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Hannibal | Filme vs Livro

Livros e filmes são duas mídias totalmente diferentes, ambos tem vantagens e desvantagens. Só uma coisa é certa, quando um livro faz muito sucesso, ele certamente acaba indo para as grandes telas.

John Green até pouco tempo atrás foi febre com “Cidades de Papel” e com “A Culpa é das Estrelas”. Os livros de George R. R. Martin viraram a aclamada série “Game of Thrones”, e o que dizer das HQ’s de Robert Kirkman que virou o fenômeno “The Walking Dead” nos livros e na TV?

Pois bem, Thomas Harris fez grande sucesso com sua trilogia “Hannibal“, para ser mais preciso, seu maior sucesso foi com “O Silêncio dos Inocentes“, e depois de todos os prêmios recebidos era praticamente certo que uma continuação sairia, afinal, em ambas mídias o Dr. Lecter foi aclamado.

“Hannibal” veio, o livro teve mais críticas negativas do que positivas, mas a obra não foi ruim, ela só não conseguiu acompanhar o ótimo nível de “O Silêncio dos Inocentes”, o que é compreensível.

Só que o filme também veio, e mesmo com duas horas de trama…

Cuidado! Spoilers do livro e do filme!

Se você quiser saber mais sobre o livro leia a “Opinião com Café: Hannibal”.

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O livro de Thomas é muito bem detalhado, em alguns momentos temos até excessos de descrição, o que não chega ser prejudicial, mas te desfoca um pouco do objetivo da trama.

Já o longa tem 120 minutos extremamente mal produzidos. Falta ordem na história, e o principal, falta roteiro. Talvez se você assistir sem ler a obra de Harris sua decepção possa ser menor, mas, ainda assim, você se decepcionará.

Poderíamos dizer que o filme foi um resumo mal feito do livro, Hannibal Lecter nos deixa com mais medo preso do que solto, apesar de sua inteligência característica não temos a mesma sensação de perigo ao nos aproximarmos.

Outro ponto é Mason Verger, lógico que reproduzi-lo com todos os detalhes seria impossível, mas as coisas que o cercam muitas vezes nem citadas são.

A irmã dele? Não existe.

O vilão diabólico que abusa de crianças? Não existe.

Aquela mente doentia por trás da falta de rosto? Não existe.

A descrição dos porcos? Não existe…

Carlo aparece, só que também não é apresentado, e aposto que se você não leu o livro ficou totalmente perdido nesses 120 minutos de longa.

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Várias coisas importantes são deixadas de lado, e algumas totalmente superficiais são expostas sem a menor explicação. Clarice em certa altura fala para bolsa, em outro ponto vemos através de um binóculo… e assim vão seguindo as cenas que só entenderá quem leu o livro.

Mas que tal fecharmos com chave de ouro esse emaranhado de confusão? Sim, o final é totalmente diferente do livro. Poderia ser algo bom, mas não é.

Sabe quando você estava fazendo aquele trabalho acadêmico e lá no fim ficava de saco cheio e finalizada de qualquer forma?

Então… “Hannibal” parece que foi feito da mesma forma, com um desfecho simplesmente tosco e fácil, ele finaliza uma obra que tinha tudo para ser o que não foi, boa.

Hannibal não fica com Clarice (o que é plausível, apesar de gostar do final do livro), mas mesmo nessa parte na qual eles acertaram, eles também erraram, Dr. Lecter amputou seu braço para deixar Clarice intacta, então me responda, em que mundo Lecter se sacrificaria por outra pessoa?

Em tempo: Thomas Harris deu o aval para Ridley Scott modificar o final da tramasegundo ele seria impossível filmar da forma que foi escrito.

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