Você já assistiu “Crimes e Pecados”? Pois saiba que esse texto apresenta spoilers da obra.
Em 1989 Woody Allen nos apresentou Judah (Martin Landau), um bem sucedido oftalmologista que tem um relacionamento extraconjugal com Dolores (Anjelica Huston), durante dois anos esse relacionamento foi bem, mas tudo muda quando Dolores decide que quer ser a única na vida de Judah, para isso ela ameaça-o, a solução encontrada pelo doutor é planejar seu assassinato.
Em paralelo temos Cliff (Woody Allen), um produtor fracassado que vê seu casamento naufragar e uma nova paixão florescer, o único problema é seu cunhado bem sucedido Lester (Alan Alda) que estraga seu casamento e seu “novo relacionamento”.
A vida é complicada, várias questões sem resposta existem, e Woody Allen aborda elas nesse longa. Vale tudo para manter as aparências? Qual o preço do sucesso? No final seremos felizes? Essas são algumas das várias perguntas que a trama apresenta, Allen faz uso da filosofia e da religião para tentar nos explicar essas coisas, e nada melhor do que a frase dita pelo próprio diretor…
“Nós somos a soma das nossas decisões”.
Ou, para que fique mais claro..
“Você só pode viver as tristezas e alegrias da vida que você escolheu, pois se você tivesse feito outras escolhas, viveria tristezas e alegrias diferentes”.
Essa segunda frase eu escutei do professor Clóvis de Barros Filho, e se encaixa perfeitamente nesse contexto, quando você escolhe ser professor deixa de lado a oportunidade de ser astronauta, quando você escolhe ser solteiro automaticamente opta por não constituir uma família, e em todos os casos você terá alegrias e tristezas diferentes, é inevitável, a única certeza é que em toda escolha você tem a chance de ser feliz, ou não.
E quando você compreende isso, que é só você quem irá assumir as consequências pelos seus atos, sua vida muda, é isso que a trama aborda, quando Judah comete o assassinato ele busca através da religião a resposta pelos seus atos, uma busca por respostas para perguntas que não foram feitas, e quando ele percebe que a vida continua e que “ninguém liga” para tal acontecimento ele descobre que finais felizes não existem.
“Se quer um final feliz, vá ver um filme de Hollywood”.
Infelizmente a vida não é o barzinho do fim de semana, ela é o desemprego que assombrou Cliff, ela é a paixão perdida para a pessoa que você mais odeia, aqui no caso Cliff perdeu para Lester, a vida é mais amarga do que doce, porém como diria Barney Stinson, se todos os dias forem legendários, como saberemos que dia foi legendário?