Saí sozinho, minha mente estava vazia
Precisava de tempo para pensar e
Tirar as memórias de minha mente…
(Iron Maiden – The Number Of The Beast – 1982)
O western spaghetti de Keoma, não está somente ligado ao modelo de “bang-bang”, regrado a mortes carnavalesca, e sim possui um caminho para acompanharmos as relações tanto do cinema italiano com a dogmática quixotesca do faroeste norte-americano, bem como a elucidar problemas socais que o Tio Sam (século XIX) enfrentou em sua segunda metade, como o preconceito indígena e racial, e a formação de clãs que vão dominar diferentes nichos da população urbana.
O confronto geográfico entre campo e cidade, promove uma desenvoltura contendo aspectos de um drama humano, contras as artimanhas de grupos, que venham sobrepujarem, um objeto de adoração existencial enfocado nas vontades extremas de poder, com enfoque a destruição de novos paradigmas de aceitação de uma cultura pela outra.
A apresentação da dominação, com um Estado que não consegue prover, políticas que venham a promoverem o bem-estar do próximo, a elixir o distanciamento da promoção a novas liberdades civis, em um “Droit” inexistente sem uma compaixão pelo psicológico do mais fraco, diante psyche de destruição da criticidade.
Traumas que assolam a sociedade estadunidense dentro de sua historiografia, como racismo, discriminação, alcoolismo, formação de grupos de armados e a ineficácia de uma ação clara da política em ter uma participação popular, que façam todos iguais fazendo parte do seu enredo governamental, dentro da “belle époque” do cinema italiano de filmes ligados ao gênero western.
Em uma viagem psicodélica, seriam os últimos suspiros de uma década de 1960, ligada a liberdade plena, sem conter a avidez de regras, e sim o viver por viver, gerando conflitos éticos no patamar do bem comum.
Algo ao qual a própria sociedade de falcões da América, vai enfrentar perante a descrença do seu Leviatã, marcada com o assassinato de John Kennedy (1917 – 1963), passando pelo escândalo Watergate (1972) de Richard Nixon (1913 – 1994), depois o escândalo Irã – Contras (1986) no governo de Ronald Reagan (1911 – 2004) que já havia tido uma tentativa de assassinato (1981), a estagiária de serviços “extras” entre 1995-1997 Mônica Lewinsky (1973) de Bill Clinton (1946), as meias verdades dos objetivos bélicos na Segunda Guerra do Golfo (2003 – 2011) e a Guerra ao Terror (2001) no Afeganistão de George Walter Bush (1946), a coroação de um presidente afrodescendente condensada na figura de Barack Obama (1961), a fanfarrice sado-empresarial-politica do deprimente Donald Trump (1946).
Ou seja, Keoma submete enredos para uma condição comparativa filosófica sociológica, que proclama a revisão da história dos Estados Unidos na contemporaneidade, com um cunho “de massa de tomate”, perante questões traumáticas, ao quais, a população do grande irmão do norte, é melindrada a estar consignada, a varrer para fora das suas entranhas um processo civilizatório centralizador, e a colocar a nefasta ideia de democracia para todos, sofrendo com a grande indiferença de grupos como a Ku Klux Klan, ou os Black Panthers que lançam um mar de imoralidade, diante a visão “imunda” de um Estado esfacelado por suas diversidades étnico-políticas,
Inconscientemente Keoma, interpretado por Franco Nero (1941), é um estereótipo do filho renegado por sua terra natal, que volta em pró de uma segunda chance para a remissão dos seus pecados, mas invés disso vê seu pai abandonado, Sam Shannon (William Berger -1928 – 1993), por seus três irmãos adotivos, Butch (Orso Maria Guerrini – 1943 ), Lenny (Antonio Marsina – 1946), e Sam (Joshua Sinclair – 1953).
Por ser descendente de índios, Keoma sofre um relativo “bullying” na infância, e perseguições violentas dentro do próprio lar, o que leva a questionamentos acerca da importância de um debate sobre a adoção de crianças, e a conscientização dos pais perante seus rebentos na questão de uma assimilação sócio-afetiva entre famílias que não possuam em seus membros laços consanguíneos de pureza em suas hemácias.
