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Euro-Cine | Batman (1989)

Tim Burton (1958) levou o homem-morcego, com a interpretação de Michael Keaton (1951), a luz da loucura do justiceiro movido pela vingança contra Gangster trajado de Coringa, feito por Jack Nicholson (1937).

Uma Gotham City, mais caracterizada, por um fantasmagórico mundo de guerra de gangues, que traz á tona as injustiças de uma geografia que não obedece ao bem-estar de todos, sem uma possibilidade de igualdade, ao qual provoca um “neon emocional”, quanto a fazer um herói com características, que não fosse um modelo de produção em massa maniqueísta do sublime amor romântico sombrio, em um patamar comportamental contendo algum tipo de alusão a algum conto de fadas.

Aliás, uma das ideias estéticas centrais de Burton, se resumiu a construção do herói, com bagagens espirituais de uma mente voltada para saciar suas frustrações pessoais, o que traz uma margem de contemplação de qual seria o limite em se constituir como ícone contra a corrupção, e ao mesmo tempo  se compõem indiretamente como um assassino agindo em nome da lei,  conforme uma ideia do Direito, que venha legitimar suas ações em nome da falência de órgãos estatais competentes, em colocar uma sociedade decadente dentro de um plantel da normalidade psíquica, afim de não produzir a insatisfação de uma política vítima de seus próprios descasos  ideológicos e intelectuais.

Tanto que em suas primeiras cenas, quando a luz do “Cavaleiro Negro”, diante um dos gatunos que acabaram de cometer um pequeno assalto, balbucia seu ódio diante toda e qualquer bandidagem, em subjetividade de não distinguir seus níveis de periculosidade ou gravidade dos delitos, sendo o juiz e a justiça encarnada em sua face, o universal e o particular não se separam.  

– Não vou matar você, pois quero que faça um favor, fale de mim para seus amiguinhos!
Mas quem é você?…
– Eu sou Batman…

 Eu sou Batman...

A auto-afirmação da necessidade de projeção do seu ego dolorido, que esteja no distanciamento de uma criminalidade com teor de ordem, que se torna orgânica, antagônica, produzindo enredos, com personagens que se confundem com a própria necessidade de forçar uma sinopse que fuja de um sentimento de classicismo moralista, de fazer somente uma narrativa cinematográfica que esteja enfocada, na luta entre degenerados e regenerados.

Nesse caminho, O Coringa é um caminho psicológico em que a ambição sem limites, não se constrói como um artífice a osmose, de destruição apenas pelo prazer da balburdia.

Afinal, Batman se transmite como uma suplantação de uma baderna, necessária para se colocar a casa em dia, ou melhor, as ruas em dia.

“Tanto Palhaço do Crime, quanto o Morcego de Gotham”, traçam vértices gnosiológicas complementares um com outro, onde a criminalidade fazendo uma referência ao pensamento de Gresham Sykes (1922 – 2010), “é um complementação da hipocrisia de uma sociedade que não aceita o que pra ela foi produzido de maneira diferente de suas diretrizes normativas”, nesse ponto Batman cai dentro das abordagens necrófilas heroicas de Burton, ao filho órfão ideologicamente surgido pelo assassinato de seus pais feito por Jack Napier, que depois vai se tornar o “riso” de terror e algoz da criminalidade das aventuras de Batman.

De certa maneira o relacionamento entre os “dois ícones da cultura pop” aqui enunciados, em meados de 1989, é uma prevaricação que nem todo o herói nasce de uma condição de benefícios psicológicos e filosóficos, a fazer de sua estética uma iconoclastia de benfeitoria podendo conter, discernimentos de uma política, que possa realizar uma dicotomia histórica dentro de um mesmo espaço intelectual e corporal do bem e o mal, estando em uma sintonia de afluentes, de amores e terrores, que façam de suas condições de antagonistas e protagonistas, objetivados sucintamente em vácuos de tempos interpretativos, a índice performáticos bajuladores com contextos ideológicos diferenciados.

Aqui “a concepção de “história e pensamento” dentro das idEias da pensadora brasileira Vavy Pacheco Borges (?), constrói, de que os fatos estão e mercê de uma regulamentação que faça seu observador, “um papel de julgamento de como vi ser e ter alguma significação social da análise do discurso cinematográfico do herói”, não estando diretamente dentro de concepções libertárias plenas de ordens dos acontecimentos teleológicos, e sim a uma lógica de pequenos fragmentos antropológicos, de lançar a dúvida quanto ao que seria de real vetor de comprovação empírica, em um esboço de como as emoções, podem, realizar uma tipologia da arte, em prolongamentos holísticos de duração, estejam vaticinadas a preconceitos condicionantes, quanto a sua recepção pelo público.

