A vingança civil contra o Estado atesta uma forte ligação com o pensamento anarquista de Mikhail Bakunin (1814 – 1876), “quanto à instauração de uma simbologia, para agregar todas as pessoas dentro de um mesmo sentimento de patriotismo, mas que não beire o extremismo cego, do gélido gosto da luta pela luta, mas que isso seja um comprometimento com o bem estar do próximo”.
Dentro de uma Londres, com espaço cinematográfico de regime totalitário, é traçado um novo “Big Brother”, deixando a questão de um Estado Vigilante pleno e ágil, com a marca controladora de George Orwell (1903 – 1950), onde as pessoas são vítimas de manipulação da informação, que projetam cenas do estupor político nefasto, de arquitetar, sementes de um fáustico sentimento de compreensão da razão.
A razão sendo utilizada para uma “tríade aristotélica” dividida em “ideia, idealismo e ideário” de aniquilar o pensamento filosófico individual e sua emancipação moral:
Primeiro Ponto: Idéia: “V”, é um instrumento de comprometimento da cultura pop, ao qual a balburdia, significa uma nova ordem de esperança, diante o afastamento de uma vitalização do sufrágio universal, ao qual através da luta midiática e física, consegue adentrar aos principais cânones de uma nova metafísica social de conjugação em minar os espaços íntimos através de um fio condutor de esperança da igualdade, contra os abusos de um Estado Opressor.
Segundo Ponto: Idealismo: “V”, elenca uma espécie de Zorro Pós-Moderno, que ao invés de atormentar os tiranos distópicos pela descolonização da opressão mental, deixa claro em suas atitudes, que para um plantel de igualdade, a violência se justifica por uma osmose contra o medo impregnado contra o Estado, e que entra em ótica de colisão da “pequena justificativa de práxis” compreensiva dos vícios para organizar princípios destrutivos de símbolos em torno de um eixo senil de tecnicismo da subjetividade em relação contemplação partidária cega.
Terceiro Ponto: Ideário: Direita, Esquerda, Monarquia, Parlamentarismo, Democracia, Lutas de Classes, Imprensa, Arte, Literatura, Escolas, Biologia, Medicina, Propaganda, Administração, são signos para a fabricação do “instável”, que venha colocar ordem discursiva, tirando o povo, da chancela em obedecer a qualquer decreto, como estamento político hegemônico, como peça chave para sustentação do Partido.
Um Partido, que projeta um drama da legalidade na construção de uma Inglaterra Futurista com soslaios, para um “New Totalitarism”, ao qual a Rainha, é descartada, tendo um “lockdown contra o seu reconhecimento”, no tradicionalismo da Ideologia Parietal, recitada dentro dos gabinetes do “Chanceler”.
Um cargo, que não deixa conter uma menção ao Fuhrer feita acintosamente por James Mc Teigue (1967), gerando ironicamente as características de um novo Reich, exercendo um compêndio de ações institucionais, destinadas promoção do medo, em que a presença tanto do líder, quanto a de seus opositores, é sentida a cada momento pelas pessoas, através da transgressão dos direitos civis e de atos de terrorismo, oferecendo um entendimento das consequências históricas de uma suposta vitória do Fascismo em uma eventual Terceira Guerra Mundial.
Nesse caminho, o “cavaleiro sem nome”, “V” (Hugo Weaving – 1960), não mostra seu rosto, mas deixa o baluarte, de que em determinados momentos do conduzir libertária da natureza humana, são organizadas em substâncias pessoais de comprometimento de luta, que passa a ser domesticado para o bem comum, saindo do “pacto – social hobbesiano”, para um gatilho de luta armada, no “exército de um homem só”, a lutar contra um governo despótico.
Nesse caso Evey (Natalie Portman – 1981), se torna uma formidável chicana de burocráticos desgostos, quanto a uma vida que se torna sistematicamente, desprovida do seu poder de livre escolha.
A Vingança, não seria uma escolha, e sim uma força oculta que cada homem carrega dentro de si, pronta, para sair dos piores marasmos, quanto a um tédio de intelectualidade que não venha arquitetar, um aqueduto político, em lançar líquidos de paz e sobriedade para todos.
Ou seja, na loucura de uma luta de identificação, “uma metanoia”, libertária, revela uma diminuição do indivíduo, defronte o existencialismo banal, de não conter a força necessária para se livrar de polivalentes formas de dominação diegética, transfigurada para sua realidade sem muitas esperanças.
