Pular para o conteúdo

Euro Cine | Instinto Selvagem

O sentido do sexo, literalmente animal permeia a vida do cineasta Paul Verhoeven (1938), que faz uma apresentação dos instintos mais primitivos anárquica do desejo libidinoso frenético nu e cru, saturado por uma violência que faz o homem um “Deus Sacana”, em não ver o prazer somente como somente reprodução e sim como necessidade metafórica de existência na busca de conseguir alguma verdade sentimental em meio ao império do corpo como objeto de consumo.

O corpo sendo um prosaico, de uma inteligência que submete, a quebrar todas as regras possíveis, em uma educação onde “tudo se é permitido”, tendo variantes comportamentais que façam  da obra de arte, um baluarte moral, para conhecer os caminhos mais sombrios da alma humana.

Em um sentido das “Tentações da Carne” sendo voltados para o pensamento de Michel Foucault (1926 – 1984), ou seja, a ideia em fazer de Sharon Stone (1958), um símbolo sexual devastador, foi caminhando entre uma obra de arte volúpia, que caminhasse entre o torpor do sexo e dos perigos em se render perante uma ação humana que não consegue resistir aos poderes do corpo, como também em coagir o sentido de uma sedução que possa conter algum sentido de fraternal.

“Um fraternal”, que dentro do personagem de Michael Douglas (1944), está enunciado, como um policial que está encarcerado no harém ético em cumprir seu dever, mas que é lançado em um espaço cinematográfico, de realizar uma análise da sua própria condição humana, em  acreditar novamente no amor, aspergido pelo poder desconcertante da beleza feminina.

Um amor, que não se encontra em encarcerado a conter regras, mas sim se torna um dilema entre os instintos mais delirantes, em encontro com os desejos mais ardentes.

Aliás, Douglas ao longo de carreira teve que lidar com mulheres fatais ao longo de décadas, “com Glenn Close (1947), em Atração Fatal (1987), Demi Moore (1962) em Assédio Sexual (1994), ou nas comédias dos anos de 1980, com Kathleen Turner (1954), Tudo Por Uma Esmeralda (1984) A Jóia Do Nilo (1985), ou Annette Bening (1958) em Meu Querido Presidente (1995)”.

Sendo assim é um protagonista, que passou por experiências interpretativas em encarnar personagens que fique a mercê de figuras de mulheres poderosas (ou embaraçosas) que sabem o que querem e que “provocam” somente por um sentido de “provocação” sem paixão, elevando a importância de uma “ética do desejo”, que não fique na unicamente na apresentação formal, em se colocar como influência para a formação de novas consciências, dentro de uma ontologia a superar as tensões de um “ser” inferiorizado em sua masculinidade no quesito, a não saber lidar com a beleza destrutiva de mulheres independentes e com intuito em colocar seus parceiros não somente em campo de conquista total, mas sim de submissão plena.

Seu personagem um policial e ex viciado em narcóticos, (e histriônico), encarna um ninfomaníaco, que enxerga na sodomia, um sentido de revolta perante o mundo, e que o sexo é um caminho para sua libertação e assim buscar sua normalidade.

Uma normalidade que se faz anormal, perante a frieza, e o desconcertante jogo psicológico que Catherine Tramell (personagem de Stone), fazendo da sua acusação de assassinato ao qual  Nicki Curran (Douglas) é designado, um jogo de sedução colocando a humanidade, como um rebaixamento moral, em fazer o distanciamento da massificação, uma ejaculação mórbida de desejos pecaminosos, que surgiram, como algo natural, ou seja, biológico, dentro da concepção de relacionamentos humanos dialéticos, um amor, que possa assim estar comedido, de mentalidade carinhosa e corporal, e não de uma técnica, em “elevar o ser”, para um encarceramento quanto a estar condenado a ter que “gozar sempre” e não “amar para sempre”.

Erich Fromm (1900 – 1980) “enaltece que o próprio pensar, é um sentimento que se próxima muito em intensidade do que seja o verdadeiro sentido do amar”, dentro do abstratismo em se prostrar em um mundo, que procura no prazer instantâneo e mórbido, um gosto de sangue, em um discurso de terror e medo, em deixar, se conhecer.