Ou seja, não ocorreu uma imanência de realizar um cinema de uma forma que possa enquadrar seus protagonistas a um patamar de normalidade patológica, entre o “bandido e o mocinho”, já que Batman automaticamente remete suas jactâncias éticas entre o sentimento de uma habilidade sociológica que falhou em elaborar uma forma de preservação da elite de Gotham sendo isso, uma justificativa para o surgimento de elementos sinistros de miserabilidade social, que é intermediado pelos psicologismos onde exames detalhados de uma falta de decoro perceptivo, diante a projeção do que seja característico natural de uma mente perturbada, quanto somente a uma gatunagem desenfreada.

Tanto que Nicholson em sua interpretação mesura, ato e romantismo mórbido, quando encontra Vicky Vale (Kim Basinger – 1953), com Bruce Wayne, projetando uma esperança quanto a se amar o “grotesco”, com um primado de resiliência a uma consciência construída, diante a manifestação de uma maldade exalando, técnica de elevar-se para o submundo a padronização e atomização de cunhar “um indivíduo” que ao mesmo tempo, possa se comportar de maneira lúdica, mas que tenha uma projeção de ação centrada em ponto específico, e não somente organizar a “bagunça criminalística”, como fatores para justificativas de seu o ódio perante a humanidade.

Nesse quesito uma díade personalista “Coringa-Napier” projetam dentro da presença de tela em Nicholson um candelabro de sinergia filosófica onde suas expressões corporais são unidas ao dorso metafórico da maldade, fazendo uma versão fortificada do gângster, transfigurando para um líder de criminosos excêntricos, que não desejam unicamente possuir o amanhã, e sim faz do agora, algo a ser aproveitado por inteiro.

Dentro de contextos da psiquiatria social a “doideira, de Napier, é a sabedoria sombria do Coringa”, união existencial horrorosa de uma mente que segundo Hans Strotzska (1917 – 1994), (não possui um terreno  de existência problemática concreto), na síntese de buscar a união entre suas vontades corporais, e seu orgulho de conter aquilo que Batman tem de certo eloquente ao respeito da população bem como o emblema de servir aos ideais de uma classe política corrupta que não se preocupa em usar do submundo para atingirem seus objetivos.

Bruce Wayne é fruto disso, mesmo tendo um traçado de afastamento da podridão dividida entre favorecidos e desfavorecidos, o “Príncipe De Gotham”, que por trás de uma aparência fanfarrona está escondido um homem frio, impiedoso com a bandidagem, que sente prazer pelo sofrimento da marginalidade, se tornado um agressor “do princípio cristão de perdoar para ser perdoado”.

“O Terror dos Jornais”, como diria em uma eloquente partitura da música Rubro-Zorro (1988) do conjunto paulistano Ira! (1981), mas que também caiu em um bem sucedido plano de sedução não arquitetada pro Vick Vale, uma audaciosa repórter obcecada por seu alter ego.

A polifonia da arte, misturada com o amor, cria-se automaticamente uma característica  jocosa, entre política e o dever, pois assim para cumprirem os desígnios para a construção de uma cidade que seja transparente na sua óptica de aceitação por todos os grupos de pessoas, está à introdução da arte “supra-interpretativa” que possa ter digressões entre “estar certo ou errado”, na teoria de “uma escritura e atuação do belo que contenha entranhas de uma pitada de maldade”, usando de atributos estilísticos  Mikhail Bakhtin (1895 – 1975).

Vick Vale, é a calmaria de um claustro sentimental ao qual Batman, se auto impôs como forma de se distanciar do mundo, pelos interesses de alegoria da igualdade que nunca vai existir.

A igualdade para Wayne está na punição, e também a um inconsciente de voltar ao desejo da maldade invertida legalizada, para satisfazer a frustração da perda dos seus pais.

Ou seja, a paz se torna uma piada, para “o uniforme negro do mamífero voador” na cidade do pecado, escura e desodorizada de boa índole, “ele”, precisa da maldade para fazer seu bem particular, e assim estar em evidencia diante de “gentes”, que perderam a decência de sua honra nostálgica.

Em sua pequena participação, Jack Palance (1919 – 2006), na pele de Carl Grisson, é um ícone de como os criminosos se vendem pela maneira fácil do sexo, no caso o seu interesse pela amante de Napier, Alicia (Jerry Hall, 1956) vendo seu então antigo braço direito, não exitar, em trair-lo entregando-o para a polícia como uma maneira de ter sua libido acionada e consolidada.

