Filme de 1977 com 1 hora e 33 minutos de duração.
Sinopse: Alvy Singer (Woody Allen), um humorista judeu e divorciado que faz análise há quinze anos, acaba se apaixonando por Annie Hall (Diane Keaton), uma cantora em início de carreira com uma cabeça um pouco complicada. Em um curto espaço de tempo eles estão morando juntos, mas depois de um certo período crises conjugais começam a se fazer sentir entre os dois.
Opinião com Café.
Muitas vezes a tradução dos títulos de filmes fica melhor do que o nome original, como é o caso de Airplane, que virou, Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu, mas existem casos que o contrário também ocorre, e Annie Hall dirigido pelo brilhante Woody Allen virou, “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”.
Esse filme conta a história de Alvy Singer (Woody Allen), humorista, divorciado, que vai no psiquiatra há 15 anos, ele usa nos seus shows os temas da sua vida para entreter a platéia. Um belo dia ele se apaixona por Annie Hall (Diane Keaton), uma cantora iniciante, que é meio paranoica, depois de um tempo juntos, com muitas brigas e voltas, eles resolvem morar na mesma casa.
Reparem que em nenhum momento eu disse que eles ficam noivos, eu não disse isso porque eles não ficam noivos realmente, eles apenas vão morar juntos, e a grande questão vem ai, qual o motivo do nome Noivo Neurótico, Noiva Nervosa?
Felizmente essa tradução pífia foi a pior coisa que aconteceu no filme.
Woody Allen se encaixa perfeitamente no papel criado por ele próprio, seu personagem é cheio de fobias e manias, além de ser depressivo e ansioso, e isso fica evidente no modo como ele utiliza um jeito de se comunicar muito rápido, quase sem respirar, isso faz com que um filme que não tenha cena de ação deixe você sem fôlego.
Logo de cara quando somos apresentado a Alvy, já notamos que o filme não seria apenas uma simples produção, ele começa se apresentado e tentando entender o motivo da separação com a Annie, e com a mini-introdução que ele faz somos jogados a uma falta de cronologia impressionante, estamos no passado, vamos para o futuro e voltamos para o presente, a situações imaginadas, e situações reais, podemos escutar o pensamento das pessoas, e em muitos momentos ocorre a quebra da quarta parede, isso faz com que um filme de 1977 seja extremamente atual, pois além de inovar na questão das filmagens ele não utiliza em momento algum coisas mirabolantes e situações surreais, são todas coisas do dia-a-dia retratada na forma mais crua possível.
Annie é perturbada, no começo ela tem dificuldades para conversar com Alvy, falta confiança na moça, além de ter que fumar maconha para transar, ela começa a frequentar o psiquiatra a pedido de Alvy, e ali tem uma sacada interessante também, tem um momento que a tela divide-se em duas partes, uma foca Annie a outra Alvy, e vemos quais são os problemas dos dois, em certa altura da consulta ela fala que transa quase o tempo todo, três vezes por semana, Alvy, por sua vez, diz que quase não transa, apenas três vezes por semana, diz ele, a mesma situação retratada de ângulos opostos, essa jogada é genial.
Com o decorrer da trama é possível notar que essas pequenas coisinhas do dia-a-dia foi o que implodiu o relacionamento dos dois, e a vida do Alvy consequentemente.
Os cortes de câmera, as inovações feitas, os diálogos bem construídos, as reflexões propostas, e alguns alívios cômicos que funcionam, o filme tem um tom de seriedade, melancolia, e ao mesmo tempo, comicidade. Tudo se encaixa perfeitamente, uma verdadeira obra prima de Woody Allen.
Nota 10.