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Opinião com Café | Blue Jay

Lunar e Enterrado Vivo. O que esses filmes tem em comum?

Cada um utilizou apenas um ator. “Blue Jay” quase entra nesse rol de um ator só, mas aqui temos um casal.

Jim (Mark Duplass) e Amanda (Sarah Paulson) foram namorados há muito tempo. Por circunstâncias da vida eles se separaram. Décadas se passaram e eles se esbarraram sem querer. O primeiro contato visual foi daqueles bem tímidos, eles não se viam há tempos. Mas logo após o constrangimento inicial eles começaram conversar, relembrar o passado e falar sobre suas vidas atuais.

Simples e rápido é a descrição do longa, assim como o próprio longa. Em uma hora e vinte minutos o diretor Alexandre Lehmann contou o que queria. A trilha sonora instrumental calma e a fotografia em preto e branco logo de inicio, sugerem uma história nostálgica. É exatamente isso que o filme é. Uma sessão de nostalgia. Ao menos pro casal.

Alexandre Lehmann (Onde Nasce A Esperança) também é o diretor de fotografia, ele contrastou itens do passado com o presente de maneira muito sútil, um quadro de Jim adolescente é encontrado em um canto da casa. Em outro ponto podemos ver Amanda mexendo em suas roupas do ginásio, e assim o longa segue sem pretensões, apenas com fragmentos de lembranças.

Na sua maior parte de exibição os atores são focados em planos médios, tudo para retratar a carga de emoções que estava inserida nesse reencontro. E os diálogos são reais. Não tem fantasia, frase de efeito ou qualquer outro artifício. Todo diálogo é baseado em conversas informais, muitas das quais prontamente nos identificamos.

Qual série vamos ver? Me faz um cafuné? Vamos dançar?

A trama segue suavemente em seus tons acinzentados, porém, cheio de cor é a atuação do casal. Não que elas sejam espetaculares, pois não é. Mas sabe aquele negócio de namorados que são amigos? Os atores Mark DuplassSarah Paulson transmitem isso com uma naturalidade impressionante. A química dos dois é admirável. Jim é mais dramático, sua vida não é tão bela quanto à de seu antigo amor. Suas emoções estão à flor da pele. Amanda é mais reservada no começo, mas com o desenvolver da trama seus sentimentos afloram.

“Blue Jay” caminha rapidamente, em certos quesitos ele pode até parecer clichê, mas não se apavore, ele não é. O longa mostra uma história da vida real, que pode muito bem se encaixar com você ou com algum conhecido seu. Pois eu duvido que você não conheça alguém que perdeu o seu grande amor por circunstâncias da vida…

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