Depois do seu mergulho em um tanque de ácido, e sua deformação dermatológica, passando a se autodenominar “O Coringa” procurando uma sincope existencial de vingança, contra os que o traíram, e também projeta uma personalidade paranoica seu diálogo quando assassina Grisson.

– Jack? Jack…  “morreu, agora o que existe é o Coringa”.

Fragmentação de atitudes, que demonstram que podemos dispor, de vários entes, em uma mentalidade organizada horizontal no que tange o domínio por poder, cheias, de um vilanismo e heroísmo, que venham brindar um psicológico anseio de conhecimento perante as multidões.

Batman e o Coringa procuram vítimas, mas em sentidos antagônicos, para justiçarem seus fracassos pessoais.

Enquanto Wayne contém em Batman, o amor de Vale, o Coringa em seu ódio pelo mundo, leva ao suicido sua paixão, de certa maneira uma condenação e forte crítica quanto o que a normalidade “psico-patológica” trata como sendo algo racional  que não leve aos extremismos em enxergam, o horroroso como algo normal, já que a corrupção da alma se torna um vinho apetitoso, para ser degustado, na justificativa de encarcerar todas as virtudes de uma maldade, que faça o enclausuramento de um lamento, quanto a não está dentro dos delineamentos de uma normalidade severa, que não venha aceitar o que seja excêntrico, causando um estupor espiritual, aglutinando a inteligência dentro de um caminhar filosófico de ornamentar uma ascensão de moral que tenha automaticamente em escolher, entre a razão de não ter razão, em um coração que não contenha a paixão.

Tanto Coringa como Batman, se perdem em uma razão, considerada dilacerada pela paixão em se fazerem, como esquecidos, de um mundo, que não procura um sentido ético em si mesmo, e sim criam pequenos mundos, de classes políticas e mentais, que não estejam na espiritualidade de uma normatividade em manter a serenidade quanto à “eus”, cheios de sarcasmos, que fazem das piadas, uma violência contra arte de ter prudência, quanto à ação que possua a inteligência suficiente, para suportar o peso diário de maleficidade que se engenha, a ocupar a mente até nos mais esplendor de liberdade.

A academia de uma criminalidade, que faz da agressão, algo que já não causa menor gota de arrependimento, ao qual se fazer de maldoso, já não é mais horroroso, e sim sinal de um ocioso ciclo a obstinação, quanto a lutar contra a natureza, de se formar pessoas inocentes, sem conter uma piada, de ultrapassar os muros tênues, entre a loucura e sanidade.

Uma loucura trazida pelo “Palhaço do Crime”, que procura na insanidade do “Morcego”, algum objetivo que fortaleça seus laços criativos, para agirem dentro de um sistema urbano, se corrompendo, sendo considerada, algo que fortaleça sua integração psicológica, com o seu próprio “eu”, em um semblante, de procurar um espaço que venha, a subjugar que venha fazer da vingança não como uma forma de lei, e sim com enclaves para uma sociedade onde não se possa unicamente fazer justiça formal, mas que venha demarcar o papel de um Estado que esteja presente ativamente na vida de cada pessoa.

Keaton deixa um pouco de sua interpretação mecânica, não fazendo um “mise in scéne” de galã e sim com toque macabro de traçar um Bruce Wayne, de certa maneira atormentada, que em torno a uma multiplicação a subverter gêneros de uma ontologia massificante  para ignorâncias de prefixos, que submetem a um grau artístico, que não esteja unicamente procrastinado para realização de sua vingança perante Jack Napier.

Aliás, O Coringa dentro da performance de Jack Nicholson é uma mistura entre o humor mórbido, com a dádiva de uma filosofia da mente, aos quais seus estágios vão desde o mais completo sarcasmo, até a elevação do gangster, brutal chefe criminoso, como um vírus que vai ascender do submundo, para refazer a trajetória de galas de miseráveis ao primeiro sinal de grande espetáculos midiáticos, como também dentro a uma rede filosófica de produção da cultura pop, que refaz do inconsciente coletivo, como algo que está dentro de um lampejo cultural que ao se aproximar do sabor da vingança como uma alimentação das tentações, que produzem na mente das pessoas que são petrificadas de carinho, por um ditame “ideológico” a fazerem um incômodo, por um tipo de amor que se faz presente em perigos, de se deixar ser amado, assim como também a tentar  bailar temos de interpretações artísticas, quanto ao que é justiça, quanto o que se diferencia, do herói do justiceiro.

