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Euro-Cine | Velozes e Furiosos

           A Artimanha cinematográfica de “Velozes Furiosos”, não está somente contida na perseguição constante de carros e na busca por adrenalina que fez Vin Diesel (1967) e Paul Walker (1973 – 2013) oásis constantes de desejo, em suas formas físicas, unindo, a delicadeza com rusticidades, mas sim unindo um sentido dramático, até que ponto a ética e o pensamento interpessoal de cumprir com o “dever” em relação aos sentimentos amorosos são colocados na mesma sintonia, quanto à “obrigação e a omissão”.

            Brian O’Conner (Paul Walker), se infiltra na gangue de Dominic Toretto (Vin Diesel), que até ai não tem nada de especial, quanto a um jovem policial que almeja chegar ao posto de detetive, mas o curioso é que no desenrolar da trama, ambos vão desenvolvendo laços de uma profunda amizade, ao qual faz com que tanto o mocinho como o bandido, deixem suas diferenças, em nome de lutar por justiça perante as hostilidades, cometidas pela Máfia Chinesa, que também está ligada ao esplendor das corridas automobilísticas ilegais das ruas.

            Uma filosofia da amizade que submete a um questionamento acerca de laços fraternais tanto como forma  política, mas também ao mesmo para emergir uma argumentação de como o amor surge no sentido de uma lógica comportamental, em que o “dever” tem que ser estabelecido e cumprido a todo o custo.

            O’Conner submete ao campo analítico da amizade, tanto como métrica de controle de poder sobre “o outro”, que lembra premissas da amizade segundo Platão (428/427 -348/347 a.C), ao “qual para o estabelecimento das virtudes que estejam no sentido do equilíbrio das paixões o amor, sem o interesse corporal, surge como um adorno da admiração pelo perigo”, ou até mesmo chegando para uma caminhar do pensamento crítico dos relacionamentos interpessoais na ontologia do poder de ser “amado e odiado”, segundo as perspectivas, que Toretto, deposita na confiança e na admiração que vai sentindo por O’Conner, ao qual Raimundo Lúlio (1232 – 1316), projetando como sendo a “substituição da fé no espiritual, caminhando para a crença na fidelidade humana”.

            “Maldito o homem que confia no próprio homem”(Jeremias 17:5), porém ao desenvolvimento de projeções subjetivistas que cada uma dos protagonistas principais espera mutuamente, um está um jogo dialético, no caminho de uma humanidade que ainda encontra cunhos para liberdade civil, que possa ser construída na reciprocidade de esperanças entre todos os homens.

            De certa maneira, dentro do universo da virilidade violenta e musculosa do “Bad Boy boa praça, com o Policial Galã” que procura incorporar seu comportamento agressivo e aristocrático diante a “Velha Guarda do Aparelho Repressivo do Estado”, e a “Fé Messiânica”, é algo que passa como um estilo comportamental, de que mesmo perante o que seja “pecado, ocorre uma redenção”, está uma ética que o “todo poderoso cristão” olha por todos maniqueístas.

            Mas as “Leis Humanas”, essa precisa ser cumprida a todo custo.

            Indiretamente, Rob Cohen (1949), deixou um campo analítico para fazer de um filme de ação, um compendio a questionar, até que ponto um “jusnaturalismo”, precisa necessariamente ser cumprido a risca, sem levar em conta fatores como uma ontologia do arrependimento, que passe para uma psicanálise de “esperar que seu oponente, ao mesmo tempo não decepcione seu adversário, por se espelhar, em suas atitudes viris”, e também, como um depósito de confiança de se reinstaurar de forma sensitiva com a sua subjetividade perante os desafios alheios.

            Vin Diesel fez de sua interpretação, uma mistura entre a agressividade pré-histórica dos filmes de ação, com um sentido de que todos merecem uma chance de mostrar seu lado carinhoso e fraterno perante constatação da enganação de O’Conner Gao revelar é um agente federal, que teve seus sentidos e opinião contrariados perante a empatia que sentiu pelos membros do grupo de criminosos “boa praça”, que criam uma espécie de irmandade com elementos “pára-fidedignos” interligados ao amor universal, mas que conta ao aferir ceticamente nos romances entre sua irmã com O’ Conner, Mia (Jordana Brewster – 1980), e dele próprio com Letty Ortiz (Michelle Rodriguez – 1978)  todas membro de sua equipe.

            É claro, que perante um cenário de uma nova juventude transviada alucinada por carros, ocorre inconscientemente um incentivo na maneira do sexo frágil, de como o consumo de drogas, é um fator chamativo para desafiar todos os limites, estando ligado a uma não massificação no caminhar fisiológico – social, que não fique somente no cunho de destruir a tudo e a todos bem como a se autodestruir, como forma de provar e testar todos os seus sentidos.