Mas quando amamos, deixamos nossas defesas abertas, e nos fazemos conhecer da maneira mais pura e simples, chegando a um esquálido de vivência onde as pessoas, não somente pensam em sexo, mas que dentro de estereótipos feitos por moralismos quanto a uma vida conjugal perfeita, não permite a questão de uma disseminação do perdão como uma maneira estética de combater biomecânicas que estejam enclausuradas em torno de modelos comportamentais recheados de tentações que são disfarçadas perante um tratamento de amor cordial, que contenha razão, mas que fique longe do instinto.

Temos os instintos para desconfiarem do amor, mas ao mesmo tempo, temos uma completa razão para controlar nossas emoções, que podem gerar ilusões, para as realizações, de reflexões que são equivocadas quanto a conter uma empatia real pelo próximo.

Os instintos nos fazem procurar prazer, em ardentes pólos de conhecimentos que fingem em deixar o ser humano no controle dos desígnios da natureza.

Somos selvagens e gostamos do errado.

Não há um “Contrato Social” claro que venha assim determinar, como devemos ser prudentes quando se trata de esconder da polícia nossos sentimentos mais profundos.

Um “cartesianismo de sedução” que Verhoeven faz, colocando a questão do instinto e do prazer como armas tanto de liberação de um feminismo que esteja nas mesmas condições de igualdade em usar o masculino ao seu bel prazer, sedo assim uma igualdade tanto no sentido de lógico de direitos e deveres na construção de novos relacionamentos como também a infeorizar o gênero masculino ao temor de se apaixonar por alguém que contenha atributos a contestar seu poderio argumentativo e conquistador.

Mas dentro de uma relação selvagem de sexismo exagerado, Verhoeven fez uma tríade de desconstrução do bom caráter na Modernidade, “fama, sexo, poder”, dentro da personagem de Sharon Stone, ao qual a dedução é um fator secundário, mas sim o que importa para seu “eu”, é uma conquista de psicologismo que esteja alojado para jactâncias de uma filosofia, que possa ser condicionada para um tecnicismo que sai da interpretação, aos quais todos os corpos estejam dentro de um mesmo sentido trágico.

Um trágico de fazer do Sexo, um grito de alerta de que a humanidade precisa de mais prazeres, para que assim não esteja extenuada para uma dialética, de se envolver dentro de uma candura, que possa fazer crescer um racionalismo nefasto, que não faça o ser humano um escravo por completo do seu corpo.

Bernardo Bertolucci (1941 – 2018)  em “O Último Tango de Paris (1972)”, produz uma relação anfíbia de raiva e amor entre Marlon Brando (1924 – 2004) e Maria Schneider (1952 – 2011), que submete diretamente a uma cultura do estupro, ao qual faz do sexo, algo de crescimento espiritual do sexo masculino em sua dominação pelo ato carnal, ao a mulher se encontra em um grau de ser sua escrava plena, e que também produz uma dissimulação de um caráter de moral perante a relação entre o amor e o sexo.

Para uma visão Existencialista,  Jean Paul Sartre (1905 – 1980), “diz de uma fenomenologia do comportamento do prazer, como forma de chamar atenção das outras pessoas, caminhando para um personalismo que assim venha a nutrir linguagens a decifrar o que seja dor como amor”.

Jean Claude Carriére (1931 – 2021) “coloca que a cena cinematográfica, produz uma litografia, quanto a esgarçar o prazer, sem preconizar, de precisar morrer para atender um psiquismo quanto o chocar somente pelo chocar”.

Nick mesmo desejando a fornicação sodomita, demonstra a fraqueza do amor, e também de uma fuga da realidade, por seus problemas com drogas, que diretamente representa uma deturpação do que seja politicamente correto, ou seja, um desejo naturalista forte, pelos sabores da carne e do pecado.

Pecado, que ao qual reproduz uma transmissão, a vivificar que o momento, é mais importante que todo o seu processo de civilizacional, que assim como um coito no sentido bajulador das relações de poderes corporais e mentais, que estão de maneira irrepreensíveis presentes, a enlutar formas de relacionamentos humanos, que venham, envolver tanto o amor como o sexo.

Nicki é expressão de alguém que ainda busca sua redenção perante o amor, mas que não se encaixa dentro de modelo comportamental fabricado e idealizado do consumismo frenético de corpos ardentes.

