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Fracasso em Série | As Aventuras de Tiazinha

Ela vem cheia de amor pra dar, ela faz todo mundo delirar… uh, Tiazinha! 

Ah, quem não lembra da personagem criada por Luciano Huck no Programa H. A moça, com seu jeito sensual, depilava jovens em um quadro do programa. Lógico que ela caiu nas graças do público, principalmente da ala masculina, virou história em quadrinhos, gravou disco e até uma série de TV ela ganhou.

E hoje estamos aqui para falar do seriado, que ao contrário dela, fracassou rapidamente.

Mas vamos dividir o post em três partes.

Primeira parte – A série que não foi ao ar. 

As pesquisas para fazer esse post foram gigantescas, como o seriado é de 1999, encontramos muitas informações desconexas, fomos apurando e assistindo o que encontramos. E na Folha de Londrina (Jornal do Paraná), encontramos uma matéria de 02 de junho de 1999, na qual diz: “Segundo o diretor-geral L.P. Simonetti, pelo projeto original a série se resumiria aos 50 minutos semanais, mas se decidiu pela divisão em capítulos. (…) O elenco terá três personagens fixos, além do cão labrador Dema. Suzana Alves será Ditiara, uma fotógrafa de origem indígena que tem dupla personalidade – é também uma heroína, Tiá, com superpoderes. A mocinha vai duelar com Klaxtor (André Abujamra), gênio da informática que quer controlar o planeta. Alex (Gabriel Pinheiro, ex-Chiquititas) será o parceiro de Tiá na luta contra o mal.”

Segunda parte – O que foi para TV e não deu certo.

Os aspectos indígenas foram deixados de lado, e essa produção não chegou as telinhas. Então a Band colocou sua musa para protagonizar uma série futurista. O enredo mostrava Suzana, ou melhor, Tiazinha, uma justiceira enfrentando facções criminosas.

Mas a história é “mais profunda”. No primeiro episódio o telespectador se depara com a informação de que ouve um tratado e o planeta terra sofreu grandes transformações, as grandes nações viraram megacidades, a camada de ozônio sofreu danos irreversíveis o que causou o advento de uma raça de mutantes e superseres.

A introdução do seriado segue com o narrador dizendo: “Tronix, a maior e mais caótica das megacidades, é palco da mais antiga batalha do universo: a luta do Bem contra o Mal.”

E a sinopse não poderia ser mais futurista do que isso: A jovem SU-013 descobre, por acidente, que tem super poderes e resolve usar uma identidade secreta para combater o mal. Ela se transforma na Tiazinha, uma inimiga mordaz dos inimigos da paz. Para combater os vilões, ela tem a ajuda de um mentor, Brad, um computador que a auxilia a combater o mal em Tronix, uma cidade fictícia do futuro, resultado da união de São Paulo e Rio de Janeiro. Durante a série, Tiazinha volta no tempo e vai lutar contra os vilões dos tempos atuais.

Cheguei até assistir alguns episódios para fazer o post. Com uma média de 12 minutos, eles mostravam lutas mal-coreografadas, diálogos rasos e muita informação. Acontecia tanta coisa ao mesmo tempo, que 12 minutos por episódio acabava sendo pouco tempo para que assimilássemos tudo que estava acontecendo.

Sem contar que haviam explicações no meio do episódio, por exemplo, em dado momento Brad fala que Tiazinha recebeu treinamento paramilitar e seu cérebro foi fecundado com informações de zeladora. Em outro fala que ninguém pode ouvir ele, só a Tiazinha, por causa de um microchip instalado em seu cérebro.

Brad

Ah, e não podemos esquecer do Teliporti (teletransporte), que, segundo Brad, era uma tecnologia pouco explorada. Outra coisa interessante no seriado são as misturas de cenas em quadrinhos. Por exemplo: em um episódio Tiazinha foi jogada de um prédio, e para mostrar que ela estava caindo usaram isso.

O universo foi construído com a ajuda da “Fábrica de Quadrinhos”, por isso esses cenários quadrinescos eram tão presentes.

A realidade é que o cenário futurista encantou a molecada da época, mas não teve a audiência esperada e resultou em outra série.

Terceira parte – a última tentativa.

Tiazinha sempre foi sensual, o enredo para tal programa deveria seguir esse contexto e ser “leve”, não algo em um cenário futurista, com uma história “complexa”. Depois de uma temporada os diretores perceberam isso e mudaram tudo. Agora teríamos “As Novas Aventuras da Tiazinha”.

E novamente encontramos uma matéria, dessa vez pela revista “Isto é“, hospedada no portal Terra: “Tiazinha continua na luta para sobreviver, dentro e fora do seriado As Aventuras da Tiazinha (Bandeirantes – segunda a sexta às 20h). Com futuro incerto e muitos problemas na megacidade Trônix, onde a história se passava, ela resolveu voltar ao presente, ou melhor, ao passado. Para viver a heroína de uma São Paulo de 1999, ela tirou o macacão de couro e recarregou sua boa e velha arma: a lingerie.

A nova fase do seriado continua com ritmo arrastado e cenas de luta constrangedoras. Mas agora Tiazinha tem uma segunda e insinuante personalidade para ajudar.

Na história, entre uma e outra aventura infanto-juvenil, ela é Suzana Alves, “a estrela de tevê” ou a rainha do corpete e da cinta-liga, ocupadíssima com ensaios de coreografias. Se tem que pegar no batente – salvar crianças órfãs, por exemplo – troca tudo por um colant, cinturão de metal e uma capa preta que arranca antes de lutar.”

E lá fomos nós assistir o seriado… e logo de cara nós vemos que os vilões assistiam o programa da Suzana.

Pula, pula, pula na dança do canguru. Gira, gira, gira na dança do canguru. Treme, treme, treme na dança do canguru…

Sem contar que várias onomatopeias eram jogadas no meio das lutas.

Mas isso não é tudo, existe um cachorro falante na série…

Curiosidade: Sabe quantos criminosos a Tiazinha prendeu? 

– Mais de 5 milhões. 

Bom, pelo menos foi isso que falaram no seriado.

No geral tivemos algumas piadinhas, muita sensualidade e histórias rasas, a série não durou por muito tempo. Mas fica aqui o registro dessa obra de arte protagonizada por Suzana Alves.

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