            Os limites sãos uma condição humana, não unicamente para frear o ímpeto de cada um, e sim para demonstrar para “o outro”, um resplandecente sentido da coragem, em poder se conhecer através do medo que se sente do fracasso, ao qual pode gerar uma nostalgia de ficar longe do respeito em relação ao um clã que porventura faça parte.

            “O respeito, que dentro de um ‘imaginário sociológico, eloquente lutando dentro do controle do Estado”, faz da imaginação a institucionalização de combate orgânico contra a barbárie a-histórica, que condiciona o fracasso”,  segundo o pensamento do filósofo, Cornelius Castoriadis (1922 – 1997).

            De certa o forma, os dois personagens principais, possuem o medo de perder a credibilidade, e ter o ausculto do fracasso, sabendo que em um mundo lunático que desafia o perigo cada segundo, não há primazias morais, para que se possa organizar um compêndio de argumentação hegemônica que venha justificar seus equívocos.

            Um equivoco com algum esquivo, logo no início do filme, fez com que O’Conner deseje tanto o respeito daqueles a quem deve investigar, como também de sensibilizar seus superiores, que somente estão no caminho de um “Positivismo Jurídico” em cumprir com seus papeis de repressão e investigação alijados aos Aparelhos repressivos do Estado, algo que Louis Althusser (1918 – 1990), enaltecendo um novo “parasitismo antropológico”, no cunho de relativizar, os estabelecimentos estatais de que para cada crime existe uma “subjetividade diferente”.

            E ainda no preâmbulo da Ideologia, voltada para um nocivo “controle dos corpos”, ao qual transcorre o intrépido desejo de “desafiar os limites”, ele do ócio da prudência de vencer, e vencer sempre.

            Usando do sentido da obstinação quase beirando a obsessão, e também do “acreditar em si mesmo beirando a psicose, passando a um egoísmo sagaz, usando da realidade corridas de Fórmula 1, temos o exemplo frenético, técnico, alucinado de Ayrton Senna (1960 – 1994)  e Nelson Piquet (1952).

            Enquanto o primeiro tinha o cunho quase psicótico de buscar a vitória a todo custo, não aceitando somente a dedicação como uma forma de conquistar a admiração alheia e sim fazendo parceria com uma “certa” imprudência, o segundo possuía o caminho de ser um servo de si mesmo quanto a estar envolvido a tudo que fosse direcionado ao seu carro e sucesso, (diga-se de passagem, não confiando inteiramente em sua equipe), significando uma analogia que tanto O’Conner como Toretto, querem vencer a todo custo, mas enquanto primeiro sorri desejando que pelo menos dando trabalho ao seu adversário é uma forma de intimidação e provação, Toretto, possui a máxima “hobbesiana” que o “o homem é um caçador natural e que não importa que seu alvo escape por hora, mas que de um algum modo deve ser abatido”, pois é uma característica inata do ser – humano, não se contentar exclusivamente com seus feitos atingidos, mas sim mostrar suas habilidades, em ter chegado ao objetivo de finalizar seu empreendimento alucinado em aniquilar sua preza.

             A amizade passa o sentido de cumprimento de um “dever”, ao deixar o sentimento de que tudo pode ser modificado dentro de contextos psicológicos, de sobrelevar que o certo e o errado podem produzirem, traçados de um psicologismo que ultrapassem somente o sentido de um amor, que vise à constituição de um elemento semiológico, ao qual o sexo esteja dentro da ordem do dia.

            Não há entre Dominic e Brian, o sentido de repulsa ou de um desejo sexual que esteja sendo reprimido, diante a masculinidade impregnada por Cohen, que faz das corridas de carros clandestinas, um novo alicerce para se melindrar a questão de como a sociedade americana, é uma forma de endeusamento psicossexual animal e demoníaca, que dentro do seu  “Direito Constitucional”, está enfocado certo xenofobismo inconsciente, quanto disseminar atitudes que possam fazerem da lei, algo que seja imparcial e que não seja submetido aos desígnios de algo vingativo legitimado pelo Poder Executivo, que venha se utilizar do barulho dos motores como uma espacialidade política em se colocar como uma condição humana de se combater vícios, através do aniquilamento individual das pessoas.

            Um talento que possa estar sendo crescido dentro de um carro possante, como uma arma de vingança diante  um crescimento populacional desordenado, que culmina em não fazer um tempo e espaços filosófico e sentimental,  suficiente para que a “Lei chegue á todos” o que faz, surgirem justiceiros que decidem colocarem em práxis uma vingança camuflada para cumprir com sua disparidade e dificuldade de lidar e se enquadrar com a “Justiça Oficial” segundo John Rawls (1921 – 2002).

