Woody Allen é um diretor magnífico. Alguns de seus filmes parecem sempre ter a mesma cara. Ele usa “os mesmos atores”.
(Diane Keaton antes desse filme já tinha trabalhado com o diretor em: A Era do Rádio – 1987 | Manhattan – 1979 | Interiores – 1978 | Annie Hall – 1977 | O Dorminhoco – 1973 e Sonhos de um Sedutor – 1972)
Sua atuação é sempre parecida. E as histórias parecem se repetir. Bom, nesse ponto você deve estar se perguntando…
“Se ele faz tudo repetido, por qual razão ele é magnífico”?
É simples. Ele consegue entreter o telespectador na trama. “Um Misterioso Assassinato em Manhattan” é o típico filme despretensioso. Larry (Woody Allen) e Carol (Diane Keaton) formam aquele casalzinho que está casado faz tempo e o casamento já caiu na rotina. Tudo é desinteressante e sem graça. Mas isso muda no dia que eles conhecem Paul e a senhorita Lillian House, seus vizinhos.
Pouco depois de conhecer o casal a senhora House sofre um infarto e acaba morrendo. A trama leva cerca de 10 minutos para causar essa morte. O que é muito bom, pois não temos enrolação. Mas existe algo estranho, Paul parece não dar muita importância para morte de sua esposa, pelo menos é isso que Carol acha.
Nessa altura entra Ted (Alan Alda), outro personagem que já tinha trabalhado com Allen em Crimes e Pecados | 1989. Ted apoia Carol em seu pensamento e sugere que a senhorita House foi assassinada. Pronto, Carol decide pedir ajuda para o jovem senhor para investigar o possível assassinato. Ted é o típico viúvo boa pinta. Ele apoia Carol em tudo, coisa que Larry não faz. Lógico que isso causa um certo ciúme no marido.
Para quem assiste filmes do Woody Allen sabe que existe um padrão “woodyalliano” de filmagem (isso existe???). O longa apresenta quase todos. O roteiro é bem escrito, apresentando apenas uma falha que irá te incomodar um pouco. As atuações mantém um padrão mediano. Apenas Carol se destaca com sua carga dramática e coragem.
A trilha sonora composta é toda instrumental, isso deixa o longa “gostoso” de se assistir. Temos planos de câmeras que não trazem inovações, aliás, em apenas uma cena temos um plano médio com uma divisão no meio, coisa bem sútil, que sugere que o casal naquele momento estava dividido. Porém faltou um pouco mais de criatividade no restante do longa.
As piadas inseridas por Allen também são sutis. Gargalhadas nem pensar, apensa sorrisos de canto de boca. Os diálogos não são tão afiados como em outras obras do diretor. Mas eles se mantém, mesmo sem ter nada de genial.
No geral temos uma casamento que caiu na rotina, um possível assassinato e um Woody Allen um pouco abaixo, mas quem acompanha o diretor sabe que um Woody abaixo de seu potencial ainda é melhor que a grande maioria.
Nota 7.
Um Misterioso Assassinato em Manhattan (Manhattan Murder Mystery).
Direção: Woody Allen.
Roteiro: Woody Allen e Marshall Brickman.
Nacionalidade: EUA.
Filme de 1993 com 1 hora e 48 minutos de duração.
Sinopse: Carol (Diane Keaton), uma dona de casa entediada, cisma que o velhinho que mora ao seu lado matou sua esposa. Obcecada pelo caso, insiste que seu marido Larry (Woody Allen) a ajude a resolver o mistério, mas ele acha que ela está exagerando. O recém divorciado Ted (Alan Alda) resolve ajudá-la na investigação, deixando Larry morto de ciúmes.