Frases do Filme O Auto da Compadecida

Um dos melhores filmes brasileiros. Aquela obra impossível não parar para assistir. Hoje trago frases do filme O Auto da Compadecida.

Então, sem delongas…

Ajuda e dinheiro são duas coisas que não se enjeita. – Eurico.

Você (Padre) vai enterrar a cachorra, e tem que ser em latim. – Dora.

Por que foi que vossa reverendíssima me chamou de safado? – João Grilo.
– Porque você é um amarelo muito safado. – Padre João
Pois se esqueceram de botar isso na minha certidão de idade! – João Grilo.
– Agora você vai explicar ao Bispo que história é essa de me dizer que a cachorra do Antônio Morais estava doente, fazendo-me chamar a mulher dele de cachorra? – Padre João
Ah, e a safadeza é essa? Isso é nada, Padre João! Muito pior é enterrar o cachorro em latim, como se ele fosse cristão, e nem por isso eu vou chamá-lo de safado. – João Grilo.

Cachorra? Enterrada em latim? – Bispo.
– Enterrada em latindo, senhor Bispo, au, au, au, não sabe? – Padre João

Vai ficar parado ai? – Dora.
– Mas e seu Eurico chegar? – Chicó.
Oooxê, tá com medo? – Dora.
– Mee… Medo, eu? Agarro ele pelo chifre, rodo, rodo e sacudo pra cima. – Chicó.
Sacode memo? – Dora.
– Sacudo! – Chicó.
Aaaai, eu adoro um homem brabo, repete. – Dora.

Eeita, eu que me esqueci que marquei com o Vicentão. – Dora.
– Danou-se, com a senhora a gente bota e leva chifre ao mesmo tempo. – Chicó.

Vivem querendo que pobre não tenha defeito. (…) É tanta qualidade que exigem pra dar emprego que eu não conheço um patrão com condição de ser empregado. – João Grilo.

Três dias passei em cima de uma cama pra morrer e nenhum copo d’água me mandaram. Já a cachorra comia bife passado na manteiga, não aguento quem gosta mais de bicho que de gente. – João Grilo.

Consigo comer não, João. É tanto amor que chega me dar uma gastura aqui dentro! – Chicó.

Pra mim todo dia é dia de ter raiva, eu quero ter raiva e você não se meta. – Vicentão.

Eu sou Doutor em ciências ocultas, filosofia dramática, pediatria charlatânica, biologia dogmática e astrologia eletrônica. – Chicó.

Nem uma gota de pensamento, nem um clarão de entendimento… estou como em um quarto sem porta e pra onde quer que eu me vire dou com as venta na parede. Franzino, pobre e agora burro. O jeito que tenho é me matar. – João Grilo.

Você não tinha ficado burro, e por isso que ficou morto? – Chicó.
– Chicó se burrice matasse você já tinha batido a cachuleta faz tempo. – João Grilo.

Na hora do apavoramento, ninguém presta atenção em detalhe. – João Grilo.

Comigo é assim, escreveu não leu, o pau comeu. – João Grilo.

Seja quem for o corno que invadiu essa igreja, venha aqui fora que é pra eu lhe aparar o chifre. Vai conhecer o que é um macho. Porque comigo a volta é por dentro, que nem pavio de vela em talo de macaxeira. – Chicó.
– Ta aí duas coisas que eu não sabia, uma que eu era corno, outra que defunto falava. – Severino.

É uma aliança é? – Severino.
– É, eu sou casada com uma desgraça aí, mas eu estou tão arrependida, eu só gosto é de homens valentes. E esse aí é uma vergonha. – Dora
Vergonha? Vergonha é uma mulher casada na igreja se oferecer desse jeito. Sabe o que é que eu faço com as que eu encontro com esse costume. – Severino.
– Não. – Dora
Ferro na tábua do queixo. – Severino.

Minha Senhoria não tem nome nenhum, porque não existe. Pobre lá tem senhoria, pobre só tem desgraça! – João Grilo.

Acabou-se o Grilo mais inteligente do mundo. Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre. – Chicó.

Eu já morri mesmo, não vou ficar ouvindo desaforo de seu ninguém, aqui não tem rico nem pobre, valente nem frouxo, é todo mundo igual diante de Deus ou do diabo. – João Grilo.

Não é lhe faltando com o respeito não, mas eu pensava que o senhor (Jesus) era muito menos queimado. – João Grilo.

Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé. Já fui barco, fui navio, agora sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! – João Grilo.

Lá vem a compadecida, a mulher em tudo se mete. – Diabo.

Intercedo por esses pobres, meu filho, que não tem ninguém por eles. Não os condene. (…) É preciso levar em conta a pobre e triste condição do homem. Os homens começam com medo, coitados, e terminam por fazer o que não presta, quase sem querer. É medo! – Nossa Senhora.
– Medo? Medo de que? – Diabo.
Medo de muitas coisas, do sofrimento, da solidão, e no fundo de tudo, medo da morte. – Nossa Senhora.

Medo da morte por si só, não redime os pecados. – Diabo.

Por mais que eu goste de viver, eu sempre me perguntei se eu queria que a minha vida se espichasse além da sua. Agora eu sei, eu não ia aguentar ver você morrer. Eu quero morrer primeiro, Eurico. – Dora.
– Dora, por que você me traiu esse tempo todo? – Eurico.
Acho que foi por isso mesmo. Trair você era matar você um pouquinho dentro do meu coração. Eu tinha tanto medo de lhe perder de vez, que eu ia tentando lhe perder aos pouquinhos. – Dora.

A esperteza é a coragem do pobre! A esperteza era a única arma que você dispunha contra os maus patrões! – Santa Maria.

Mãe, se a senhora continuar interceder desse jeito por todos, o inferno vai terminar virando uma repartição pública: existe, mas não funciona. – Jesus.

Mas Chicó, como é que se faz uma promessa dessas? – João Grilo.
– E eu sabia que você ia escapar, desgraça? Oh homem duro de morrer, meu Deus! – Chicó.
Ah, promessa desgraçada, ah, promessa sem jeito, Chicó! – João Grilo.

Estou cansado dessa agonia de ficar rico, ficar pobre, ficar rico, ficar pobre. – João Grilo.

Todo mundo liso de novo. – Chicó.
– Todo mundo não, meu filho, comigo é a primeira vez. – Rosinha.
É mesmo, minha flor, deste o golpe do baú ao contrário. – Chicó.

Jesus as vezes se disfarça de mendigo pra testar a bondade dos homens. – Rosinha.
– Pode até acontecer, mas aquele ali não era não. – João Grilo.
Oxe, como é que você sabe? – Chicó.
– Jesus? Pretinho daquele jeito? – João Grilo.

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