Usando a psiquiatria Thomas Szasz (1920 – 2012), Tramell “é a crueldade melancólica”; um grito estridente, de que a mulher conseguiu mesmo de maneira libidinosa, seu espaço na sociedade da informação, e que a “famosa cena da cruzada de pernas”, revelou que o poder feminino não está somente em sua beleza, mas sim enfatiza uma análise do inconsciente coletivo, em que o corpo pode despertar o sentimento do amor, que fique longe de quesitos argumentativos quanto a uma organização psicológica de principiar, a desigualdade hermenêutica entre o sexo e o prazer.

Nick e Catherine fazem um jugo, entre um casal explosivo em que a sedução, também se torna um elemento aterrador da condição humana, que possa assim estar sedimentado para lutar contra um pragmatismo, de se buscar um hedonismo que não contenha uma admissão, de trâmites que possam assim fazer do sexo uma forma estética de cumprimentos formais, objetivados ao esclarecimento que o prazer, possa elevar uma individuação que assim não somente esteja focada, no coito, mas como uma forma de “estar no mundo”.

Um estar no mundo que venha a unir a arte, que saia de engrandecimento massificador do “senso-comum”, que não entre somente nos adereços de bajulação do corpo, mas que sim venha o realçar de uma subjetividade, do sentir físico, como também que caminhe para um abstratismo, que possa conhecer um idealismo pela qual possa empreender uma forma cinematográfica, que venha a fazer do sexo, uma maneira de se entender como a selvageria está diretamente atrelada a maneira de como boa parcela dos relacionamentos são formados, buscando tanto a posse do corpo, como todo o seu torpor sentimental, que venha assim concluírem novas maneiras, de um psicologismo, que não esteja voltado para a negação da razão, mas sim que lance novos apontamentos entre o cunho de um cientificismo lúcido, quanto às polivalências de que o prazer está em um espaço sociológico, de se deter em várias maneiras de uma epistemologia do conhecimento individual, em torno de como se relacionar com próximo.

O sexo sendo constituído como umas das abscissas neurológicas, de como as pessoas se colocam perante o poder do corpo, tanto no sentido de uma lógica de assimilação interrogativa interna, de exalar todas as emoções em se elevar como detentor de todos os poderes de autocontrole, que sejam assim colocados como uma transfiguração do “real”, mas que passa para o “ideal”, como também que seja assim exaurido dentro de contextos históricos, de elevar, cunhos para uma nova forma de lançar o corpo como uma arte que vai sendo descoberta sucintamente, através de movimentos de uma paixão que venha a substituir a razão, pela satisfação.

Uma satisfação ao qual esteja na figura de Nicki, como um funesto princípio de que se perdeu a importância e a vitalidade o gênero feminino no respeito pela sua integridade humanística, que por “um gosto de sangue”, que segundo as palavras de Emil Cioran (1911 – 1995), “esteja revestido em um corpo belo forte, mas que se faça uma alma pequena”, que assim seja enlutado a questão de uma política dos prazeres, aos quais Catherine deixa bem sucinto, que o sexo para ela, “é somente um estereótipo de colocar todos os seus prazeres para fora”, quando questionada o sentido de manter contato íntimo com a vítima de assassinato, tema central da trama.

Instinto Selvagem

Ou seja, Verhoeven, extenua uma promiscuidade através d a arte, que de certa maneira reproduz de maneira técnica a habilidade mental de uma espiritualidade, que assim venha conter, simetrias de que a mente é tão vital para as pessoas, assim como a busca incessante pelo pecado, que está escondida por meios de métricas cristãs, que aos quais venham assim produzirem um sentimento de que é necessário, uma ontologia de elevação fraternal, de que a cultura está tanto atrelada ao mecanicismo corporal, como também a interpretação de fazer de suas heteronomias, margens analíticas diferenciadas, situadas como uma filosofia que assim seja a “desconstrução impessoal” de cada relacionamento fique somente admoestado à questão do prazer corporal.

Ou seja além do gosto frenético de sangue, está esmiuçado, uma maneira de lapidar a natureza humana em cima de uma destreza que seja assim um combate a tecnicismos frenéticos, que não venham conter uma clara senilidade, quanto as intercorrências de que o amor, não está  totalmente sujeito ao lúgubre destino da “ação indagadora”.

