Rorschach é quase unanimidade entre os fãs de Watchmen. Seu jeito de lidar com as situações conquistou grande parte do público. Pensando nisso resolvi separar todas as falas de Rorschach em seu diário.
Mas, que fique claro, essas são as falas do filme. Os quadrinhos são diferentes. Em outro momento teremos um post sobre os quadrinhos também. Então, sem delongas.
Diário do Rorschach: 12 de outubro de 1985.
Cão morto em beco esta manhã. Marcas de pneu no ventre rasgado. A cidade tem medo de mim. Vi a verdadeira face dela. As ruas são sarjetas dilatadas cheias de sangue. E quando os bueiros transbordarem os vermes vão se afogar. A imundice de tanto sexo e matança vai espumar até a cintura e políticos e putas olharão para cima gritando: “Salvem-nos.” E eu sussurrarei: “Não.” Agora o mundo todo está no limite contemplando o inferno maldito. Todos os liberais, intelectuais, bajuladores, de repente, ninguém mais consegue pensar em nada para dizer. Embaixo de mim, esta cidade horrível grita como um abatedouro cheio de crianças retardadas e a noite exala fornicação e consciências pesadas. Nesta noite morreu um comediante em Nova York. Alguém sabe por quê?
Diário do Rorschach. 13 de outubro de 1985. 20:30.
Rever Dreiberg me deixou um gosto amargo na boca. Um monte flácido de fracasso que se lastima no porão. Por que restam tão poucos de nós na ativa, sãos e sem desvios de personalidade? O 1º Coruja é dono de uma oficina de carros. A 1ª Espectral é uma vadia velha e inchada morrendo num asilo na Califórnia. A capa do Dollar Bill prendeu numa porta giratória e atiraram nele. A Silhouette foi assassinada, vítima de seu próprio estilo de vida indecente. O Traça está num hospício no Maine. Só dois nomes restam na minha lista. Ambos compartilham um aposento particular no Centro de Pesquisa. Tenho que ir até eles. Tenho que avisar ao homem indestrutível que planejam matá-lo.
Diário do Rorschach. 16 de outubro.
Pensei na história do Moloch. Pode ser tudo mentira. Uma vingança planejada durante os anos que passou atrás das grades. Mas se for verdade, o que assustou o Comediante para fazê-lo chorar na frente do Moloch? O que foi que ele viu? E aquela lista que ele mencionou. Edward Blake, o Comediante. Nascido em 1918. Enterrado na chuva. Assassinado. É isso o que acontece com a gente? Sem tempo para amigos? No fim, só os nossos inimigos deixam rosas. Vidas violentas terminando violentamente. O Blake entendia. Humanos são selvagens por natureza. Não importa o quanto tente melhorar, disfarçar, o Blake viu a face verdadeira da sociedade. Preferiu ser uma paródia dela. Uma piada. Ouvi uma piada certa vez. Homem vai ao médico, diz que está deprimido. A vida parece dura e cruel. Diz que se sente só num mundo ameaçador. Médico diz que tratamento é simples. “O grande Pagliacci está na cidade. Vá vê-lo. Isso deve animar você.” O homem se desfaz em lágrimas. “Mas, doutor”, diz ele. “Eu sou o Pagliacci.” Boa piada. Todo mundo ri. Rufa o tambor. Cortinas.
Diário do Rorschach. 21 de outubro de 1985.
Na 43ª com a 7ª, vi Dreiberg e Júpiter saindo do restaurante. Eles não me conheciam sem a máscara. Um caso? Ela partiu o coração do Manhattan para armar o exílio dele e abrir caminho para o Dreiberg? O Manhattan tem algum coração a ser partido? O assassino do Veith era um vagabundo local chamado Roy Chess. Achei pistas no apartamento dele. Parece que trabalhou na Pirâmide Transnacional. Já vi essa logomarca antes. Na casa do Moloch.
Diário do Rorschach. Último registro.
Veidt está por trás de tudo. Por quê? Qual o objetivo? Não posso imaginar um adversário mais perigoso. Eu dizia que ele era tão rápido que pegaria uma bala. Ele podia matar nós dois na neve. É para onde vamos agora. Antártica. Esteja eu vivo ou morto quando estiver lendo isto, só espero que o mundo sobreviva o suficiente para você receber isto. Vivo a vida livre de compromissos e avanço rumo às sombras sem me queixar. Rorschach, 1º de novembro.
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