Vygotsky (1896 – 1934) promove debates “em torno da constituição de um sujeito” que se enxergue como parte de um grupo social, e ao mesmo tempo em que faça sua moral através da primeira educação, no caso de Keoma a “peste e a rejeição” foi o alicerce fundamental para um crescimento de inteligência atormentado pela dor e revolta, e com um sentimento pleno de solidão.
A solidão que busca, para entender por qual foi o objetivo de Deus em sua vida, em uma pátria onde a cor da pele define ao longo do século XIX sua condição de estar vivo ou morto.
A ideia de liberdade está em arcabouços herméticos construídos dentro do próprio lar, que em sobrepô-la a falta de amor, desconstruindo uma imagem autoritária de destruição de integrações morais e soais.
O psicólogo Micheel Argyle (1925 – 2002) em sua densa obra “A Interação Social” (1969), alerta para uma “logística de relacionamentos, levada para uma cultura coletiva”, que não seria diretamente um estereótipo da massificação e sim, uma singularidade ao contrário, de exaurir valores subjetivos, como remediações de uma moral que seja procedente a unir diferentes povos.
O retorno da guerra, e a imagem de miséria, para uma “cidade” ao qual o nome não é se permitido pronunciar, gera em Keoma, uma interpretação para alertar uma conjunção de problemas para uma vida em sociedade que possa propiciar chances de igualdades para todos.
As autoridades, que fecham os olhos para aqueles que são mais fracos, deixa um ímpio da justiça feita a qualquer custo, pelo coldre do revólver sem a chance do “ragazzo” menos favorecido ter a chance de reação.
A sociedade americana vista pelos olhos da “bota europeia”, deflagra a questão de uma exegese para uma educação que possa fazer do mestiço Keoma, a junção de pormenores de respeito nas articulações de uma biologia social, que fique enfocada no comunismo de oportunidades para todos, e que não seja uma visão de brinquedo para aqueles que relutam em aceitar uma mesma comunhão de igualdades.
Desde o filho adotivo, ao desprezo dos irmãos pelo pai já idoso, e a renegação dos valores do lar, seduzidos pelo discurso de concentração poder do Cornel Caldwell (Donald O’ Brien, 1930 – 2003), o enredo desse western comunga de posicionamentos filosóficos, que fazem traslados entre o ateísmo e otimismo, brincando com os encantos de uma morte justa, que não possa ser unicamente justa, e sim possua uma lógica a conveniência do retorno do filho pródigo, diante um cenário de destruição dos laços de afetividade, encarcerado pelo desejo a uma liberdade plena, e de conciliação com uma cultura diferente a ao seu berço familiar natural.
Kevin Costner (1955) no seu turbilhão de bilheteria Dança Com Lobos (1990), demonstra que a relação ente povos, é dogma a ser quebrado, perante natureza de preconceito entrelaçado entre “o conquistador e o conquistado”, usando das palavras do pensador Frantz Fanon (1925 – 1961).
Uma vez conquistador sempre conquistador, não há espaço para renovação de energias, para um pronunciamento de não haver lutas sangrentas, e sim sacralizar a submissão, como um patrimônio natural da humanidade.
Dentro dessa visão de dominação, Keoma é artista “da fome e da destruição”, do humor negro de senso de justiça utilizando das performance literária de Franz Kafka (1883 – 1924).
Não aceita o terror imposto por Caldweel, enfrenta seus irmão em praça pública, se une a um antigo parceiro George (Woody Strode 1914 – 1994), um negro alcoólatra que vive de memórias e glamour, de outros tempos a sua existência, não hesitando em promover banho de sangue, com uma pitada de “Exterminador Do Futuro”, que vai promovendo ao longo se sua jornada de justiça e vingança.
Keoma é um assassino, em nome de uma causa nobre, que mesmo retornando ao seu local de origem, ainda vai permutar o gosto de pólvora em seus dedos, em nome do estabelecimento de uma moral de igualdade, assumindo uma postura de barbarização de um povo pelo outro.
Independente que seja Sioux, ou Pele Vermelha, a Guerra Civil Americana (1861 – 1865), deixaria uma primazia irreconciliável para uma psicologia de alienação de igualdade.
O mar de insatisfação para a uma assimetria de união entre os povos vai ser colocado como um fator, na qual a lei se faz por aquele que responde mais rápido aos dedilhar dos dedos nos gatilhos
Ou seja:
Não há esperança para uma bonificação de atitudes que venham a fazerem todos iguais, e sim um coletivo, sentimento de revolta por não conseguir alcançar sucesso desejado.
