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Releituras sobre Sherlock Holmes

“O que ele oferece é não apenas um método de elucidação de crimes, mas toda uma maneira de pensar, uma mentalidade que pode ser aplicada a um sem-número de empreendimentos distantes das ruas enevoadas do submundo londrino”. (KONNIKOVA no livro Perspicácia publicado em 2013).

Elementar meu caro Watson, frase dita inúmeras vezes por um tal detetive inglês, pois, Holmes e todo seu repertório representa a maneira de pensar do inglês, e Watson, representava o “não inglês”, aquele que não compreenderia sozinho como desvendar os crimes ou quem foi o culpado. Sherlock Holmes é um personagem construído ainda no século XIX, e continua vivo nos livros, filmes, séries e HQ’s. O detetive foi criado por Arthur Conan Doyle, que imprimiu no personagem seus conhecimentos médicos e suas inquietações intelectuais. Falaremos aqui sobre algumas das alterações e reinterpretações do personagem, apresentado o quanto o detetive caminhou por diferentes mídias, chegando até os mangás.

Um estudo em Vermelho é uma obra fantástica, e a primeira indicação para os que ocasionalmente não conhecem o detetive, pois, nesta história Holmes conhece Watson, e a partir deste momento o mundo da enevoada Londres começa a ser apresentado. Nesses passos iniciais, Holmes era uma mistura de Detetive/Investigador/Consultor, que prestava serviços para polícia quando era solicitado.

No século XXI (esse que estamos vivendo), Holmes ganhou novas configurações, sua habilidade de pensar, por exemplo, podia ser vista pelo telespectador, algo que nunca aconteceu antes:

“Cabeça inclinada para esquerda, surdez parcial no ouvido direito, primeiro ponto de ataque, segundo: garganta, paralisaras cordas vocais, impedir os gritos, terceiro: um bebedor inveterado, golpe seco no fígado, quarto: por último, arrastando a perna esquerda, soco na patela, resumo do prognóstico: recupera a consciência em noventa segundos a eficácia de luta em quinze minutos, total recuperação dos ferimentos improvável” (Sherlock Holmes, 2009)

Alguns personagens que hoje consideramos clássicos, sobrevivem por séculos, logo, é possível notar novos contornos sobre a identidade do personagem, para que agrade diferentes públicos.

Na série Elementary, por exemplo, talvez a mídia que apresentou mais alterações (ou distorções?) do personagem, as duas forças que sustentam muitas das histórias de Holmes foram reconfiguradas (Watson o parceiro, e Moriarty o grande antagonista de Holmes) Watson apresenta-se como uma mulher, e Moriarty (único vilão que se equipara a Holmes na forma de pensar) também. As mudanças que ocorrem são fruto de uma sociedade diferente, que observa o mundo com novas perspectivas. É notório também, o fato de que nesta série, Holmes usa a tecnologia, pois, se passa em um momento posterior ao ápice do detetive em Londres, Holmes vai para Nova York e atua em um momento contemporâneo, utilizando celulares e internet por exemplo.

A aparição mais recente do detetive foi na versão Mangá, levando as narrativas de Londres a outros leitores (pois, nem todos que gostam de HQ’s curtem mangá, e vice-versa).

“Sou um detetive consultor, o único no mundo. Quando a polícia não sabe o que fazer com um caso, eles me consultam” (Sherlock Holmes)

A grande sacada, é perceber o quanto determinados personagens sobrevivem, se reinventam, e atuam em diferentes mídias, neste caso, Holmes é um exemplo vivo disso.

Obviamente não foram colocadas aqui nesse texto todas as manifestações em que Holmes está presente, se não, viraria um livro (que já está em construção).

E se por acaso não conhece o mundo em que vivem Holmes e Watson, fica o convite.

E… Quais outros personagens vocês conhecem que atravessaram o século XIX e conseguiram chegar ao nosso século XXI?

Não deixe de conferir.

Os 5 estágios do Luto e uma HQ chamada “Morre uma lenda”

Rio de Janeiro ou Gothan City?

Hackers, Deep Web, Investigação Criminal, e uma série (nacional) chamada Gamebros

Quando encerrar um ciclo? Friends ensina

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