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Sequestrada à Luz do Dia, um documentário incômodo, mas necessário aos pais…

Esse texto é para você que é pai. Aliás, o texto não, o documentário.

Sequestrada à Luz do Dia (2017) é, sem dúvida alguma, a coisa mais bizarra que assisti nos últimos tempos. Se fosse um filme de ficção eu teria falado que o roteirista tinha exagerado na dose. Mas, infelizmente, não é ficção.

O documentário tem uma hora e meia, e temos tantas reviravoltas e acontecimentos esdrúxulos que ficamos nauseados.

Na história voltamos aos anos 70. Onde tudo era lindo. Os vizinhos amorosos e a criminalidade quase zero em Pocatello, Idaho. No meio desse cenário paradisíaco encontramos a família Broberg. Eles eram uma família como todas as outras, até o dia que Robert Berchtold mudou para vizinhança.

O rapaz foi muito solicito desde o começo. Frequentador acidou da igreja, ele logo cativou todo mundo. Só que nesse momento entramos na velha história do lobo em pele de cordeiro.

“B”, como era carinhosamente chamado pela família, não era um cara como os outros. Ele era um manipulador de primeira, e o pior, pedófilo.

Sabe aquela história de que acontece com os outros, mas que não acontece com a gente? Então, sinto em lhe informar, alguma coisa vai acontecer com você. É melhor se preparar.

Os pais de Jan nunca desconfiaram da proximidade dele com a garota. Aliás, o primeiro sequestro (foram dois sequestros) teve grande participação de Mary (mãe de Jan). Foi ela quem liberou a garota para ir à uma corrida de cavalos com ele.

Mas quem iria desconfiar de um cara casado, com filhos e cristão respeitado?

Ninguém. Ainda mais na década de 70.

Com o desenrolar da trama, vamos vendo que “B” foi um cara muito inteligente. Que fique claro, nem toda inteligência é usada para o bem. Ele conseguiu minar os Broberg’s de dentro para fora. Destruiu a relação do casal para depois chegar em Jan.

Volto repetir. Você, pai que me lê. É extremamente necessário assistir esse documentário.

A história tem um gosto amargo, eu sei. Mas, normalmente, os remédios são ruins mesmo.

Sequestrada à Luz do Dia serve para você ficar um pouquinho mais ligado. Não deixar seus filhos por ai, à mercê da sorte. Verificar suas companhias e, acima de tudo, sempre imaginar que o pior possa acontecer.

Apesar de ser bizarro, em alguns momentos nonsense, o documentário é necessário. Afinal, como já dizia Clóvis de Barros: “A desconfiança é bem legal, afinal, quantos chifres você teria evitado se tivesse desconfiado mais? Quanto roedor de corda? Quanto canalha? Quanto vagabundo? Quanto mentiroso? Quanto ladrão?”

Não deixe de conferir.

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