Em um comparativo fílmico, “V” é um enredo e forte crítica nas relações públicas e sociais da Inglaterra, estando em sua desconstrução da “intelligentsia”, como em Contagem Regressiva (1994) onde Tommy Lee Jones (1946), interpreta um especialista de bombas do IRA, que se vinga do seu antigo aluno Jeff Bridges (1949), quanto a sua traição em ato terrorista, colocando em exposição, que amor e política se a misturam em torno do cumprimento do derramamento de sangue, em pró de uma pseudo – liberdade.
Não no sentido carnal, mas aqui o cinema constrói uma conjectura moral, ao qual a ciência não pode explicar elementos semióticos, em como entusiasmar o terror real da morte, diante o arrependimento em deixar “sua causa”, de lado para se chegar ao caminho ético de uma possível tolerância.
Um “ética da paixão”, “que segundo Adauto Novaes, faz com que enxergamos nas pessoas, uma oportunidade de lapidação de nós mesmos”, que mesmo que paria isso seja necessário um distanciamento, em relação aquilo “que em determinado momento nos faz bem”, mas podendo deixar um rastro de arrependimento eterno depois.
As amizades nascentes de ex-membros do IRA são um invólucro de primazia cinematográfica do reducionismo entre o íntimo e o coletivo, e também quanto a os limites entre opiniões e dogmas.
Em Inimigo Íntimo (1997) Harrison Ford (1942), acolhe um Brad Pitt (1963), fugindo do seu passado de sangue na Irlanda, que está em conflito permanente internamente, mesmo que indiretamente entre sua causa e a chance de uma nova vida.
“V”, não demonstra arrependimento em matar, para sucumbir, laços de atos abusadores de um Estado Autocrático, que se confundem em fazer de paramentos democráticos, um estupor de aclimação entre a revolta e a justiça, já que ambas para sua factuação necessitam de vítimas, o que eleva para argumentação de como o “Direito” trata a Vingança, dentro de uma utopia coletiva, mas de personalismos ativos politicamente bem reais, quanto a realizar uma justiça, quanto à própria justiça instalada contribui para a opressão.
A entidade burocrática representada por uma pessoa só utiliza de um terrorismo coletivo, ao qual o pavor, se torna uma arma política, contra uma alegoria de uma Inglaterra cheia de eufemismos quanto à discriminação classicista, lembrando um caminho absolutista, quanto à relevância do Estado, e seu conluio de zelar por todos SM distinções hierárquicas ou materiais.
Uma justiça ao qual, está ambientado no uso extremo da força e da tortura, não transcorrendo um amadurecimento quanto a oferecer um sentido ao comprometimento de amabilidade, e também de um laço de sensível, e sim que em cada plano sensível de sua sustentabilidade filosófica, está um facultativo grito, de levar voz para aqueles aos quais o governo constituído, não se coloca como detentor e guardador da sua verdade miserável.
Em um feitio comparativo com a marca anarquista de “V”, fazendo um compendio com cultura pop, de que o “justiceiro”, não é somente um sentimento de casar psicoses coletivas com estéticas fajutas de igualdade feita na “marra”, e que assim é uma forma abrupta de causar erros ao Estado, subjugando caminhos de justificativa constitucional para uma tipologia de fermentar a tortura diante atrocidades oposicionistas, que venham a se tornarem comuns.
É o cinema dentro do discurso de anunciar um poder de imagem política, que não promova as vontades e desvontades!
Para tanto se pensarmos a cultura hibrida e polivalente como um contraponto da civilização ocidental, está facultada o uso da violência como forma de destruição, para a construção de uma sociedade mais justa, mas sem o professorada da informação concisa.
“V” é uma nostalgia contra uma elite arquitetada, tanto para controlar novos pensamentos, como também a realizar uma não satisfação de sentimentos que estejam em uma subjetividade, que não traga a equidade forçada, que assim possa colocar “a plebe e elite em um mesmo sentido” de igualdade existencial perante um sistema de poder que usa e abusa da informação deturpada.
