Filme de 1971 com 1 hora e 54 minutos de duração.
Sinopse: Hank Stamper (Paul Newman) e seu pai, Henry Stamper (Henry Fonda) possuem e administram uma madeireira independente no Oregon. Quando o meio irmão de Hank, Leland (Michael Sarrazin) retorna após dez anos ausente, a tensão entre pai e filhos começa a surgir. Leland guarda ressentimento do pai devido ao tratamento que ele dava a sua falecida mãe. Henry não gosta da maneira “hippie” de pensar do seu filho pródigo. E Hank enxerga Leland como uma ameaça para a sua posição no negócio da família. Ele tem um bom motivo para se preocupar. Não faz muito tempo que a sua esposa negligenciada começou a ter um caso amoroso com o seu irmão. E é no meio deste cenário tenso e conturbado, que os homens da família Stamper precisam lutar com todas as suas forças para defender o seu negócio contra os furiosos madeireiros da região, que estão em greve e exigem que eles parem também.
Opinião com Café.
Quando assistimos alguma obra, esperamos que ela nos agregue algum tipo de conteúdo. “Uma lição para Não Esquecer” agrega, a família Stamper te traz lições valiosíssimas e ao mesmo tempo mostram várias atitudes para não tomarmos.
A parte técnica do filme não é nenhum esplendor, muitos diálogos são bem simplórios, frases de efeitos não existem e o didatismo empregado para explicar como se corta madeira é extenuante, vários minutos são gastos mostrando como é feito o trabalho em uma madeireira e quase duas horas de filme poderiam se transformar em uma hora e meia.
Dentre as atuações quem mais se destaca é Henry Fonda (Henry Stamper), o velho te dá asco várias vezes, e uma família que era para ser amada é odiada por causa desse senhor e seu método de vida.
De resto temos mise-en-scènes comuns e atuações medianas.
Então como um filme desse agregaria alguma coisa?
Vamos começar pela questão do machismo, Henry Stamper é o retrato machista da sociedade, em sua casa mulheres não tem opinião e só servem para os serviços domésticos/sexuais, por sua vez, todas elas são extremamente submissas e não fazem o mínimo de esforço para se expressarem. Em alguns pontos da trama a evidência de maus tratos é tamanha que causa um certo mal estar na gente. Palavras simples como “muito obrigado” e “por favor” não existem no vocabulário masculino (Leland | Michael Sarrazin) é o único que respeita as moças da casa).
Porém o grande ponto na trama é uma ambiguidade que nos faz pensar muito.
Aviso de Spoilers, só continue se já tiver assistido o filme.
Uma greve estava ocorrendo, só a família Stamper não se aliou, foi nesse ponto que a história do filme girou. O duplo sentido aqui é gigantesco. Por eles não se alinharem a greve, bateram de frente com o sistema das madeireiras, porém eles se renderam ao sistema das grandes empresas. Notaram o quão complexo isso é?
Henry Stamper e Joe Ben Stamper (Richard Jaeckel) deram suas vidas para que o negócio funcionasse, em certo momento Henry fala que eles trabalham para continuar tocando a vida, depois disso eles podem: dormir, transar, comer, beber e continuar tocando. E finaliza dizendo que isso é tudo.
Será que é só isso mesmo? Vale tudo para cumprir metas? Vale ser arrogante com todos que o cercam? Vale trabalhar para tocar a vida?
“Uma Lição para Não Esquecer” realmente é uma lição para não esquecer, em um longa de duas horas vimos como não tratar nossas mulheres. Como não se render ao sistema e ao mesmo tempo ficar de joelhos para ele. Aprendemos a valiosa lição de não desistir nunca, mas o mais importante foi que aprendemos como que o trabalho dignifica e mata o homem ao mesmo tempo.
Nota 7.5