Essa obra cinematográfica produziu relativo “frisson” de embates teóricos, entre alas do cristianismo e o diretor inglês Alan Parker, por conta do forte apelo ao ocultismo ao que está agastado o seu enredo.
Apoiado nas interpretações de Mickey Rourke e Robert De Niro, transcorrendo durante o progresso das investidas do detetive particular Harry Angel (Rourke), nos vieses filosóficos e psicanalíticos melindrados a uma reflexão de consciência, sustentados aos editos tanto de vivenciar metáforas entre listos personalistas em canonizar, nuanças de uma filosofia apocalíptica e ao mesmo tempo fatalista, infligindo máculas do homem, como não detentor do seu próprio destino.
Metafísica e espiritualidade, acompanham de maneira abrupta sua narrativa, gerenciando subsídios para uma dissertação discursiva, pautada a elucidar caminhos que possam valorizar, uma maiêutica irracionalista, ensejando a participação de faculdades mentais a remissivos casuísticos formalizados, na semiologia de levar signos do “desconhecido” a uma melhor compreensão perante o público leigo.
O isomorfismo do gênero terror contido em Coração Satânico, submete o lado obscuro da alma humana, acalentada em promulgar turvos cinematográficos vilipendiados as jactâncias de batistérios filosóficos, que venham a lapidarem o poder de escolha individual das pessoas.
Esse quesito maniqueísta, entre lânguidos subjetivistas, consolidando a liberdade individualista, dentro de gêneses ideológicas acionistas, um primado de condenação do homem, em se ver obrigado a optar por algum tipo de ideologia que não esteja no mesmo caminho de calibragem ontológica existente ao redor do seu estertor de vivência.
Compilando traçados entre um viés de terror psicológico, transfigurando métricas, a uma sinopse regrada de “de sangue e medo”, Alan Parker deixa sua marca, como um cineasta que faz da violência, um elemento exegético sabatinado incluir, dentro do inconsciente coletivo, projeções de opinar diante das mais aguerridas contravenções de uma luta intrépida do homem em tentar fugir dentro da lógica religiosa, a prestação de contas diante do julgamento final.
Nesse ponto, a filosofia oriental ganha um caminho a deflagrar labores de uma massificação na construção de aberturas a consciências dialéticas, de diferenciar entre o que é maldade consciente, e a sedução para a maldade.
Essa sedução realiza um estrangulamento do “livre-arbítrio”, dentro das interações teológicas, a combater contrapontos de uma arte, que componha suas estruturas somente como um limiar de diversão reunindo silogismos místicos em torno de engrandecer a relação existente entre cinema e psicanálise.
Coração Satânico, dentro de sua concepção imagística, engloba caminhos para uma compreensão do “ser”, extasiado a buscar uma liberdade plena diante da superioridade metafísica, aliterada pela presença do bem e do mal, sendo o homem bojo dessa competição, levando adventos vivenciais maniqueístas, e também demarcando que a sociedade em si está subordinada, a uma perca do seu coeficiente mental, na capacidade entre escolher que caminho seguir.
Seu espaço de ação na Nova York de 1955, deixa para o espectador, assimetrias de uma metrópole cosmopolita, demonstrando o surgimento de diversas culturas em torno de um eixo sombrio de criminalidade e intolerância, marcas de um modelo vida já desgastado e sombrio, diante de uma triste realidade vilipendiada pelos atrozes de civilidade, nocivos de ética pelo próximo e também na anunciação de potencializar a inferioridade das pessoas diante o poder do desconhecido.
Uma educação de dimensionalidade, entre ateísmo e violência deixa uma questão para seus espectadores, que Coração Satânico manobra sintonias de epifanias e materialismos nos parâmetros, a promulgar paradigmas de falsificacionismos defronte a categoria de liberdade mental da maioria das pessoas, sendo dependentes de posicionamentos institucionais, na questão de vim a classificar como proposta de condução moral para seus relacionamentos.
Louis Cyphre (De Niro) e Harry Angel, dentro de uma mimesis sócio-política, lançam esferas, a compactuar teísmos a margem da emancipação de uma antropologia social que possa confluir uma estética de sabedoria, que não fique a mercê de pressupostos externos as suas diretrizes mentais, deixando amostras para navegar pelo “desconhecido”, ratificando austeridades a transposição entre o real e o abstrato, inserindo tópicos de criticidade na crescente atmosfera no preenchimento as metas-contingências científicas, como possibilidade de aprofundamento teórico e prático acerca do mundo sobrenatural.
Alan Parker expõe como pano de fundo a sua sinopse, debates da inferioridade humana diante de seus ídolos, e como nossas escolhas refletem diretamente no prosseguimento de nossas ações, de uma lógica de vida atrofiada de liberdade plena, estando direcionada a sustentáculos de exegeses filosóficas estruturadas, nos arquétipos a suprirem nossas falhas e carências, em relação a devoção do mundo sobrenatural.
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Dados Técnicos.
Coração Satânico
Filme de 1987, com 1 hora e 55 minutos de duração.
Direção: Alan Parker
Elenco: Mickey Rourke, Robert De Niro, Lisa Bonet…
Fantasia – Suspense | Reino Unido, Canadá, EUA
Sinopse: Nova York, 1955. Harry Angel (Mickey Rourke), um detetive particular, é contratado por Louis Cyphre (Robert De Niro), um misterioso cliente para encontrar um cantor. Entretanto, quanto mais ele se aprofunda na investigação, mais distante fica da verdade. Envolve-se com figuras estranhas, que morrem violentamente e penetra em um mundo místico, que não entende.