O Diário de Anne Frank foi escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944 durante a Segunda Guerra Mundial, onde Anne Frank relata os momentos em que ela estava com um grupo escondidos durante a ocupação nazista. O livro é história real relatado com a inocência de uma criança, mas mostrando a crueldade da humanidade. Fique com as frases do livro O Diário de Anne Frank.
Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda.
12 de junho de 1942
Tenho vontade de escrever e uma necessidade ainda maior de desabafar tudo o que está preso em meu peito.
20 de junho de 1942
Faz um calor sufocante. Todo mundo anda bufando e se esfalfando, e nesse calor eu tenho de andar para todo canto. Só agora percebo como é agradável um bonde, mas nós judeus não temos mais permissão de usar esse luxo.
24 de junho de 1942
Preocupada com a ideia de ir para um esconderijo, juntei as coisas mais malucas na pasta, mas não me arrependo. Para mim, as lembranças são mais importantes do que os vestidos.
8 de julho de 1942
Não poder sair me deixa mais chateada do que posso dizer, e me sinto aterrorizada com a possibilidade de nosso esconderijo ser descoberto e sermos mortos a tiros. Esta, claro, é uma perspectiva muito desalentadora.
28 de setembro de 1942
Até agora só contei meus pensamentos ao meu diário. Ainda não consegui escrever esquetes engraçados que mais tarde pudesse ler em voz alta. No futuro, vou dedicar menos tempo ao sentimentalismo e mais tempo à realidade.
Comentário acrescentado em Setembro de 1942
Por que será que as pessoas grandes brigam com tanta facilidade e por coisas tão bobas? Sempre pensei que apenas as crianças batiam boca e que isso passava com a idade.
28 de setembro de 1942
Aprendi uma coisa: você só conhece uma pessoa depois de uma briga.
28 de setembro de 1942
Esta semana andei lendo bastante e fazendo pouco trabalho. É assim que as coisas deveriam ser. Com certeza é a estrada para o sucesso.
5 de novembro de 1942
Que afortunados somos, tão bem-cuidados e sossegados. Não teríamos que nos preocupar com todas essas misérias, não fosse a angústia que sentimos por todas as pessoas queridas a quem não mais podemos ajudar. Sinto remorsos por estar dormindo em uma cama quentinha enquanto tantos amigos queridos são assassinados ou tombam numa sarjeta no frio da noite. Fico apavorada ao pensar nos amigos queridos que caíram nas mãos dos brutos mais cruéis que já surgiram na face da terra. E tudo isso, só porque são judeus!
19 de novembro de 1942
Todos os dias, tomo pílulas de valeriana, indicadas para preocupação e depressão, o que não impede que me sinta ainda mais infeliz no dia seguinte. Uma boa gargalhada faria muito mais bem do que dez pílulas de valeriana, mas acho que nós até esquecemos como se ri. Às vezes receio que, de tanto ficar séria, acabe de cara comprida e boca descaída. Os outros, também, não se sentem melhor, e todos, cheios de apreensão, aguardam a aproximação do grande terror, o inverno.
16 de setembro de 1943
O sono faz o silêncio e o medo terrível irem embora mais depressa, ajuda a passar o tempo, já que é impossível matá-lo.
29 de outubro de 1943
Às vezes acho que Deus está querendo me testar agora e no futuro. Vou ter de me tornar uma boa pessoa por conta própria, sem ninguém para servir de modelo ou me aconselhar, mas no fim isso vai me tornar mais forte.
30 de outubro de 1943
Se me ponho, então, a pensar em meus semelhantes, morro de vontade de chorar. Dá para chorar o dia todo. Só nos resta rezar, pedir a Deus que realize um milagre e salve alguns deles. Espero estar rezando bastante.
29 de dezembro de 1943
Querida Kitty, você saberia me dizer por que razão as pessoas procuram sempre esconder seus verdadeiros sentimentos? Por que me comporto de maneira diferente do que deveria, quando estou na companhia dos outros? Por que confiamos tão pouco uns nos outros? Sei que deve haver alguma razão, mas, mesmo assim, é horrível a gente descobrir que não pode confiar em ninguém, nem naqueles que nos estão mais próximos.
22 de janeiro de 1944
Cheguei ao ponto em que tanto faz viver ou morrer. O mundo continuará a girar sem mim. O que tem de acontecer, acontece, e, de qualquer forma, de nada adianta tentar resistir. Confio na sorte e só faço trabalhar, esperando que tudo acabe bem.
3 de fevereiro de 1944
Melhor remédio para os que sentem medo, solidão ou infelicidade é ir para um lugar ao ar livre, onde possam estar sozinhos com o céu, a natureza e Deus. Só então a gente sente que tudo está como deve estar e que Deus nos quer ver felizes na beleza simples da natureza.
23 de fevereiro de 1944
Quero amigos, não admiradores. Pessoas que me respeitem pelo caráter e pelo que faço, não pelo sorriso encantador. O círculo ao meu redor seria bem menor, mas não importa, desde que fosse composto por gente sincera.