            Comparado ao thriller, de perserguição frenética e psicótica  de “O Gladiador das Ruas” (1986) de Abel Ferrara (1951), ao qual Ken Wahl (1957), passa da pacificidade de um cidadão que teve seu irmão assassinado, por um psicopata, e que vai fazendo Justiça não com as próprias mãos (ou com o próprio carro), fazendo diretamente uma forte crítica quando a escassez de uma política de patrulhamento que possa oferecer segurança para todas as pessoas.

            Bem, claro que dentro de uma visão “maquiavélica”, a vingança é um aperitivo cheio, para confundir sua apreciação e aplicação com a Lei outorgada por uma Assembleia Constituinte, mas que dentro das premissas de que “homem e máquina” estão na dicotomia de quem comanda a mecânica automobilística é a subjetividade que faz suas engrenagens funcionarem, todavia, lança um questionamento filosófico está focado em uma ontologia, ao qual a máquina pode influir diretamente na sanidade das pessoas, deixando lacunas quanto, “como o material e o mental” (Henri Bergson 1859 – 1941), estão no mesmo traçado quanto a vetores de não elevarem, um adoecimento pelo gosto do  perigo mortal, em desafiar tudo e todos somente pelo prazer do desafio.

            George Miller (1945), em “Mad Max” (1979), traz um policial com sede de vingança Max Rockatansky (Mel Gibson – 1956), que usa da velocidade como uma maneira de punir os motociclistas assassinos de sua família, que também estão na prerrogativa comportamental ao qual a morte se torna somente um detalhe, pelos quais aqueles que não possuem regras, que freiam seus limites, extenua uma forma de “estar no mundo”, e que a consequência da autodestruição está condicionada moralmente, entre aqueles que desafiam o perigo, e aqueles que são escravos de calmaria, que beira a escravidão.

            Mas em uma comparação entre os dois filmes, ambos têm algo em comum com “Velozes e Furiosos”, que são pessoas que saem da monotonia, e que busca de sentir nos barulhos dos motores, um caminho espiritual para a construção de novos laços de sociabilidade, como de emparedar um amor por si mesmo.

            Nesse caso, está um letramento de confiança que as pessoas têm que terem entre si, e também no desafio quase que ufanista em mostrar o “modo de vida americana”, que através de sua indústria automobilística, gera uma  diferenciação entre conter arcabouços para ter seu sonho realizado, ou viver da utopia de esperar chegar algum  enlace neurótico de ilegalidade que possa assim satisfazer a necessidade material dos mais necessitados.

            Há certos tipos de enaltecimentos nacionalísticos quanto à cultura e devoção aos carros velozes, entre a disputa quem é o melhor, (japoneses ou estadunidenses), já que Mitsubishi e Toyota são ofuscados pelo super – carro, que Toretto corre na parte final contra O’Conner, o seu Dodge Charger 1970, que é um dos símbolos de contravenção e também da contracultura da juventude “Boêmia”, ainda que não liga para a morte, e sim para uma vida que contenha algum desafio, a se lutar a todo o momento por um brio, de estar no controle de sua existência, sem ser alijado pela métrica burocrática, de polarizar o carinho, com uma carestia quanto a sentir sua adrenalina correndo por suas veias.

            Eduard Spranger (1882 – 1963), filósofo e psicólogo alemão, “enfatiza, que a juventude possui em suas diretrizes mentais, o poder buscar o conhecimento, através de um desafio alucinante constante”, e que não ter o sabor do calor da rebeldia como exemplo de demonstrar toda sua antropologia de lapidação mental e corporal, está o fato que é uma tanatologia medrosa, e que desafiar a  tudo e a todos, faz com que renegados estejam ao mesmo tempo entre a adoração e a negação.

             A adoração de alimentar uma organicidade, a produzir novos modelos, de sacralizar a indecência servil, com um “epicurismo modernista”, de mostrar para o semelhante, quem pode mais, diante um volante endiabrado, onde o condutor possui seu Olimpo particular.

            O “Bem como a Negação” de que algo possa vim dar errado, mas já sendo o próprio “Errado diante o Senso-Comum (Thomas Paine – 1737 – 1809) da Normalização e negligência dos Prazeres Carnais (Michel Foucault – 1926 – 1984)” , e esse “Errado” se tornam uma “Falsificacionismo Intelectual do Certo” (Thomas Kuhn – 1922 – 1996), para uma valorização daqueles que são marginalizados, por um tipo de sociabilidade, que predomina assimilação da aparência, e que não aceita terem sua estruturas de poder questionadas, mas que no fundo possuem a admiração de viver em uma velocidade máxima, no ditame de estar condicionado inteiramente a ninguém, e apenas se seduzir pelo  barulho dos pistões e aspereza do vento balançando  os cabelos, rumo ao sabor da vitória.