Usando de Manuel Castells (1942), “o cinema pode ser caracterizado, como uso frenético da informação para o divertimento de todas as massas”, assim carecendo, não de sua produção em larga escala , mas sim de sínodos controladores conforme uma vontade ministerial intercessora, e destruidora de uma “antropolítica” que haja contra os padrões de projeção de que o conflito de opiniões orquestra um cansaço enfadonho na dialética de uma obra humanística que possa fazer do terrorismo tanto de Estado, como de grupos paramilitares ou civis, um orbital eloquente, de luta contra arbitrariedade de simbologias destrutivas da vontade própria.
O Fascismo, que é confundido com Nazismo dentro do cotidiano, em sua genealogia com Benito Mussolini (1883 – 1945) em seu escrito “What is Fascim”, confronta questões de uma unidade nacional destinada a romper na base da violência, como uma expressa e linguística de convencimento cego, perante as minorias que são contra suas atividades publicitárias, e por não dizer partidárias.
Já “V”, enxerga em uma Inglaterra Totalitária, o sentido de combater o terror através terrorismo, em um alarde “trotskista”, de levar a ideologia da luta armada, como fonte de doutrinação e também comoção nacionalista, diante um espaço pandêmico de um vírus que determina que o Alto Chanceler Adam Sutler (John Hurt – 1940 – 2017), use e abuse do seu poder.
Por falar em pandemia, o vírus fictício “Santa Maria” em comparação com a “Covid 19 ” é um retrato da inferioridade da humanidade diante o desígnios do criador celestial, em que sua dor, seja aumentada constantemente como uma estética de arte, que comprime o homem para sua limitação defronte um destino ingênuo na beira utópica de controlar tudo e todos.
Não há uma quarentena de fato dentro da óptica de sua narrativa, e sim grande parte do seu enredo gira em torno de Evey Hammond que é salva por “V” de um estupro coletivo, por agentes da polícia secreta do “Fogo Nórdico”.
De maneira consciente isso pode ser comparada com a violenta forma como, por exemplo, membros da Gestapo tratavam as mulheres nos campos de concentração Nazista, ou até mesmo a violenta submissão ao qual o gênero feminino foi submetido durante os anos de Stalinismo.
Em um traçado sociológico, a questão de como o Estado se comporta perante momentos de forte oposição, e durante a disseminação de um vírus letal, expõem um falso sentido de igualdade maquiado em uma ordem estrutural teatral imposta pelo ranger das armas, que é agraciado pelo uso gratuito da violência bem, como uma virulenta identificação de uma estratificação moral, e espiritual ao qual ocorre a traição de um sistema ditatorial, que possa unir todas as pessoas, em busca de uma ideal comum de direitos e deveres.
Para isso transcorre uma exaltação, ao qual poder do jornalismo imparcial, eleva uma criticidade em torno de como a informação está comprometida, para decodificar os interesses mórbidos de um Estado Dominador, que não seja sentimental, quanto a filosofias sociais, que venham a promoverem, claramente um “comunismo que não seja partidário e sim espiritual”, de respeito mútuo entre as pessoas.
O Fascismo estaria mais do que vivo em 2020, e dentro da história-presente, traçado a uma docilidade dos corpos, que conjuga uma gnose, quanto a um paraíso sociopolítico indutivo para a destruição da “razão cativa”.
Segundo Sérgio Paulo Rouanet (1934) “a razão na contemporaneidade, foge de uma participação política ativa das camadas populares”, havendo a opressão de um Estado de Direito que em nome do bem-estar comum não tem a menor preocupação a usar de preceitos combativos, destinados a uma coletivização mórbida.
Há uma referência quanto à crítica, quanto o ressurgimento de Estados Totalitários, mas barganhando com despotismo informal, tanto na “Terra da Rainha Fascista”, quanto ao anarquismo solitário de “V”, sendo instituições marcadas pelo extremismo de suas atitudes que justificam seus atos através do poder das armas.
Até para os espíritos feministas mais exaltados, Evey se torna um objeto de adoração, quanto a incidir a mulher dentro de uma conjectura objetivada na luta por reconhecimento e participação política que não ficasse unicamente a sujeição de realizar as vontades, do mundo dos homens.
Dentro do seu plantel histórico, Margaret Thatcher (1925 – 2013), bem como a Rainha Elizabeth II (1926), e depois com menos intensidade Theresa May (1956), bem como o ícone mundial da Princesa Diana (1961 – 1997), possuem a magnificência de uma luta da mulher contra o empoderamento do poder masculino dentro da sociedade e políticas britânicas.
