Baseado em fatos reais, o filme se passa em Nova York, nos anos 70, onde o jovem policial Frank Serpico, interpretado pelo grandioso Al Pacino é incorruptível. Ali, ao dar o play, estamos começando ver um filme sobre a imortal corrupção.
Sim, meu amigo, imortal. Alguns até tentam impedi-la, mas, como é dito pelo Capitão Nascimento no final de Tropa de Elite 2 (…) O sistema entrega a mão para salvar o braço. O sistema se reorganiza, articula novos interesses, cria novas lideranças. E custa caro. Muito caro. O sistema é muito maior do que eu pensava. Não é à toa que entra governo, sai governo, a corrupção continua. O sistema é foda.
Ali, cercado de corrupção, Serpico se mantêm íntegro, não deixando que toda falta de hombridade de seus companheiros o corrompa e, o melhor (ou pior), ele deixa muito claro sua insatisfação com o sistema corrupto, é óbvio que isso coloca sua vida em risco.
O que ele ganha com isso?
Talvez o direito de deitar e dormir em paz (ou quase), mas quem é corrupto também dorme em paz, não? Será que alguma coisa lhes tiram o sono?
Durante a obra você ficará revoltado por ver o sistema todo comprometido e lembrará dos dias atuais, mas se você ler sobre a antiguidade, logo descobrirá que a corrupção é tão certa quanto a morte.
Onde existem homens negociando, existe corrupção.
São todos corruptos e ninguém se importa! – Frank Serpico.
Puxe pela história, passe pela Roma Antiga, veja Judas se corrompendo para entregar Jesus, negro vendendo negro como escravo. Olhe ao redor e veja a corrupção sendo feita em todos os níveis da sociedade, na parte mais baixa e na mais alta.
Se corrompa ou se revolte. Frank Serpico não se corrompeu e foi, em diversos momentos, questionado sobre o motivo de aceitar propina. Em alguns momentos foi indagado porque demorou tanto para denunciar os esquemas, sendo que, sempre que ele tentava, algum superior barrava as informações que Serpico levava.
Tais indagações davam nítida impressão de que o errado era Serpico, não o sistema.
Alias, Francesco Vincent Serpico nasceu em 1936, hoje é um policial aposentado e ficou famoso por ter sido o primeiro policial a ter testemunhado contra a corrupção da corporação policial. Após testemunhar ele pede desligamento do cargo e se muda.
O motivo da mudança? Talvez tenha sido para preservar sua vida, já que em uma ação policial ele foi deixado por ‘seus companheiros’ para ser morto. Felizmente ele sobrevive, mas não sem perder a audição do ouvido esquerdo.
Serpico, no final, abandona tudo, é óbvio que, ele sempre continuará lutando contra esse sistema podre, assim como é fato que ele jamais o vencerá, afinal, em certa altura do filme ele mesmo fala que o sistema todo é corrupto.
Vez ou outra é necessário que um Serpico apareça, para que não caiamos em desgraça total (será que já não estamos nela?)
Agora, se você me perguntar se existe receita para acabar com esses esquemas?
Lhe respondo.
Sem dúvida.
Qual?
A extinção da humanidade, pois, enquanto um animal conhecido como homo sapiens caminhar sobre essa terra, crueldade, injustiça e tudo o que há de vil existirá. Não adianta florear, o homem, em sua essência, é um animal, o pior de todos, nem sua própria espécie respeita.
(…) espero que, no futuro, os policiais não passem pela frustação e a ansiedade que passei, nos últimos cinco anos, nas mãos de meus superiores, por minhas tentativas de denunciar corrupção, eu senti que os havia incomodado com uma tarefa indesejável. O problema é que ainda não existe o ambiente moral no qual um policial honesto possa agir sem temer ser ridicularizado ou sofrer retaliação. A corrupção policial não existe se não for tolerada em altos níveis do Departamento. – Frank Serpico.
E você concorda que Serpico é um Filme sobre a Imortal Corrupção?
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