7 de março de 1944
Para dizer a verdade, a comida não importaria tanto se a vida aqui tivesse outras coisas mais agradáveis. Mas é só isso: essa existência cansativa começa a transformar todos nós em pessoas desagradáveis.
14 de março de 1944
Ninguém deve saber que meu coração e minha mente estão sempre em guerra um com o outro.
16 de março de 1944
Para amar uma pessoa, preciso admirá-la e respeitá-la, mas não sinto respeito nem admiração por mamãe.
17 de março de 1944
A gente não faz ideia de como mudou até que a mudança já tenha acontecido.
25 de março de 1944
Um dia vazio, mesmo claro e puro
Como qualquer noite, é escuro.
25 de março de 1944
Minha vida aqui ficou melhor, muito melhor. Deus não me abandonou, e nunca abandonará.
31 de março de 1944
O ponto alto de nossa semana é uma fatia de salsicha de fígado e a geleia no pão sem manteiga. Mas ainda estamos vivos, e na maior parte do tempo isso também tem um gosto bom!
3 de abril de 1944
Quando escrevo, liberto-me de tudo; minhas tristezas desaparecem, minha coragem renasce. Mas — e essa é a grande pergunta —, poderei algum dia escrever algo de realmente importante, ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero de todo o coração, pois quando escrevo recapturo tudo, pensamentos, ideais, fantasias, tudo…
5 de abril de 1944
Algum dia essa guerra terrível vai terminar. Chegará a hora em que seremos gente de novo, e não somente judeus!
11 de abril de 1944
Só vejo ao redor rostos insatisfeitos e amargurados, e só ouço suspiros e reclamações. É de pensar que nossa vida mudou para pior. Francamente, as pessoas é que fazem as coisas ficarem ruins.
14 de abril de 1944
Dividir os pensamentos com outra pessoa exige muita confiança, mas nós ficaremos mais fortes com isso!
17 de abril de 1944
Como, sem dúvida, você pode imaginar, nós costumamos perguntar, em desespero: “Qual é o sentido da guerra? Por que, por que as pessoas não podem viver juntas em paz? Por que toda essa destruição?” A pergunta é compreensível, mas até agora ninguém encontrou uma resposta satisfatória. Por que a Inglaterra fabrica aviões e bombas maiores e melhores e, ao mesmo tempo, constrói casas novas? Por que se gastam milhões com a guerra a cada dia, enquanto não existe um centavo para a ciência médica, para os artistas e para os pobres? Por que as pessoas têm de passar fome, quando montanhas de comida apodrecem em outras partes do mundo? Ah, por que as pessoas são tão malucas?
Não acredito que a guerra seja apenas obra de políticos e capitalistas. Ah, não, o homem comum é igualmente culpado; caso contrário, os povos e as nações teriam se rebelado há muito tempo! Há uma necessidade destrutiva nas pessoas, a necessidade de demonstrar fúria, de assassinar e matar. E até que toda a humanidade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas, e tudo o que foi cuidadosamente construído, cultivado e criado será cortado e destruído, só para começar outra vez!
3 de maio de 1944
De qualquer modo, depois da guerra, eu gostaria de publicar um livro chamado O Anexo Secreto. Resta ver se conseguirei, mas meu diário pode servir de base.
11 de maio de 1944
Só tenho uma esperança: de que esse antissemitismo seja apenas uma onda passageira, de que os holandeses mostrem suas verdadeiras cores, que nunca se afastem daquilo que, em seus corações, sabem ser justo, porque isso é uma injustiça!
22 de maio de 1944
Se você não é nazista, não sabe o que vai lhe acontecer de um dia para o outro.
25 de maio de 1944
Que chegue o fim, mesmo sendo cruel; pelo menos saberemos se vamos ser vencedores ou vencidos.
26 de maio de 1944
Gente estúpida geralmente não pode suportar quando os outros fazer alguma coisa melhor do que ela.
13 de junho de 1944
Para ser franca, não consigo imaginar como alguém poderia dizer “Eu sou fraco” e continuar assim. Se você sabe isso a seu respeito, por que não luta contra, por que não desenvolve o caráter?
6 de julho de 1944
A preguiça pode parecer convidativa, mas só o trabalho dá a verdadeira satisfação.
6 de julho de 1944
Para mim, é praticamente impossível construir a vida sobre um alicerce de caos, sofrimento e morte. Vejo o mundo ser transformado aos poucos numa selva, ouço o trovão que se aproxima e que, um dia, irá nos destruir também, sinto o sofrimento de milhões. E, mesmo assim, quando olho para o céu, sinto de algum modo que tudo mudará para melhor, que a crueldade também terminará, que a paz e a tranquilidade voltarão. Enquanto isso, devo me agarrar aos meus ideais. Talvez chegue o dia em que eu possa realizá-los!
15 de julho de 1944
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