente, mas não havia dado certo com outros desenhistas, então ele me apresentou e eu gostei bastante, mas sugeri algumas modificações, o visual por exemplo e algumas coisas no universo dela, desde então a coisa tem funcionado bem, a parceria tem rendido bons frutos desde então.
2 – Aproveitando. Fale um pouco da premissa de suas histórias e das habilidades dela.
Valkíria é uma sobrevivente, ela vive num mundo que foi devastado, mas não contamos ainda como isso aconteceu, damos algumas pistas de que é um Brasil no futuro, onde Brasilia virou uma selva e o Rio Grande do Sul virou uma versão dos Andes gelados. Não existe ainda uma origem dela, mas sabemos que ela é muito forte e bem resistente. Nas estórias que virão vamos explorar mais dessas origens.
3 – Você também desenha o Detrito. Ele é criação sua? E você pode falar um pouco sobre quem é esse personagem?
Detrito é uma criação do João Carpalhau, colaborei visualmente em alguns pontos, mas o que me deixa mais orgulhoso é o fato de termos um personagem ligado a Baixada Fluminense (que é onde vivo) ter essa repercussão bacana. Ele veio num momento onde eu precisava de um fôlego pra continuar, tenho muito a agradecer ao Detrito, ao Cristiano Ludgerio e o Carpalhau por terem criado a Capa Comics e me chamado pra fazer parte disso.
4 – Tem mais algum personagem seu? Ou pretende criar algum outro?
Tenho alguns personagens que criei na época do Fotolog Terra, mas nenhum que seja digno de nota, tenho ideias para histórias, adaptações de livros que gosto, mas acabei deixando a criação de personagens com essa pegada “herói” meio de lado a alguns anos, nada contra, vez ou outra faço algum trabalho nessa linha para alguns amigos. Criar personagens não é o meu forte (risos).
5 – Todo mundo sabe o quão importante o catarse é para os quadrinistas autorais. Mas ultimamente noto que existe uma quantidade gigantesca de projetos nessa plataforma. Você não acha que o crowdfunding pode acabar sendo mal visto por esse excesso?
Realmente está rolando uma explosão no Catarse, isso é bom no sentido de vermos o quão vasta é a produção de quadrinhos no Brasil, e temos material com muita qualidade, mas ao mesmo tempo estamos num período onde está cada vez mais difícil gastar com cultura, enquanto o leitor médio não tiver aquela condição financeira pra dar uma chance a esses projetos a coisa vai ficar só no nosso meio, um ajudando o outro. Não acho que fique mal visto, mas pode ser uma opção menos usada futuramente, só o tempo vai dizer.
6 – Para encerrar o assunto de financiamento coletivo. Essa crescente se dá por causa de que não temos editoras que invistam no quadrinista brasileiro? Ou são os quadrinistas que querem ser independentes?
Temos editoras que dão uma força para os quadrinhos, o problema é exatamente que são editoras, visam o lucro, o artista vai receber a menor parcela dos ganhos. É bacana ver seu quadrinho publicado e na livraria? Sim, mas como artista novato não se ganha muito financeiramente com isso. O financiamento coletivo, veio como uma forma de produzir o seu material tirando a editora da jogada, eu particularmente gosto desse cenário, mas ainda precisamos aprender como fazer isso de forma efetiva, já tem algumas pessoas que estão deixando as pistas é só ficar de olho.
7 – Jogo rápido.
Personagem preferido?
Só um?
Poxa!
Na Dc eu gosto do Super-Homem e da Marvel o Demolidor (risos).
Filme preferido?
Caramba, só um de novo? (Risos.)
Coração Valente.
Melhor história em quadrinho que você leu?
Tem que aumentar essa lista vai! (Risos.)
A Queda de Murdock.
Melhor personagem brasileiro?
Olha cara, tem muitos, realmente é uma pergunta difícil agora. Tenho muitos amigos produzindo material excelente, seria injusto citar um só.
Melhor livro?
O Caso da Borboleta Atíria – Coleção Vagalume.
8 – Para finalizar. O que Alex Genaro gosta de fazer quando não está desenhando?
Passear com a esposa e o filhote, ver um filme de terror (daqueles trash) ou ler um bom quadrinho.9 – Deixe os contatos onde os leitores poderão adquirir suas histórias e falar com você.
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Alex, o HQ’s com Café agradece o tempo concedido. Desejamos sucesso nessa sua caminhada, e se você quiser falar alguma coisa, essa é sua hora.
Olha, agradeço muito pela oportunidade, precisamos de mais divulgadores desse trabalho autoral, infelizmente a nossa mídia ainda carece de bons profissionais de cultura pop, mas acredito que iniciativas como a de vocês tenham muito a crescer e mudar esse cenário.
Sempre em frente.
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