Quando dei o play para assistir Um Lindo Dia na Vizinhança, dei de cara com Mister Rogers, um simpático apresentador que fala que vai nos contar uma história sobre perdão.
Sabem o que isso significa? “Perdoar”? É uma decisão que tomamos de libertar uma pessoa dos sentimentos de raiva que temos por ela. É estranho, mas, às vezes o mais difícil é perdoar aqueles que amamos. – Mister Rogers.
Na história nós conhecemos Lloyd, ele é um escritor, está ganhando um prêmio, mas quem ele entrevista, normalmente não gosta dos resultados. Acham que ele pega muito pesado.
Ali nós logo vemos que o contato que ele tem com o pai é inexistente, por problemas do passado.
O grande ponto é que o pai, de seu jeito atrapalhado, está tentando retomar contato, Lloyd, por sua vez, não quer nem ver o velho.
Nesse meio tempo de brigas entre eles, Lloyd recebe a missão de entrevistar o Mister Rogers, que o recebe muito bem e começa trabalhar como um psicólogo, falando dos problemas do passado e tocando em feridas de Lloyd (que sempre se manteve fechado).
A realidade é que o perfil de Lloyd é muito comum entre nós, homens, a gente cresce com aquele aprendizado de que se abrir é frescura e de que homem resolve tudo que tem que resolver.
É fato que os problemas estão ai e nós temos que resolvê-los. Assim como é fato que, se abrir com alguém, nem que seja de vez em quando, faz bem.
Lloyd não sabia lidar com os sentimentos relacionados ao pai e foi no Mister Rogers que ele encontrou uma espécie de abrigo para se abrir.
Não há vida normal sem sofrimento. – Mister Rogers.
– Como você lida com isso? – Lloyd Vogel.
Há muitas maneiras de se lidar com seus sentimentos sem magoar a si mesmo nem a mais ninguém. – Mister Rogers.
– É? Como? – Lloyd Vogel.
Bom, você pode socar uma bola de argila. Ou nadar à toda velocidade. Ou tocar todas as notas graves do piano ao mesmo tempo. – Mister Rogers.
Foi em um terceiro, que ele só via na televisão, que um pouco de suas angústias foram dissipadas, mesmo que contra sua vontade, no início.
Foi através de um terceiro que ele conseguiu perdoar seu pai, de algo que ele mesmo achava imperdoável.
A vida é assim mesmo, a gente sempre acha que o problema é o outro. Que o tóxico é outro. Sendo que não existem pessoas más e boas, existem momentos em que somos bons, existem momentos que somos maus.
Algumas pessoas potencializam nosso pior lado, outras, como Mister Rogers, potencializam nosso lado bom, cabe a gente discernir quais são as pessoas que nos fazem melhores pessoas.
Cabe a gente discernir os momentos em que nós somos os tóxicos e melhorar, para que não machuquemos o outro, afinal, perdoar é melhor do que pedir perdão.
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