Recentemente fiz várias matérias falando da Turma do Chaves. Afinal, tenho um site de cultura pop pra isso. Pra falar das coisas que eu gosto.
Cada vez que eu pesquisava, mais claro ficava, o segredo não era o Bolaños, tampouco o Ramón Valdés ou o Carlos Villagrán, também não era a Florinda Meza ou o Rubén Aguirre.
O segredo era o conjunto.
Para se fazer um bolo, vários ingredientes são necessários, coloca-se fermento, açúcar, ovo, leite, farinha… mas comece retirar alguns ingredientes e seu bolo nunca dará certo, afinal, é a mistura que dá aquele resultado, separados são só ingredientes.
A Turma do Chaves são como os ingredientes. Eles são ótimos por sinal, mas sem aquela mistura, nunca daria certo.
Veja o caso do Carlos Villagrán, que em várias entrevistas disse que o Bolaños tinha ciúmes porque o Quico ficou “maior” que o Chaves.
Se é ou não verdade, não interessa, o que interessa é que Villagrán ao sair, protagonizou diversos seriados, até o Ramón Valdés ele levou junto, mas sem o texto de Bolaños o Quico era só o Quico.
O mesmo ocorreu com María Antonieta de las Nieves. Ela, como Chiquinha era incrível, mas precisava do suporte do Chaves, Quico, Seu Madruga… ao sair para protagonizar “Aquí está la Chilindrina”, não teve tanta visibilidade quanto em seu anterior programa.
Juntos eram incríveis, separados, nem tanto.
Pegue um festival da boa vizinhança, todos estão lá, alguns com dois papéis, mas tudo era encaixado, tanto é que as piadas são repetidas até os dias atuais.
Pegue o show do Federrico e veja ele cantando “Os Sapinhos”, pegue o mesmo episódio da boa vizinhança e veja o quinteto cantando a mesma canção.
Ah, meu amigo. Existe um abismo de distância entre eles juntos e separados.
Ali, naquele programa que eles estavam juntos, existia uma liga, uma consistência.
Separados não eram tão bons quanto pensavam, precisavam uns dos outros, assim como um bolo precisa de todos os seus ingredientes. Assim como necessitamos respirar, Roberto Gómes Bolaños, Florinda Meza, Carlos Villagrán, María Antonieta de Las Nieves, Ramón Valdés, Rubén Aguirre, Angelines Fernándes e Édgar Vivar precisavam uns dos outros.
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