            Uma vitória que tem que ser comemorada, e mostrada para o adversário, com ar de crueldade, pois nas corridas ilegais, ser legal, significa não ter um caminho de vida longa, no que é tangente a conquistar a admiração e o temor de seus oponentes, um temor que praticamente é uma neurose, a sobrepujar a frustração diante uma classe social inferior, que faz a necessidade de exterminar o perdedor, sem conter a oportunidade dele se reerguer, pois as máquinas podem serem melhoradas a conterem um progresso potencial constante, e ao qual antagonicamente ao material humano que vai envelhecendo.

            Nesse “darwinismo – automobilístico”, a vitória é fundamental, mas cabe também ao seu detentor conter uma indulgência em escolher seu sucessor, que Toretto enxerga não nas habilidades dos pedais e das marchas, mas sim de caráter, ao qual O’Conner demonstra entrelaçando tanto o sentimento amoroso nascido por Mia, quanto a admiração e um certo temor, em relação a explosividade do “Cunhado”, que é não deixa de ser uma forma de “Revolta”, diante a aparência de uma oportunidade de um “Kalos” em ser diferente.

            Mas o que o faz o diferente nessa mescla comportamental maniqueísta, entre a fé e a rebeldia?

            A fé em desafiar os limites em uma dialética comportamental, aos quais para se chegar a um pleito de masculinidade virilizada por todos, é necessário buscar algo de superação que seja provado e testado a todo o momento.

            O’Conner deseja tanto provar pata Toretto, bem como para seus superiores do F.B.I, que possui aos requisitos tanto para seguir como um agente da Lei como também a se tornar um apto corredor clandestino, ao qual faz do seu destino uma dependência quanto a acelerar tanto na vida, como a produzir asseclas, que estejam auspiciados aos desejos de estarem sendo observados não somente como bandidos, mas em um Humanismo de rebeldia, com clara alusão, a um sentido de marginalização que a sociedade civil coloca perante aqueles que não estão comprometidos a seguir o seu estilo de vida banal, que possa tanto conseguir respeito perante as grandes esferas do capital, como também conseguir adquirir um mínimo de decência em desafiar constantemente, um cunho de comprometimento, a um ritmo de desafios, que sejam fracionados, tanto a caminharem na nostalgia de obedecer a uma boa parcela da população em conter uma interpretação ao desafiar o poder do Estado, sendo uma forma de estar sendo agraciado, com um doce sabor da libido, que pode vim a ser transpassada para um amor, que contenha o expressionismo negro da morte, mas que diante da diante é um crepúsculo de violações que fazem conter nutrir algum respeito próprio, ornamentados, no sentido de usar a máquina na união imperfeita, entre estar condicionado a uma escravização dos desejos, para assim caminhar em uma liberdade que é vigiada sempre, e nunca totalmente agraciada.

            Em outro filme de velocidade, em lograr desafios perantes a rigidez da justiça, esta em “A Aparição” de 1986, com Charlie Sheen (1965), Sherilyn Fenn (1965), Nicky Cassavetes (1959) e Randy Quaid (1950), que fazem uma transposição entre o “absurdo”, de um adolescente volta do além túmulo para um acerto de contas com os baderneiros, que selaram seu assassinato, demonstrando também um universo paralelo das corridas clandestinas, que mistura tanto indignação como a procuração de uma emoção que esteja aspergida a uma metafísica de preenchimento da mente em relação não estar encarcerado para a sempre estar subjugado a ser sempre certinho.

            Em outra comparação cinematográfica, Paul Walker com Charlie Sheen, é uma parnaso poético de romantismo, que necessita de um antagonista, para poder provar seu amor perante amada.

            Mas ao invés de cunharem os suicídios involuntários em alta velocidade, desafiando os limites a morte, mas que também não basta somente eliminar o seu rival, e sim humilhar “ele” como uma forma de emblemática, e viral sintética, entre elementos do “Romantismo e do Mórbido”, para que assim atinja tanto o corpo como alma da amada.

