Uma obra atemporal, que traz valiosas lições sobre como manter o poder – seja por meios morais ou imorais -, hoje eu trago as frases do livro O Príncipe.
Então, sem delongas…
Estando presente o soberano, as desordens são percebidas no nascedouro, e é possível remediá-las a tempo; já em sua ausência os distúrbios só são notados quando não há mais remédio.
Com as colônias não se gasta muito, já que elas podem ser assentadas e mantidas com pouca ou nenhuma despesa; os únicos prejudicados são aqueles a quem tiraram os campos e as casas para dá-los aos novos moradores, que são uma parte mínima de todo o Estado; e aqueles que são ofendidos, estando disperso e na pobreza, jamais poderão ser nocivos; quanto aos demais; se por um lado permanecem ilesos – e por isso deveriam aquietar-se -, por outro temem incorrer em erro e, deste modo, sofrer a mesma espoliação que coube a outros.
Os romanos fizeram o que todos os príncipes sábios devem fazer: não se concentrar apenas nos distúrbios presentes, mas também nos futuros, fazendo de tudo para evitá-los, pois com a prevenção é possível remediá-los mais facilmente, ao passo que, quando se espera demasiado, o tratamento não chega a tempo, porque a doença já se tornou incurável.
O desejo de conquista é algo realmente muito natural e comum, e aqueles que têm êxito na empreitada serão sempre louvados, ou pelo menos não criticados; porém, quando não têm força para tanto e querem realizá-lo a qualquer custo, ai reside o erro, dai decorre a crítica.
Jamais se deve deixar que um distúrbio se alastre a fim de evitar uma guerra, porque a guerra é inevitável, e postergá-la só traz vantagens ao adversário.
Donde se deduz uma regra geral, que nunca ou raramente falha: quem cria o poder de outrem se arruína, porque tal poder se origina da astúcia ou da força, e ambas são suspeitas a quem se tornou poderoso.
Se engana quem acredita que grandes personagens se esqueçam de injúrias antigas com benefícios novos.
Não se pode dizer que haja virtude em exterminar concidadãos, trair os amigos, não ter fé nem piedade nem religião, pois é possível conquistar o poder por esses meios, mas não a glória.
A crueldade bem empregada – se é lícito falar bem do mal – é aquela que se faz de uma só vez, por necessidade de segurança; depois não se deve perseverar nela, mas convertê-la no máximo de benefícios para os súditos. Mal usadas são aquelas maldades que, embora a princípio sejam poucas, com o tempo aumentam em vez de se extinguirem. Os que seguem o primeiro método podem remediar seus governos perante Deus e os homens, como no caso de Agátocles; quanto aos outros, é impossível que se mantenham no poder.
Pelas contínuas e renovadas injúrias, não poderão confiar nele. Por isso as injúrias devem ser cometidas de uma vez só, de modo que, por sua brevidade, ofendam menos ao paladar; ao passo que os benefícios devem ser feitos ao poucos, para que sejam mais em saboreados.
Portanto, em tempos incertos, ele sempre terá dificuldade de encontrar gente de confiança; de modo que o príncipe não pode basear-se naquilo que vê em tempos de paz, quando os cidadãos têm necessidade do Estado, pois nessa época todos acorrem, todos prometem, e cada um se dispõe a morrer por ele, já que a morte está longe; porém, nos período adversos, quando o Estado necessita dos cidadãos, então poucos se apresentam. Essa experiência é ainda mais perigosa porque só pode ser realizada uma única vez; é por isso que um príncipe sábio deve cogitar um meio de fazer com que seus cidadãos, não importa o tempo que faça, precisem sempre de e do Estado – e daí em diante lhe será sempre fiéis.
Portanto um príncipe não deve ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer atitude arbitrária, que não a guerra, com suas disposições e disciplina; pois ela é a única arte que se espera de quem comanda, e é por virtude dela que não só se mantêm os que já nasceram príncipes, mas também, frequentemente, chegam ao poder homens de fortuna pessoal. Ao contrário, vê-se que, quando os príncipes pensaram mais em delicadezas que nas armas, perderam seus Estados; e a primeira causa dessas perdas está em negligenciar essa arte, assim como a razão que leva às conquistas etá em ser um mestre nessa arte.
O homem que quiser ser bom em todos os aspectos terminará arruinado entre tantos que não são bons. Por isso é preciso que o príncipe aprenda, caso queira manter-se no poder, a não ser bom e a valer-se disso segundo a necessidade.
Com aquilo que não é dele nem de seus súditos o príncipe pode ser mais pródigo, como foram Ciro, César e Alexandre, pois despender o que é de outrem não diminui, mas aumenta sua reputação: somente o dispêndio do que é próprio o prejudica.
Um príncipe não deve preocupar-se com a má fama de cruel se quiser manter seus súditos unidos e fiéis, pois com pouquíssimos atos exemplares ele se mostrará mais piedoso que aqueles que, por excesso de piedade, permitem uma série de desordens seguidas de assassínios e de roubos: estes costuma prejudicar a todos, ao passo que aqueles, ordenados pelo príncipe, só atingem pessoas isoladas.
Daí nasce uma controvérsia, qual seja: se é melhor ser amado ou temido. Pode-se responder que todos gostariam de ser ambas as coisas; porém, como é difícil conciliá-las, é bem mais seguro ser temido que amado, caso venha a faltar uma das duas.
Os homens têm menos escrúpulos em ofender alguém que se faça amar a outro que se faça temer: porque o amor é mantido por um vínculo de reconhecimento, mas, como os homens são maus, se aproveitam da primeira ocasião para rompê-lo em benefício próprio, ao passo que o temor é mantido pelo medo da punição, o qual não esmorece nunca.
Quando o príncipe está com seus exércitos e tem sob seu comando multidões de soldados, não deve importar-se absolutamente com a fama de cruel, pois sem ela não se mantém um exército unido nem disposto ao combate.
Homens são tão simplórios e obedientes às necessidades imediatas que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar.
Todos veem aquilo que você parece, poucos tocam aquilo que você é.
Um príncipe não deve temer as conjuras quando tiver o povo a seu favor; porém, caso a população o odeie e seja sua inimiga, haverá motivos para temer tudo e todos.
Os príncipes devem transferir as decisões importunas para outrem, deixando as agradáveis para si.
Uma vez que, não podendo evitar o ódio de alguns, os príncipes devem antes de tudo esforçar-se para não serem odiados pela maioria: e, se isso não for possível, devem com todo engenho tentar escapar ao ódio dos grupos mais poderosos.
O que é um defeito comum entre os homens, não prever a tempestade na bonança.
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