Em um contraponto ideológico, Thatcher, representante do Liberalismo, exalta o enxugamento da máquina pública, reforçando a cobrança de impostos para manter serviços públicos essenciais, não deixando também de conter dentro da questão de defesa soberania inglesa diante a questão das lhas Falkland (Malvinas) (1982), um sentido de “guerra total”, segundo as palavras de Eric Hobsbawm (1917 – 2012), segundo a agressividade e firmeza que essa mostrou perante a audácia de invasão territorial argentina, bem como endureceu medidas contra as ações do IRA, reforçando medidas de contenção e prevenção com o apoio da Scotland Yard.
O grau de realismo de “V de Vingança” surge como um presságio cético global, que não estava preparado para abarcar todas as pessoas, que nisso faz ressuscitar regimes de massas, que são fraudulentos em seus reais meandros intelectuais, quanto a implantar uma democracia que venha respeita as premissas Iluministas, sendo uma lufada de destruição da criticidade e da liberdade de opinião.
Uma educação cinematográfica anárquica, que usa de princípios argumentativos, quanto à integração da humanidade em torno da desunião partidária, em uma estética de conglomeração de objetivos centrados na união civil, com rebeldia, para que assim se levante premissas de uma liberdade que não esteja somente, ligada aos desejos de oligarquias e grupos assimétricos economicamente, que promovam uma higienização mental de fanatismo e devoção cega as suas diretrizes.
Mas sim estando dentro de um contexto que não envolva a prostituição de Evey como uma forma de fugir de um “Novo Fascismo”, estando atrelado a uma questão política que combata a tirania com anarquia e também contra um controle ideológico, que limite tanto a rebeldia, como clareie compromissos interrogatórios, para o discernimento e decodificação do conhecimento epistemológico de respeito pelo próximo, que não fique somente dentro do poder estatal, oferecendo uma envergadura de opinião que somente lhe é conveniente.
“V” é uma espécie frenologia de vingança das vítimas dos Campos de Concentração da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) com uma crueldade, que justifica a máxima maquiavélica, “da guerra, como a política feita por outros meios”, expressando um ardil instinto de combater o Fascismo usando de sua mesma arma de intolerância.
Para isso, dentro da visão dos quadrinhos para a adaptação cinematográfica, justifica uma forte suplementação de uma eugenia quanto, a subverter uma sociedade condicionada de maneira metafísica, moldada na repetição, e na destruição da subjetividade, dentro de princípios psicológicos que levam ao adoecimento da mente, dando a opção do “suicido” tanto como um ato de “decisão filosófica” segundo o pensamento de Emil Cioran (1911 – 1995), ou também como condição do auto-extermínio devido a carência de modelo social que favorece a “movimentação de idéias”, sendo uma patologia de libertação e também de condenação segundo a visão de Émile Durkheim (1858 – 1917).
De qualquer forma, a ideia de perfeição moral anárquica ao qual “V” se debruça em seus esforços bélicos, está em dar voz aos esquecidos, diante as mazelas de consequências de uma Guerra Nuclear, e na destruição de um mundo “a-histórico” que faz da dor um novo suplemento, de terror, diante os princípios “darwinistas”, das leis de sobrevivência do mais forte.
O Chanceler Sutler, literalmente incorpora a máxima Absolutista de que o “Estado Sou Eu”, e aos quais seus algozes não esperam demonstrar nenhum tipo de compaixão, e tão pouca espera oferecer clemência.
O assassinato de membros do “Partido Fogo Nórdico” é um recado de “V” para a Modernidade, em se reinventar em uma nova estética de educação popular que não fique restrita unicamente as conquistas de uma felicidade momentânea, e que se restrinja a cumprir procedimentos burocráticos de uma ordem social, que faz com a força física de boa parcela das pessoas ficando fracionada para sustentar a diversão de poucos privilegiados aristocratas.
Tanto que dentro da concepção do “Estado de Exceção”, concebida pelo filósofo Giorgio Agamben (1942) “a submissão é diferente da escravidão”.
“A submissão está conclamada diante a aceitação de atrocidades como sendo verdade estabelecida pelo Direito, que assim legitima a tirania se tornando um quadro de justiça que sempre são favorecidos as mesmas pessoas segundos as vontades do líder e do partido, e a escravidão é ocultamente da verdade prática diante uma razão corrompida de criticidade”.
