Várias vezes, navegando pela internet, encontrei que o filme “À Espera de um Milagre” é baseado na história de George Stinney Jr., pois bem, fui pesquisar para ver se isso é verdade, afinal, nunca tinha ouvido falar.
Mas antes de continuarmos com o post, deixo para você ele no formato de vídeo, se quiser assista ou, se preferir, leia.
Para você ficar por dentro. George Stinney Jr. foi a pessoa mais jovem condenada à morte nos EUA. Aos 14 anos, na Carolina do Sul, em 16 de junho de 1944 o garoto de apenas 43 quilos foi executado. Ele era pequeno demais para cadeira elétrica, teve que ser colocado em cima de uma lista telefônica para que se encaixasse no local.
Seu crime? Não existia.
Na realidade, Betty June Binnicker, de 11 anos, e Mary Emma Thames, de 7 anos, foram assassinadas e ele quem levou a culpa. Aliás, ele foi condenado de maneira rápida. Seu julgamento não demorou um dia, os policiais disseram que ele havia confessado. Mas não havia registros que isso fosse verdade. Seu advogado quase não convocou testemunhas e não recorreu da sentença. O júri, formado por homens brancos, levaram alguns minutos para sentenciar o garoto.
70 anos após o julgamento, a juíza Carmen Tevis Mullen declarou o jovem inocente. “Não lembro de um caso, em que tenham sido tão abundantes as provas de violações aos direitos constitucionais e tantas as injustiças”, escreveu a magistrada, ela ainda continua dizendo que seu advogado não fez nada para defender o garoto e completa dizendo que “a confissão” de Stinney foi obtida de forma indevida, não conforme os códigos e os procedimentos penais.
Essa história é mais uma daquelas milhares de histórias injustas que existem por ai. Se você pesquisar sobre o garoto, vai ficar enojado.
Pois bem, mas estamos aqui para saber se essa história inspirou o filme, correto?
Então… No longa, Paul Edgecomb (Tom Hanks) trabalha no corredor da morte, um dia um novo prisioneiro chega. Seu nome é John Coffey (Michael Clarke Duncan), ele é negro, alto e forte, foi condenado à morte pelo assassinato de duas garotas (assim como Stinney). Os guardas encontraram ele chorando com as garotas mortas em seus braços. Isso foi motivo para sua sentença.
No decorrer da história, descobrimos que Coffey é inocente (assim como Stinney) e que tem poderes sobrenaturais, ele consegue curar algumas pessoas e até dar vida para uma ratinho.
Mas sua sentença é imposta e ele é obrigado a ir para cadeira elétrica (assim como Stinney).
As histórias são parecidas. Dois negros indo para cadeira elétrica, os dois acusados injustamente pela morte de duas garotinhas.
Então lá fui pesquisar alguma coisa que comprovasse que o filme foi baseado nessa história.
Pesquisei, pesquisei, pesquisei… A única coisa real é que o filme foi baseado no livro intitulado “The Green Mile”, do grande Stephen King.
Todas as matérias que encontrei comparando Coffey e Stinney não tinham fontes de nada. Não encontrei entrevistas de King, não encontrei absolutamente nada que comprovasse que “À Espera de um Milagre” fosse baseado na triste história de Stinney.
E sabe como é, se não tem fontes, nós não confiamos. Então fomos lá rever os créditos do filme para ver se encontrávamos algo, eis que…
Os personagens e incidentes retratados e os nomes usados aqui são fictícios, e qualquer semelhança com qualquer nome ou incidente, ou o caráter ou biografia de qualquer pessoa é mera coincidência e não intencional.
Portanto, conforme explicado nos créditos do filme, a história de Coffey é parecida, mas não é baseada na de George.
Fontes: Globo, Wikipédia, Jornal GGN, Google Imagens.
Não deixe de conferir.
Afinal, Ênio e Beto são gays ou não?
Doug e Paty Maionese terminam juntos?
É verdade que o Caillou tem câncer?
É verdade que o Garfield passa fome?
Seria um útero “A Casa Engraçada”, de Vinicius de Moraes?
Sigam-me os bons!