A violência vem com lógica de ao absurdo da desrazão da ciência a entrever respostas plenas para todos os impulsos do homem segundo Giles Gaston Granger (1920 – 2016), coloca “como um cunho de lógica de proteção ao conhecimento”, e que esse conhecimento está diretamente ligado as condutas, que possam refazer o significado do papel do homem, dentro da sociedade, e Batman, é aquele personagem que sonha com Vicky Vale, mas que também se protege das armadilhas, do sexo feminino por um homônimo de psicologismo em fazer do perigo, um forma de barreira de alusão, para paramentas, de estar em evidência, estando invisível perante seus inimigos.

O espalhafatoso Coringa, é um cancro de levar a histeria, como arma para um terror, que produza “a lenda”, da discórdia como um fator comportamental agregado ao homem-morcego, não existindo a colocar o questionamento pragmático, em que ponto  o “não matar”, pode ser considerado como crime, já que usando de Lucien Lefvre (1878 – 1956)  “uma coreografia de espaços íntimos, pode ser facilmente, confundido, com a idolatria de um falso ídolo, levando a estagnação do limite, entre a privacidade e o sórdido” em que geoespaciais da descrença na humanidade, eleva uma referencial intelectual ao qual Bruce Wayne, deixa transmitido, que já não consegue mais distinguir onde começa a questão do ícone do morcego, com a conduta em somente ser mais um mascarado, que procura causar dor, para suplantar sua dor, Batman faz uma aleivosia de produzir uma obra de arte, que esteja sacolejada aos tons da vingança, e de certa maneira uma bandidagem em estar sendo comedida, por uma sombra de ajustes psicológicos profiláticos, de que para se produzir o bem, uma relativização da lei, é primordial na barbárie além do crime.

Durante a parte final do filme, “há leitura de uma carta feita” pelo comissário Gordon (Pat Hingle – 1924 – 2009), ao quais deixam explícitos que o poder público, reconhece a soberania de Batman, como um guardião da justiça, mesmo enervando um sentimento que se para haver, caminhos da liberdade, o extermínio da criminalidade, possa ser outorgado, de maneira expoente ao sentido de uma regra de ação, que faça um civil se tornar, de forma mascarada, um executor de serviços sangrentos da Lei.

Outro ponto em comum está em uma eclética desventura de inserir diversos princípios de que a cidade está sendo consumida, por uma eterna corrupção, mas não está um sentimento de destruição plena da cidade, como por exemplo, anos mais tarde Christopher Nolan (1970), vai, em sua trilogia, ao qual a destruição de Gotham seria um símbolo de restauração da ordem social.

O simbolismo, não está tanto frequente nas cenas de ação, mas Burton,  surpreende, por uma “desconstrução”, em fazer o lado sombrio de Batman, algo programado dentro em misticismo de se colocar arquejante perante as armadilhas o crime.

Utiliza-se dos sarcasmos frios, que faz uma massageio para alma de Bruce Wayne, que assim detém uma satisfação inconsciente de pressionar Vale a conter uma admiração tanto pela sua pessoa como por seu Supra Ego.

De certa maneira, um exibicionismo, para a busca de uma paz, tanto com escalas metafísicas, como também sexuais, mas Vale, é um semblante, que para homens com dupla personalidade, pode ocorrer uma fragmentação entre o que venha a se tornar como dever, como aquilo que se torna uma obsessão.

Batman, aqui mostra os transtornos de personalidades mecânicas, ao qual tanto Wayne como Napier, produzem indiretamente uma confusão de atitudes, quanto o que restou de ir a enfrentar seus traumas, longe da satisfação em se provar que seja irascível, a um reducionismo da moral, quanto as suas atitudes espirituais, de fazer uma ramificação de dialéticas da informação como arma para comiserar ações psicóticas, que confundam sagacidade com insanidade.

Um retorno ao “arquétipo derridariano”, de reconstruir a história através dos sentimentos, mas que não tenha na loucura, que está dentro de cada ser humano, como sendo artefato, para fantasiar um tipo de filosofia, que não produza sofismas, de ter que escolher algum lado, e sim ser todos os lados de uma mesma situação, propiciando o ceticismo de nunca estar totalmente certo ou errado.

Porém quando falamos no sentido de uma endossar o herói não na visão de combater injustiças, mas sim, a remediar as dificuldades quanto a se inserir no contexto social em que se vive, Bruce Wayne, se realiza a procura de si mesmo, mas que se perde nos contextos de um factual senso da modernidade, onde o seu “eu”, não se define mais plenamente, e sim possui várias dialéticas de um esquecimento de se perder na vida, para um contraponto romântico, que se realiza em uma sexualidade adormecida açodada, pelo olhar displicente e fatal de Vick Vale.

