Todo leitor gosta de encontrar alguma obra que lhe cause profunda imersão.
No meu caso, toda obra que me fascina, sugo até sua última gota. E não importa se é filme de romance ou ficção, quadrinho ou livro.
Recentemente tive o prazer de me encontrar com John Blacksad. Confesso que foi um encontro despretensioso, ele estava parado em seu canto, quieto. Mas eu vi aquele ser antropomórfico e pensei, por que não?
Confesso que esse foi um daqueles momentos que desejei que tivesse acontecido antes.
Para quem não teve o prazer de encontrar com esse detetive, recomendo que leia os posts…
Blacksad não é um simples quadrinho
Pois bem, já rasguei elogios quanto ao enredo e a arte de sua primeira história (Algum Lugar em Meio às Sombras), mas ao ler o segundo volume (Nação Ártica) eu simplesmente recebi um soco no estômago.
A história me deixou completamente sem ar, tecer elogios é chover no molhado. Mas é necessário falar sobre o tema desse volume.
Blacksad investiga o desaparecimento de uma garotinha. Para isso ele entra em contato com a mãe da menina, que não lhe passa as devidas informações. Ao tentar obter mais detalhes sobre os acontecimentos, o detetive se vê em local de corrupção extrema, que envolve igrejas e grupos extremistas.
O contexto é pesado, e a fala sobre o racismo nos enoja. Mas que fique claro, o enredo não é daqueles que “apenas fala sobre racismo”, ele cria um contexto de traição, luxúria, mentira e inveja que deixa qualquer um pasmo com as reviravoltas causadas.
Nunca tive problemas para escrever sobre algum tema. Eu simplesmente sento em frente ao meu computador, e as palavras surgem, como em um passe de mágica. Mas, sinceramente, não consigo expressar com palavras o contexto de Blacksad.
Não consigo expressar o nível de sua qualidade.
Não consigo expressar o quanto me fascinou esse universo.
Se tivesse que falar mais alguma coisa, só poderia dizer que Blacksad é uma das melhores coisas feitas nos últimos tempos, simples assim.