            Ou bem sejam seus antagonistas, são usados como um viés operacional para o fortalecimento dos “eus maiores”, tanto interno como externo nos eus hipocampos, ao qual desafiam constantemente a linha entre a racionalidade a loucura, sendo uma artimanha rica, mas também doentia, que sem os barulhos dos motores envenenados, não haveria um objetivo claro, quanto os motivos, que são levados para saírem cantando pneus, como um “perseguidor implacável” e alucinado atrás do seu inimigo, para assim demonstrar todo seu poder sexual sua prenha.

            Nesse caso voltando na década de 1950, James Dean (1931 – 1955), foi um belo exemplo ao qual a “ser – transviado”, é um charme que poucos sabem usarem com maestria, que ponderadamente também se aproveita de uma sórdida sabatina de alucinógenos para estar a cada instante com um caso de acaso com a sorte em provar o valor de sua vida, para assim demarcar seu nome “história de vida alheia”, daqueles que estão em sua companhia.

            Já Toretto e Packard (personagem de Cassavetes), tem que lidarem com seus antagonistas, nas paralaxes, de  como competir com o mocinho já presumindo seus fracassos, mas também que não são uma figura de bandidagem  somente flexionado a monstruosidade e delinquência, mas contendo um certo charme para fazer frente aos “pára-herois” da velocidade.

            Coisa que fica difícil para Packard, pois é a encarnação quase que patética, do jovem que não se preocupa em agradar ninguém, mas muito pelo contrário, é um sádico psicótico, que para vencer, não hesita, em usar de todos os meios de transpassar a ordem cometendo crimes hediondos, apenas pelo sabor e atravessar a linha de chegada em primeiro lugar.

            Mas se em “A Aparição”, é um produto de espaço cinematográfico centrado na luta entre os jovens sobrinhos do “Tio Sam, em “Velozes e Furiosos” a indiretamente uma forte crítica, a “Tríade”, da Máfia Chinesa, em seus negócios ilegais, em uma rede de extorsão comandada por Johnny Tran (Ricky Yune – 1971), possuindo o sentido familiar de que a desonra é a pior do que a morte para o tradicionalismo oriental, sendo assim um cunho de deboche, quanta a legalidade uma vida sem criminalidade nos Estados Unidos, que não se transforme internamente em uma foram “de crítica do juízo ao consumismo cego e tendencioso”, entre os sujeitos natos da terra da Estátua da Liberdade, com a exploração feita por estrangeirismos, o que deixa uma alça para um deboche acerca de como a governabilidade da República dos Estados Unidos possa vim a propiciar, oportunidades para todos, em uma época de que quando o filme foi lançado, os governo de George Walker Bush (1946) detinham ideais, de um novo tipo de xenofobismo, com a revalorização da “América para os Americanos”, principalmente depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

            Ou seja, “Velozes e Furiosos”, não se trata somente de acelerar para se chegar a algum pequeno momento de gloria, sim possui metáforas de uma criticidade, quanto a uma filosofia social, que venha combaterem patologias psiquiátricas, que venham a combaterem qualquer desafio da juventude, não estando somente um aquecimento intelectual, de cometer um suicídio de conduta prudente, apenas para deixar para a posteridade marcas orgânicas, aos  quais ousaram desafiar todos os entraves entre o tolerável e o deplorável.

            Paul Walker e Vin Diesel deixaram a exposição que os filmes de ação, possuem enredos e roteiros, que podem chegar à construção de análise psicológica que esteja unindo tanto o amor, como a dor, pois ambos têm um inimigo comum, que é a “solidão e o fracasso”, e de não conseguirem impressionarem e protegerem aqueles a quem possuem alguma devoção.

            Seja por suas máquinas automobilísticas alucinantes, ou seja, também para fugirem de um passado de humilhação e privação, como no caso de Toretto, ou da pieguice de ser mais garotinho mimado, o que faz, O’Conner desafiar a si mesmo como uma estrutura, de chegar à uma ontologia que para se conseguir demarcar seu nome perante seus superiores, como também para seus adversários, são mais do que necessários, não somente confiar no espiritual, e sim ter um mental, que seja anormal na busca de uma espiral de reconhecimento fraternal, como de agradecimento de seus observadores e opositores.

Dados Técnicos.

Velozes e Furiosos

Filme de 2001, com 1 hora e 41 minutos de duração.
Direção: Rob Cohen
Elenco: Paul Walker, Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Ricky Yune…
Policial – Ação | Alemanha – Estados Unidos

Sinopse: Dominic Toretto (Vin Diesel) é o líder de uma gangue de corridas de ruas em Los Angeles que está sendo investigado pela polícia por roubo de equipamentos eletrônicos. Para investigá-lo é enviado Brian O’Conner (Paul Walker), que se infiltra na gangue na intenção de descobrir se Toretto é realmente o autor dos crimes ou se há alguém mais por trás deles.