A Corrida do Ouro (1848 – 1855), é colocada, como um sentimento da cobiça natural do homem, e pelos quais aqueles que não se encaixam, nesse limiar, estão submetidos, uma metáfora a destruição de sua capacidade raciocínio.
Não pode haver plena satisfação dos desejos mais ímpios e profundos, se não haver um sentimento de materialismo extenuante.
No final do século XIX, com o prolongamento dos dormentes das estradas de ferro, houve em muitas partes do território dos Estados unidos, o enclausuramento de povos indígenas e trabalhadores em espaços de detenção, organizados pelo próprio governo para um controle urbanístico em relação a suas grandes metrópoles.
Karl Marx (1818 – 1883) coloca que com advento do “vapor, houve a convenção do dispor” em relação a claros direitos e deveres que fossem iguais para todos trabalhadores.
A cidade de Keoma é um aglomerado humano a redenção das vontades de Caldweel, que a faz prevalecer perante quaisquer sinais de adventos democráticos.
A melancolia unida a um desejo de vingança faz de Keoma, deixa o instrumento perfeito para novos caminhos de construção de uma moral de destruição do senso comum, indo para uma mitologia pelo qual o faroeste já não se faz, exclusivamente por um gosto de sangue, e sim procura através de uma estética da morte, oferecer, alternativas para um conjunto metafísico ao qual se possa na volúpia a sublevação do desejo de liberdade, descobrir que a humanidade se faz presente, a cada sinfonia megalomaníaca de fazer do prazer, um combate de adereços do filosofar maquiavélico, estreito entre a “verdade” e a busca de um sentido para os grupos humanos mais carentes, ornamentados pelo vazio, no suspense da escravidão, a uma voz, a serem ouvidos, e também percebidos.
É fato que um viés, de alargamento ao principio psicanalítico de uma justiça cega, banhada pelo ímpeto de vingança, comiserado nas ações, de novos certames de menear o combate a um relativo desentendimento de família, que venha envolver toda a cidade, exauri que em vários momentos a história não faz discernimento entre o que seja coletivo ou particular, deixando máculas para um sentimento de destruição, que não propicia entraves em poupar quem quer seja.
Um desfile de maldades que são, condicionadas a um factologia, pelo qual o “western”, está em guerra com o mundo, personificado com os ícones de valentões de Clint Eastwood (1930), Charles Bronson (1921 – 2003) e John Wayne (1907 – 1979).
Magos em realizar interpretações que possuem a simetria do desejo de se fazer presente através de princípios “darwinistas”, de que a sociedade é regida por um ímpeto de atirar, e marcar um caminho de trevas, que angarie o sentimento de luz defronte as ações de grupos humanos que só veem em si próprio um eixo existencial de vida, diante o terror de levar, novos procedimentos de carinho e respeito pelo próximo.
A visão eremita, profética do pistoleiro na redenção por algum sentido de sua vida, deixa um vácuo de elencar, diretrizes tacanhas de uma psicologia do eu, que luta contra a essência natural da maldade, e que não se esquiva de um labor frenesi de interpretação para uma obra de arte, banhada na estética de exterminar o senso-comum, com miserabilidade, no limiar de um sentido real, ao inconsciente coletivo, de novos volumes mentais a lutar contras a tiranias nas flexibilidades de fazer do sofrimento um instrumento de arte, e adulação ao mundo com um viés schopenhaureniano de entrever a redenção, através da calunia, de uma dignidade humana, sem a mediocridade da ambição em se provar seu valor para humanidade, seja ela qual for.
Pico Della Mirandola (1463 – 1494), durante o Renascimento, “esgarçava a dignidade humana”, como um caminho a realizar da morte não unicamente, um projeto de afastamento dos vícios da alma, e sim na produção de uma metafísica do pensamento, em não haver maiores divisões entre os sentidos de vida e morte.
A morte para Keoma, não é uma questão de honra, e sim talvez um elemento que deixe uma semiologia de igualdade para lutar contra seus piores vícios, e a beber do fruto proibido, em balbuciar as vontades em perjurar um sentido de sistema político social, que venha a fazer apelos de clemência para seus piores desejos.
