A infância é o momento mágico da vida de um ser humano. Para Jimmy não foi diferente, foi dessa época que veio sua inspiração para criação do grupo “Darwins”. Nessa entrevista ele nos fala um pouco sobre seus sonhos, trabalhos e, ainda, nos conta um pouquinho como anda o cenário de quadrinhos nacionais.
Então, sem mais delongas…
1 – Jimmy. Você tem um grupo de heróis chamado “Os Darwins”. Fale um pouco sobre como surgiu a ideia de criação desse grupo.
Olá, Pessoal! Bem, a ideia de criação dos Darwins é antiga, coisa de quando eu era criança. Sempre gostei de histórias de heróis (sejam em revistas, filmes, animações…) e, na verdade, a ideia começou com meu irmão mais velho. Quando éramos crianças, ele desenhou a nós e a nossos amigos com os poderes de nossos heróis preferidos, ou com algum poder relacionado a alguma característica pessoal que possuíamos (por exemplo, havia um que se chamava “Desastre”, pois era baseado em um amigo bastante desastrado, e outro que se chamava “Pivete-Voador”, (risos)… Tínhamos todos por volta de cinco a doze anos de idade na época – eram os anos 80). Éramos ao todo um grupo de vinte e cinco heróis que ele chamava de Super Crianças. Essa foi minha “influência-mor” para que também começasse a seguir a mesma fórmula. Criar heróis baseados em pessoas reais com os poderes de meus heróis preferidos, ou com alguma característica particular da pessoa em que estivesse me baseando em questão. No caso dos Darwins, é evidente que os mesmos são baseados em meus irmãos e eu.
2 – Aproveitando, conte a história de origem e os poderes do seu grupo.
Na revista Nº 3, que ainda não lancei (na verdade, até agora publiquei apenas a Nº 1, pela Universo), brinco com essa questão da origem dos poderes dos mesmos. Eles são paranormais e já nasceram com os poderes, sem a menor explicação, o que os fazem acreditar que possuem algum tipo de “dever a cumprir”, uma missão divina, ou algo assim. O nome Darwins também sugere algo relacionado à “evolução natural”, mas reafirmo, eles não são mutantes (risos), eles são paranormais.
Os poderes dos mesmos são baseados em meus heróis estadunidenses preferidos (não tenho problema nenhum em confessar que me baseei em heróis estrangeiros para desenvolver os meus), a saber: Charles Darwin e Jenny Darwin são baseados no Superman (uma alusão à sua visão de calor e sopro super-gelado); William Darwin é (acredite se quiser) baseado em Leon S. Kennedy, de Resident Evil (acho interessante ver como os heróis dos games parecem puxar armas “do nada”, rsrsr) mas tentei deixa-lo com uma pegada meio Lanterna Verde, por isso ele cria armas a partir da luz; Jimmy Darwin é o telepata telecinético do grupo, baseado no professor X e em Jean Grey respectivamente; e Jonny Darwin é baseado no Raio Negro, da DC.
3 – Você tem mais algum personagem? Ou tem a intenção de criar algum outro herói?
Tenho muitos engavetados (risos)… A exemplo, tive a intenção de criar vinte heróis bastante voltados para algumas personagens da história nacional, bem como para alguns fatos históricos brasileiros. A intenção era mesclar história fictícia com história real. Infelizmente a pouca disponibilidade de tempo me fez deixa-los na gaveta. De uns tempos pra cá até vi alguns personagens bem parecidos, o que me fez jogá-los ainda mais no fundo da gaveta pois, lança-los agora poderia parecer um plágio (apesar que segundo o velho guerreiro, “nada se cria, tudo se copia”). Também já tive a intenção de fazer histórias sobre lutadores marciais e sobre Teorias de Conspiração.
Esses dias conversei com um amigo sobre a possibilidade de produzirmos uma minissérie (em três ou quatro edições, pois ainda estou desenvolvendo o roteiro) sobre os “clichês” que sempre funcionam em histórias de Super Heróis. É possível que no começo do próximo ano já tenha alguma novidade sobre esse projeto.
4 – Como você enxerga o mercado de quadrinhos nacionais? E como você se enxerga nesse meio?
