Recentemente fizemos um post mostrando 5 grandes frases do livro Deixe o Grande Mundo Girar, mas só as frases não me satisfizeram, então resolvi separar 7 trechos marcantes do livro.
Se quiser saber um pouco mais sobre o livro, acesse nosso post, lá tem uma breve introdução ao enredo.
Logo na página 19 temos um trecho forte, o qual fala sobre mãe…
Já não está mais na moda, suponho, ter pela própria mãe um carinho semelhante ao que meu irmão e eu tínhamos na época, no meio dos anos 1950, quando o ruído do lado de fora das janelas era sobretudo vento e marulho. Pode-se procurar a fissura na armadura, uma perna do banco do piano mais curta que a outra, a tristeza que nos separaria dela, mas a verdade é que curtíamos um ao outro, todos os três, e nunca tão explicitamente quanto naqueles domingos em que a chuva caía cinza sobre a baía de Dublin e as rajadas batiam doces contra a vidraça.
Respeito entre familiares foi uma coisa que se perdeu com o tempo.
Na página 39 um fato sobre nossa vida…
Pedaços de medo flutuam no ar. É como pó. Você caminha e não o vê, não o nota, mas ele está lá e está cobrindo tudo. Você o respira. Você o toca. Você o bebe. Você o come. Mas é tão fino que você não nota. Mas está coberto por ele. Está em todo lugar. O que quero dizer é: nós temos medo. Fique parado quieto só por um instante e ali está ele, esse medo, cobrindo nossos rostos e línguas. Se pararmos para notá-lo, caímos em desespero. Mas não podemos parar. Temos de continuar seguindo em frente.
Você tem medo? Eu sei que tem, mas também sei que você tem que seguir em frente.
Falando em medo… aqui vai um dos grandes medos da humanidade (página 120).
Morte, a maior de todas as democracias. O lamento mais antigo da humanidade. Acontece com todos nós. Ricos e pobres. Gordos e magros. Pais e filhas. Mães e filhos.
Você já errou e quis que o tempo voltasse? (Página 143.)
Você quer parar os relógios, paralisar tudo por meio segundo, dar a si mesmo uma chance de recomeçar, voltar sua vida para trás, desbater o carro, dar marcha ré, fazê-la voltar miraculosamente para trás do para-brisa, recompor o vidro, continuar seu dia intocado, como costuma ser, o gosto doce perdido.
Aqui na página 227 lembrei daquela história do “ri agora, chore depois”…
Eu sou tão fodida. Ninguém é mais fodida do que eu. Mas ninguém vai saber disso. Esse é o meu segredo. Eu ando pelo mundo como se ele fosse meu. Vê só este lugar. Vê como ele se rende aos meus pés.
Um fato sobre o mundo. Nós somos verdadeiros assassinos da natureza. Ela funcionaria perfeitamente sem a gente. (Página 246.)
Se você pensar no mundo sem pessoas é mais ou menos a coisa mais perfeita que jamais existiu. É tudo equilibrado e toda esse merda. Mas então vêm as pessoas, e elas fodem com tudo.
Para fechar, vou lá para página 305, onde nossa mente faz com que lembremos daquele momento, daquele maldito momento…
Às vezes ficar pensando nas coisas do passado é um erro que nasce do orgulho, mas acho que a gente vive dentro de um momento durante anos, avança com ele e vê como ele cresce e espalha suas raízes até tocar tudo à vista.
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