Uma profética, sintonia de lutar contra os desígnios do “criador-mor”, em fazer suas criaturas lutarem no caminho de consolidar espetáculos de horrores aos piores clivos, de uma tempestade injuriosa, de hipocrisias ao qual, o falcão americano não conseguiu cobrir com suas asas, deixando a cicatriz eugênica da cultura branca impregnada ente indígenas e negros.
Mesmo contendo o gosto da massa italiana, e dos temperos da Hollywood da “cidade eterna” de Nero (37 d,C – 68 d.C) , deixa de lado a intenção de mocinho dos faroestes americanos, dando um lampejo de violência pura, a mexer com um frenético mundo, de conflitos étnicos – raciais, que vão marcar de certa maneira o fim do século XIX, nos Estados Unidos, gerando um forte sentimento de revanchismo por parte de culturas menos favorecidas, e sendo os instrumentos para o surgimento de movimentos socioculturais como Black Power, durante os anos de 1960, reivindicando um espaço – cidadão, dos negros, entrando em choque com a supremacia branca da Ku Klux Klan.
O existencialismo em se fazer presente, perante a carência da individuação, e também em não haver mais elementos para uma clara afinidade de criticidade, em promover as trocas multiculturalista, onde “a cidade”, é um fator primordial para uma eloquência de sentimentos e informação provenientes, de uma estilística do belo, como forma de hegemonia diante daqueles que são menos favorecidos, e assim, formar um grilhão sem uma clara identidade humanística, ou seja, uma cultura com jactâncias a um apetite para eliminar a civilidade como forma de adornar relações pessoais e interpessoais, sem meandros de preconceitos.
A vida se confabula, em uma constante reviravolta de atitudes, que venham a delinear, o caminho para um abrupto sentimento de revolta constante, todavia essa revolta se inibe como um incentivo, de levar a uma antropologia do conhecimento, de que as mais simples atitudes podem serem contempladas como sendo embaixadores, de louvores de momentos inesquecíveis, saboreando o gosto simples e belo e do respeito pela dignidade de todas as pessoas.
A luta por dignidade, diante a avareza de seus irmãos de criação, e o sentido imponente a um parricídio que está praticamente eminente a cada segundo, faz de Keoma um pouco do mito de Karamazov (1879), enlaçado, no complexo do poder sem limites com cunho analítico de Hannah Arendt (1906 – 1975), é necessário “tudo ser possível”, para que haja uma psicologia de comoção pelo abominável, velando pelo distanciamento de ética, em favor da barbárie.
Uma barbárie que esteja tangenciada, em lutar por dias, a em que a indignação não esteja presente, mas sim faça a oblação por uma magnitude, de ceifar o espetáculo da vida de maneira, a realizar um romance de desafios, onde o sangue seja substituído por um sentido de respeitabilidade pelo que seja banhado pelos conformes da liberdade, sem os liames, da perseguição moral e política.
A moral, com a engenhosidade, a uma similitude comportamental de não temer a solidão, e sim fazer da solidão, preliminares, aos andrajos de “um contrato social”, em ter o conhecimento necessário, para não degustar do amargo sacrilégio, a uma gnose de sentimentos, ao nominalismo, de se sujeitar os desatinos mais sombrios da alma humana.
O anti-herói emergido das cinzas do pecado não consumado em amar si próprio, Keoma é um uma imagem do esquecimento, ou daquilo que pensamos esquecer, mas jaz presente dentro de uma filmografia sem graça, no sentido teológico de vaticinar o legado humano, de “logos” intelectuais que se fazem atormentados em buscar o porquê da crueldade, como ela sendo algo inexplicável, um sínodo de procurar entender a crueldade performática sendo um pontilhismo de anunciar um ethos de destruição de sobrevivência da humanidade.
Efeitos devastadores, dentro a um espaço de filmagem que deixa a cada momento um ar de mistério predestinado ao sentimento de afastamento da irracionalidade, para uma racionalidade diabólica que não se importa a destruição do tempo, pelo qual cada indivíduo é escravo de si mesmo, em uma pedagogia educacional, de exclusão do que não se encaixa no primor, a elevação de um sistema capitalista, nostálgico, mas concomitantemente atento, em emoldurar homenagens em afastar nichos de igualdades entre pessoas de calibres psicológicos polivalentes entre si.