Um caminho meio alavancado pela lembrança de Lois Lane, que se apaixona pelo Klyptoniano, mas que no caso da repórter de Gotham está em uma “mise en scéne” de conter a paixão pelo desconhecido centrada no Cavaleiro Negro, mas que na solidão do Milionário Vingativo, desperta o interesse do Palhaço Excêntrico.

Napier é uma mistura de terror e riso, que fez Jack Nicholson, uma característica fílmica de simpatia pelo lado obscuro, em um transpsicologismo se moldando ao poço de possibilidades comportamentais diacrônicas, que no início dos anos de 1990 fez uma logística do terror, para o trash, com um pouco neon, que Burton em seu estilo de filmagem  providenciou um prazer sexual, adormecido na espiritualidade, em uma historicidade, que não fique unicamente petrificado ao método, mas sim no descarte de uma “escolha”, da atividade maléfica, como uma fraseologia,  para narrar uma vingança recíproca.

Uma vingança, que vai se metamorfoseando pelo amor da bela “fatal blonde”, (Basinger), ao qual “O Coringa e O Batman”, possuem em comum a privação do não-amor, para metalinguagem da justiça, em se inserir casuisticamente na união urbana entre os desalinhamentos políticos da Cidade dominada pelo horror, de que a morte já se torna um apelo para que a vida já não possua muito respeito mútuo pela diversidade de figuras humanas excêntricas.

Para um Direito de Estado, as ruas demonstram a necessidade do herói, mas extenua que a privação de elementos da política que outrora, deixam de lados a população mais carente, entre explosões e perseguições alucinantes, ficam como um público silencioso a mercê da violência, como um languido de se fazerem perceberem, diante uma situação social, em que a bandidagem e a lei, estão no mesmo escopo de alucinação em busca de cumprirem seus objetivos existenciais custem o que custar.

Batman ainda não é o Detetive Pleno, e sim luta para não se deixar corromper, pelo prazer irresistível de uma vingança (confundida pela proteção da Lei), com um gosto de realçar frieza com toque do Conde de Monte Cristo, voltados para o desmantelo de classes sociais superiores, que intimidam, ao não desenvolvimento de igualdade nas ruas, mas que deixou um sentimento implícito de que Bruce Wayne está comedido a ser um playboy, como uma forma de fuga do seu mundo particular sombrio, mas que se encontra diante o sarcasmo do Coringa, e no decote  de Vale, uma alternativa para blindar-se defronte sua deformação como ser – humano “normal”, que não esteja somente na ontologia de arte que possa sair do “pop” carente de consciência crítica, caminhando para uma humanização perante o heroísmo que não esteja no atrevimento de cada um, possa conter mentalismos de combater a injustiça, mesmo que para isso esteja caminhando em direção a uma criminalidade de “justiceiro”, como sendo o braço forte da lei

Batman foi o produto da carência da lei que pudesse proteger toda a sua família, e assim ofertar uma riqueza de direitos, que contivessem similitudes de uma estequiometria do amor pela humanidade, ao qual O Coringa surge no descaso por seu aspecto humanístico mórbido, e da traição de Grisson, como um ancião que desrespeita as leis da natureza em busca do amor estético na mais pura forma de perversão.

Sendo assim tanto o “Cavaleiro das Trevas, como o Palhaço do Crime” estão em uma bioética de procurar valores biológicos, sociais e argumentativos em busca da construção de suas próprias verdades, indesejadas e desejadas, como uma fonte de provocações sistemáticas ao telespectador, fazendo de suas trajetórias um sinal de que o bem e o mal habitam, entre o mais justo e injusto dos personagens humanos, existentes no cotidiano de vida de cada individuação dentro da sociedade civil pluridimensionalista e mundialista.

Batman.

Filme de 1989, com 2 horas e 05 minutos de duração.
Direção: Tim Burton
Elenco: Michael Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Jack Palance, Jerry Hall….
Fantasia – Suspense – Ação| Estados Unidos – Inglaterra

Sinopse: Em Gotham City o milionário Bruce Wayne (Michael Keaton), que quando jovem teve os pais assassinados por bandidos, resolve combater o crime como Batman, o Homem-Morcego. Mas chega o dia em que o vilão Coringa (Jack Nicholson) decide dominar a cidade e se torna um grande desafio para o super-herói.