Acredito que os quadrinhos nacionais estão vivendo uma boa fase (não chega a ser excelente, mas está melhorando a cada dia). Muitas pessoas que anteriormente apenas criticavam (ou até desconheciam) já estão olhando para as produções nacionais com bons olhos, e a qualidade dos quadrinhos nacionais vem crescendo de maneira bastante visível. Até já se ouve falar da produção de um filme sobre um personagem do quadrinho nacional que vem ganhando a admiração de leitores d’aquém e d’além-mar. Algo assim não é bom apenas para o personagem em questão, mas para todos os personagens nacionais, pois faz com que as pessoas percebam o potencial nacional e desenvolvam o interesse em conhecer mais super-heróis tupiniquins.5 – Qual seu maior sonho dentro da profissão?
Como muitos quadrinistas indies nacionais, não vivo exclusivamente da nona arte. Tenho outra ocupação, o que reduz bastante meu tempo para a produção de quadrinhos. Viver da quadrinização é um sonho? Talvez… mas sem dúvida alguma, o maior sonho é simplesmente poder contar histórias e ver pessoas lendo as histórias que conto. Acredito que qualquer pessoa que produz um roteiro quer que pessoas prestem atenção na história que se está contando. Até o momento tenho encarado tudo como um hobby, e tem sido muito gratificante poder conhecer pessoas do meio. Quando pessoas me perguntam: E aí? Quando vai sair a número dois? – Me sinto bastante realizado, pois é sinal que alguém leu, gostou, e está ansioso para ver a continuação.
6 – Quais são seus trabalhos atuais? E projetos futuros?
Apesar de ter publicado apenas uma edição de Os Darwins, a aventura completa se dará em quatro edições (estou concluindo a quarta) e será seguida por duas edições especiais contando a história dos filhos dos Darwins (se chamará Darwins, a nova geração). A intenção dos especiais será mostrar que o que começou com eles (evolução?) se seguirá pelas gerações adiante. Já desenhei alguns rascunhos dessa “nova geração” e pretendo concluir tudo até o ano que vem. Mas só será possível lançar quando a crise financeira nacional der uma amenizada (risos).
Também, como supracitei, estou desenvolvendo um roteiro sobre os “clichês” que sempre se repetem nas histórias de super-heróis e que curiosamente sempre dão certo. Nessa história pretendo parodiar bastante os enlatados estadunidenses. Apesar de ser uma paródia, não será uma comédia. Em meio a toda praxe irá desenrolar-se uma aventura que terá um final bastante “esperado” (esperado mesmo, e não inesperado).
7 – Jogo rápido. Melhor e pior filme baseado em HQ? Melhor quadrinho e herói nacional? Melhor quadrinho e personagem estrangeiro? Herói mais criativo que você já viu?
Melhor filme: Superman II – A Aventura Continua (1980)
Pior filme: Mulher-Gato (2004)
Melhor quadrinho nacional: A Tribo, Perseu & Aline: Carrapato (Tony Brandão e Junior Cortizo)
Melhor herói nacional: Os Invictos (Rafael Tavares)
Melhor quadrinho estrangeiro: Action Comics
Melhor personagem estrangeiro: Superman (Jerry Siegel, Joe Shuster)
Herói mais criativo que já vi: Catalogador (Lancellot Martins)
8 – Quem é Jimmy Darwin?
Sou o último de minha espécie, enviado à Terra a bordo de uma nave pouco antes de meu planeta explodir.
Na verdade, sou um cara muito comum, do tipo que você passa pela rua e nem percebe. Bastante família, casado com a belíssima Josy e pai da ultra belíssima Ashley, incrivelmente caseiro. Cristão. Amo quadrinhos, histórias e filmes de heróis. DCnauta confesso.
A propósito, “Darwin” significa “estimado amigo”.
9 – Deixe os contatos onde os leitores poderão adquirir suas histórias e falar com você.
Podem acessar a Fan Page de “Os Darwins”.
Jimmy, o HQ’s com Café agradece o tempo concedido. Desejamos sucesso nessa sua caminhada, e se você quiser falar alguma coisa, essa é sua hora.
Bem pessoal do HQ’s com Café, eu realmente agradeço pela oportunidade de falar um pouco dos meus projetos.
São espaços assim que nos motivam e nos ajudam a divulgar nosso trabalho, bem como também conhecer o trabalho de outros artistas (e tem muita gente boa por aí).
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