Uma “ação”, que jogando luz acerca da questão do “espaço público”, de Jurgen Habermas (1929) se converge para uma destruição da intimidade, onde o coletivo seja colocado como força motriz de cada molécula sentimental, que possa assim vim a prover o respeito pleno de uma pessoa pela outra, mas ao qual tanto Nicki como Catherine, faz da selvageria, uma loucura, na sabatina de uma cineasta como Verhoeven em colocar a violência e o absurdo, como fatores que não estejam unicamente escondidos em cada pressuposto psicológico da inteligência humana.

Sharon Stone, no trailer com William Baldwin (1963), “Invasão De Privacidade (1993)”, de Phillip Noyce (1950), ao qual a psicose, em se descobrir o que está proibido, por entre planteis éticos de se esconder perante a visão maníaca que o “outro detém”, podem adquirir perante se descobrir seus desejos ocultos, expõem a união que o corpo pode causar perante o desejo de consumo erótico e pelo proibido pode levar a geração de mentalidades psicóticas e assassinas, onde a realização do pessoal está na destruição do seu “objeto carnal de desejo”.

O oculto, que em Instinto Selvagem, configura uma maiêutica quanto a enaltecer uma nova “substância da arte”, que coloque o “sujo”, como algo que não seja mais oculto, mas sim que fique escancarado perante uma liberação feminina, que fuja de um sentido de aglutinação mental e social, que revelando doenças moralistas, que possam conter um sublime, interstício de promover um autoconhecimento através do sexo alucinante, que assim possa vim a se converter a um “estranho amor”.

No Filme Independente de 1994, quase praticamente na mesma época de lançamento de Instinto Selvagem, “O Poder Da Sedução”, Linda Fiorentino (1960), interpreta uma jovem, Bridget Gregory, usa das artimanhas da sedução sem limites, como uma forma de conseguir dinheiro para se livrar e dar um golpe no marido endividado Bill Pullman (1953).

O que não deixa conter um sentido de que a sedução pode estar também alicerçada na demência de se confundir, com amor, como também estar no emblemático jogo de xadrez demente, para um trabalho intelectualizado em se usar de maneira maléfica o “corpo”, como forma de ilusão, que revela que a solidão pode gerar a sensação de agraciar uma “interpretação errônea”, quanto a uma propedêutica de “saúde mental”, que possa assim levar a uma arguição do que seja realmente um sentimento verdadeiro, quanto a entrever o questionamento acerca a proliferar, charlatanismos mentais, que venham assim à promoção de  um substancial gozo de enganação, a nutrir um entendimento de revelações, de transposições em sair da zona de conforto do prazer, e assim se chegar a uma ética de questionar, o que está se sentindo no momento seja verdadeiro, ou somente fruto de um desejo reprimido a uma contemporaneidade que assim esteja produzindo quinquilharias de humanizações quanto a um falsificacionismo de engrandecimento do respeito mútuo entre as pessoas.

Catherine, não ilude, não usa máscaras quanto à projeção de novas subjetividades que estejam assim comiseradas a deixar Nicki, em um niilismo quanto o que possa assim vim, assim, estar classificado, como “verdade”.

A Verdade que se faz presente, na reprodução constantes de mentiras, que vão assim fazendo, crescer uma humanidade, que humanamente, tem medo de como vai encarar os fatos, que às vezes não estão condizentes, quanto a procurar e compreender seu espaço em torno da humanidade.

O inconsciente coletivo, em ser iludido pelo corpo, mas que busca no prazer uma sintonia de fazer com que mente possa assim estar sendo preenchida de vieses psicológicos, que venham promoverem o papel “da relação  artimanha”, entre a filosofia analítica e a conjugação do corpo, mas que deixa assim um caminho para o crescimento alucinado do senso comum, em ideários de tentar fugir da “verdade empírica”.

Em busca de se legitimar os preceitos da justiça, Nicki, é uma vítima de um enfraquecimento, do Romantismo, e que necessita da loucura, para poder assim exercer suas funções de homem da lei.

Uma jogada burocrática e cinematográfica, que Verhoeven deixa como tacada de crítica quanto os meandros de legitimação e implantação da lei, que assim seja exposto, quanto os “perigos de cumprir objetividades sociais”, que venham a tirar enlaces, de que cada passo da vida em relação a elevar a importância de empatia um com o outro, não se detém a seguir métricas quanto a realizar um amor, que saia de uma ontologia negativa.