Um pouco do velho e simplório sentimento de fazer “justiça com as próprias mãos”, enfurece o despertar de uma existência vazia, já que Keoma não esconde o desejo a obliterar uma morte heroica, sufocada pelo cumprimento a premissas de manter a lei através do uso da anti-lei.
Não é sabido, que o cinema de faroeste, projeta um anuncio faústico na visão dos mocinhos diante os bandidos, é necessário uma dose do macabro para deixar um clima de suspense constante no ar, rechaçando a ideia de lutar pelo bem sem realizar artimanhas de provocação a uma substancial carência de silvos, do anuncio da violência pela violência.
Violência pela qual, se ornamenta distâncias entre o realismo mágico, de maldade constante a todo o momento durante as passagens de Keoma, que enaltece o sangue como um teor ávido, de enfurecer o espectador, a acelerar o processo de decomposição da moral existente, dentro o limite do herói, e o justiceiro.
Tanto o herói como o justiceiro, postula aqui uma mistura com a frieza de Paul Kersey da série dos anos de 1970 e 1980, “Desejo de Matar”, com a fúria e senso de dever de mesma época como “Dirty Harry”, unido a candura de um bom mocinho, comparado aos “Jovens Pistoleiros” (1988), recontando a vida de Billy The Kid (1859 – 1881) , nas figuras de Emílio Estevez (1962), Kiefer Sutheland (1966), Christian Slater (1969), Lou Diamond Phillips (1962) e Charlie Sheen (1965).
A questão de uma chance para si mesmo, através da luta pelo dever de justiça, e bem-estar do próximo realiza em Keoma, a conjunção de elementos comportamentais, que enaltecem desde a selvageria extrema, a legalidade de confiança nas instituições políticas, como uma forma de regular os piores preceitos de ambição incutidos em mentes humanas esculpidas tanto em seus desejos particulares, como em ultrapassar o limite entre o certo e errado.
A “Velha Bota”, pisou no idealismo de um estilo de cinema, em que fosse demarcado o estilo de vida do “mocinho”, que sai lutando contra um bando de malfeitores, e culmina com seu alicerce de terra natal vivendo o sonho americano, de vida feliz.
Felicidade é ultima coisa que Keoma encontra, sua felicidade contém as alcunhas do cheiro de morte, é sufocada constantemente com o intuito de provar sempre algo a si mesmo.
A civilização não é digna de piedade, e Keoma sabe disso, não tendo complacência em puxar seu revolver a mais temível ou menor ameaça que sofra.
A ideia complacente de usar a violência somente em último caso, também está longe desse quesito, já que o cheiro de pólvora é algo intrínseco ao seu “modus vivendi”, sendo útil a impor o respeito pela força.
Não há uma teoria da história onde o amor seja um utensílio para aclamar o pistoleiro, carregado de mortes nas costas, a própria morte é um ícone a ser alimentado como um provimento para novas ações de relacionamentos humanos, feitos à base do ódio, do medo, camuflado por respeito, ao qual Franco Nero deixou sua marca, como um dos mais violentos personagens do “western spaghetti”, mas também um dos mais humanos e sensíveis à opressão infringida aos mais carentes.
Dados Técnicos.
Keoma – Filme de 1976, com 1 hora e 45 minutos de duração.
Direção: Enzo G. Castellaria.
Elenco: Franco Nero, Olga Karlatos, William Berger, Orso Maria Guerrini, Antonio Marsina, Joshua Sinclair, Donald O’ Brien, Woody Stroode.…
Fantasia – Faroeste | Itália
Sinopse: Ao final da Guerra Civil Americana, um pistoleiro mestiço, cansado de fazer da morte um meio de vida, retorna para aquilo que um dia costumava ser seu lar. Seu nome é Keoma. Porém, agora sua cidade natal está totalmente destruída pela peste e sob o comando de um homem chamado Capitão Caldwell. Seus meio-irmãos Butch, Sam e Lenny trabalham para o Capitão e Keoma se vê sozinho contra todos eles. Agora ele está preso no meio de uma batalha selvagem entre inocentes colonos, bandidos sádicos e seus meio-irmãos. Em uma terra de ninguém, o grito de um homem ecoa clamando por justiça… a qualquer custo, um preço que será pago a balas!