“A perda de criticidade perante o seu opressor”, segundo as palavras de Albert Memmi (1920 – 2020), em comparação com Agamben, justifica atos de uma política que faz do discurso democrático forçado pela vontade maior, uma “coisificação”, de práxis de liberdade em reação a uma massificação inconsciente, mas com conteúdos disseminadores bem conscientes, sendo atraente para uma população que tenha sua capacidade de se nutrir de palavras limitadas em seu vocabulário , pela ideia eterna de “homem cordial”, usufruindo do “ser – pacato” nos Trópicos descrito por Sérgio Buarque de Holanda (1902 – 1982).
Ou seja, uma cordialidade em uma Inglaterra futurista, que trazida para nossa atualidade enseja os medos diante uma incompreensão diante o irracionalismo, de que para se chegar ao conhecimento intelectual, e também para a libertação do “ser”, que se faz presente em uma relação espiritual ao seu tempo presente, é necessário sempre uma luta constante.
Dentro do sentimento anarquista, está alojado uma lógica de luta incessante, tanto armada como ideológica, por um apreço contínuo, para o fortalecimento de um pensamento social, que não esteja unicamente comprometido, em cumprir metas e tratados burocráticos oficiais, e sim que faça das usas ações um sentimento de seu própria de existir como indivíduo e como ser – metafísico.
A Luta que moveu sentimentos de igualdade, mas que dentro da tessitura interpretativa de “V”, dá voz aos marginalizados, e que também não se preocupa em se marginalizar como uma formalização de contestação em nome da ação libertadora, para um estrangulamento da ordem constitucional discriminadora, enfrentando a opulência da régia a autodeterminação em aceitar a injustiça como algo reluzente no comportamento de contestação das misérias humanas.
“V” não é visto como um bandido, e tão pouco um alienado, diante o aglutinamento comunicativos daqueles ao qual procura dar voz, fazendo uma história repleta de estórias, em propiciar visão de complacência e alguma dignidade para aqueles que nem sabem o que é “ser digno de um mínimo de pena” segundo as palavras de Victor Hugo (1802 – 1885).
Para o cinema a mensagem de rebeldia, encontra estadia a uma deprimente estagnação da ruptura da tradição de pacificidade diante a domesticação das massas, ao qual uma célula anômala como “V”, é o correspondente de um caos, que visa perpetuar a ordem de um confronto constante de pensamentos conspirativos.
Não se trata unicamente de postular uma luta contra o poder de um Estado Opressor Totalitário contra o “Sonhar Libertário Pleno”, mas sim enunciar os perigos de uma planificação do pensamento em virtude de nutrir, sentimentos de um nefasto Nacionalismo, que em nome do fanatismo eleva uma condição humana de barbárie, destruindo a gestão e integração de arcabouços políticos que possam colocar as pessoas em igualdade de oportunidades e obrigações.
Trata-se no fundo de um afastamento da ampla defesa do ser biopsicossocial do indivíduo, e a sublevação de um Poder Executivo, que não se preocupa em levar a inferiorização máxima daqueles aos quais deve governar, e “V”, é a esperança de um Messias que propicie luz para os silenciados e esquecidos, por governo que fujão da sua flâmula democrática, mesmo usando de suas facas para que tais princípios sejam garantidos.
Dados Técnicos.
V de Vingança
Filme de 2005, com 2 horas e 10 minutos de duração.
Direção: James McTeigue
Elenco: Hugo Weaving, Natalie Portman, John Hurt, Sephen Rea…
Ficção – Ação |Inglaterra – Estados Unidos – Alemanha
Sinopse: Em uma Inglaterra do futuro, onde está em vigor um regime totalitário, vive Evey Hammond (Natalie Portman). Ela é salva de uma situação de vida ou morte por um homem mascarado, conhecido apenas pelo codinome V (Hugo Weaving), que é extremamente carismático e habilidoso na arte do combate e da destruição. Ao convocar seus compatriotas a se rebelar contra a tirania e a opressão do governo inglês, V provoca uma verdadeira revolução. Enquanto Evey tenta saber mais sobre o passado de V, ela termina por descobrir quem é e seu papel no plano de seu salvador para trazer liberdade e justiça ao país.