Quando Raimundo Nonato chega na cidade grande, sem ter onde comer e dormir, ele encontra em um boteco, uma oportunidade, se é que podemos chamar assim. Afinal, o dono daquele lugar o maltratava e não pagava nada. Apenas o deixava comer e dormir naquele ambiente, em troca ele tinha que cozinhar, atender e limpar.
É o seguinte, te dou comida e casa, rango e teto. Quer, quer, não quer, rua. – Zulmiro.
Ingênuo, Raimundo logo se afeiçoa com Íria, uma prostituta.
Com o decorrer do tempo, Nonato se especializa na cozinha, fazendo o boteco, até então vazio, ficar sempre cheio. Isso chama atenção de Giovanni, dono de um conceituado restaurante italiano.
Giovanni começa dar oportunidade ao Nonato, o leva para conhecer locais novos, ensina cozinhar, comprar alimentos e paga um salário, fazendo com que o rapaz consiga ter uma vida um pouco mais digna.
O grande ponto é que Nonato se apaixona por Íria e pede para casar com ela. A moça, que nunca havia beijado o rapaz, pois dizia que fazia de tudo, menos beijar, aceita. Tudo vai bem, até Nonato pegar ela com Giovanni, e o pior, os dois se beijando dentro do restaurante.
Em paralelo temos Nonato Canivete. Ele foi preso e entrou na cadeia do mesmo jeito que chegou na cidade grande, sem saber como se comportar. Com o tempo ele ganha confiança de Bujiú, “dono da cela” e logo começa cozinhar, conquistando todos os presentes.
Do chão ele passa dormir em um colchão, depois na beliche do meio, e logo começa desejar dormir na beliche de cima, pertencente ao Bujiú .
Beliche do meio. Estamos importantes, hein, Nonato? A pessoa, quando dorme embaixo, se sente bem, prestígio e o cacete a quatro, mas, se sobe para o meio, meu irmão, descobre que aquilo ali não era nada. Porque é ilusão que dormir no beliche de baixo é muito melhor do que dormir no chão. No chão, tá certo, é o memo nível dos pé e das meia, fedô do caralho. Mas dormir no beliche de baixo não é tão muito melhor assim, não. Não tem pé na sua cara, mas a vista é ainda pior. Ave Maria! Eu podia pegar o beliche de cima, mas não dá pé, não. É do Bujiú. – Nonato Canivete
Pois bem, o filme caminha com essas duas histórias paralelas.
Nonato inocente, se virando na cidade grande e na cadeia, mas o final, meu amigo, o final, muda tudo.
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Vamos voltar ao restaurante onde estão Giovanni e Íria.
Em determinada cena, bem antes da traição, Giovanni fala para Nonato que o glúteo da mulher é como o filé mignon, também cita um vinho que ele ganhou de seu pai e está esperando fazer 60 anos para tomá-lo.
Este é o filé mignon, é o que há de melhor na carne. É que nem na mulher a bunda. O filé mignon é o melhor do boi. – Giovanni.
Nonato, enfurecido, toma seu vinho, depois de embebedar-se, mata Giovanni e Íria, depois do ato ele retira um pedaço do glúteo da amada e faz uma fritada para se alimentar.
Na cadeia, Bujiú que manda, o único porém é que o Etcétera chegou no local, e ele é mais forte que o Bujiú. Esse, para ficar bem na fita, organiza um almoço, onde o chefe é Nonato.
O Etcétera, meu irmão, é o cara. É o cara que manda nos caras. – Bujiú.
Raimundo Nonato, depois de pegar confiança no ambiente, faz um feijão especial para Bujiú, o toque secreto foi uma pitadinha de veneno, assim ele consegue o tão sonhado beliche de cima, pois havia ficado sob as asas de Etcétera e, em seu último pensamento, se questiona como seria assumir o lugar do chefão.
Uns morrem, outros pegam o beliche dele. Agora quem aqui vai ter as manhas de me peitar? Com o Etcétera dizendo: “Vem cá, Alecrim, faz um refogado de carne”. “O que que tem hoje, Alecrim?” Quero ver bulir comigo. Como será o beliche do Etcétera, hein? Dizem que ele tem uma cela só pra ele. Só pra ele.
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