Assim se renova uma historicidade quanto a lapidar, um lastro mental que seja construído tanto para entender a mente, como também uma narrativa que venha assim mentir acerca de formulações de novos confrontos quanto a uma destruição de que todos os sentimentos  sejam iguais em sua intensidade, e que assim partam para particularidades sanguinárias, ou seja, que dentro da falsidade, pode a vim a surgir novas formas de atribuir, princípios quanto a uma vida ativa, que contenha a expressão estética, de que a ilusão não está somente nos cunhos de um psicologismo doente, que assim venha colocar o corpo acima da mente.

Catherine extenua tanto um corpo bonito, como também a aniquilação, da descrença quanto a se acreditar ou não que a beleza, possa vim a ser surgida com a presença real de um amor, ao qual usa de elementos sexuais, para brincar com Nicki, e assim deixa demonstrado admissões de que o empoderamento feminino bem como libertação quanto ao poder do machismo, que assim esteja compreendido, no sentido de que para a liberdade de um espírito individualista, possa se usar antagônicas, formas quanto a destruir a razão alheia.

Uma razão que passa para uma individuação quanto a conter uma verdadeira paixão, e que assim traga em mente uma consciência, que seja permutado o valor da desconfiança.

Uma desconfiança que passa pelos sínodos, de flexibilidade quanto a se entregar ao amor, que só existe para um, enquanto o outro, busca conseguir varias maneiras de uma sexualidade, que faça do sexo uma vingança contra o mundo, no sentido de não valorizar a sedução como algo que seja natural dentro dos relacionamentos humanos.

Ou seja, Verhoeven, de certa maneira coloca  artimanhas filosóficas, quanto à loucura de se usar da “beleza”, como um Renascimento dialógico, quanto ao crescimento criativo, e também de gerar novas figuras, de um confronto de ideias constante ao qual estejamos presos a um “empirismo”, que se chegue a fazer uma “autocrítica”, quanto ao que realmente seja amor, como o que seja somente a satisfação dos prazeres sexuais, não importando normas quanto a conter um respeito pelas pessoas, mas sim deixa agastada uma sobrevivência animalesca e vazia, que muitas vezes os preceitos quanto à boa conduta extenua para a maioria das pessoas que apenas pensam em sair da sua corporeidade sexual, sem conter a dádiva de ver na “simplicidade do amor”, a complexidade do que se é viver, em um sentimento verdadeiro que não seja contaminado pela “maldade orgânica da modernidade”, segundo as palavras de Umberto Eco (1932 – 2016).

Nesse labirinto de se colocar uma questão fílmica de assassinato, dentro dos limites em cumprir com o seu dever, bem como a levar a metafísica de que as “forças extras da mente”, podem conduzir a comportamos bizarros, Instinto Selvagem, pode ser traçado como uma desconfiança incessante quanto aos nossos sentimentos puros, e que a objetividade precisa da intersubjetividades, bem como a tropeçar em seus atos falhos, para que assim possa reaver políticas de relacionamentos humanos, que reflitam quanto à indagação do que venha ser verdadeiro, como falso.

É necessário se ser falso, para se proteger de perigos verdadeiros, quanto a estelionatos emocionais, que podem tirar o equilíbrio entre a razão e o desejo, (como Catherine fez com Nicki), e que para construção de relacionamentos, a mentira e não o uso demasiado do “outro” no seu quisto corporal como espiritual, se torna devaneios para uma louvação da falsa felicidade, gerando uma moral que não contenha claramente, preâmbulos quanto a uma filosofia da mente que venha assim ter rebeliões, quanto à escravização da racionalidade perante a beleza de corpos extenuantes e provocantes, mas que deixam também um vazio de frustração chocante.

Instinto Selvagem

Dados Técnicos.

Instinto Selvagem

Filme de 1992.
Direção: Paul Verhoeven
Elenco: Michael Douglas, Sharon Stone, George Dzundza, Jeanne Tripplehorn.
Suspense – Policial – Erótico | Estados Unidos – França – Inglaterra

Sinopse: Em Instinto Selvagem, o policial Nick Curran (Michael Douglas) fica fortemente atraído por Catherine Tramell (Sharon Stone), a principal suspeita de um assassinato. Apesar de ter consciência dos riscos que corre, Curran se expõe cada vez mais, mesmo quando novas mortes ocorrem.

Marcações: