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O Sentido de um Fim e a Teoria do Caos

Aviso: teremos spoilers do livro no texto.

Na terceira temporada de Dexter, ele, em um de seus diversos pensamentos nos revela: Dizem que uma borboleta pode bater as asas no Brasil e desencadear uma tempestade na Flórida. Vou arriscar que isso não é verdade. – The Damage a Man Can Do.

Porém, a teoria do caos, cada vez que passa, se mostra cada vez mais verdadeira.

No livro Trem Noturno Para Lisboa, em seu diário, Amadeu escreve: “É um engodo achar que os momentos decisivos de uma vida, em que seus rumos habituais mudam para sempre, sejam necessariamente acompanhados de uma dramaticidade ruidosa e estridente, acompanhada de grandes surtos. Esta é uma imagem batida inventada por jornalistas bêbados, diretores de cinema ávidos por flashes e escritores cuja cabeça é à imagem e semelhança dos pasquins de terceira categoria. Na verdade, a dramaticidade de uma experiência decisiva para a vida é de uma natureza inacreditavelmente silenciosa. Ela tem tão poucas afinidades com a explosão, a labareda e a eclosão vulcânica que, muitas vezes nem é percebida no momento em que acontece. Quando desenvolve seu efeito revolucionário e mergulha toda a vida numa luz totalmente nova, ganhando uma melodia completamente original, nova, ela o faz sem alarde, e é nessa falta de alarde que reside sua nobreza especial.” 

E cada vez que dobramos uma esquina diferente. Cada vez que o telefone não é atendido naquele exato momento. Cada vez que a chuva cai e lhe faz ficar em casa, pode ser ali, naquele silencioso e despretensioso momento que seu destino foi mudado completamente.

Não existem fórmulas que definam uma vida. Talvez só exista no livro “O Sentido de um Fim”.

Talvez, Adrian, por mais racionalidade que tentasse empregar naquela simples e complexa equação sabia que tudo havia acontecido por coisas simples.

a² + v + a¹ x s = b

Uma carta de Anthony, praguejando, insultando e amaldiçoando.

Anthony, não sabendo perder uma amada para o melhor amigo.

Anthony, frustrado por ver seu melhor amigo, que na época já era um pouco afastado, ficar com sua ex.

Eventos. Eventos. Eventos.

Anthony e Adrian, ligados por duas mulheres, a filha e a mãe.

A Mãe. Se houvesse ficado quieta quando Anthony fez aquela visita. Adrian, se houvesse ficado quieto, sem se envolver com a ex de seu melhor amigo. Anthony, se não houvesse praguejado contra, se não houvesse falado para Adrian procurar a Mãe, a Mãe, se houvesse respeitado a filha…

Ah, quantas encruzilhadas que poderiam levar para outros caminhos, quantos momentos simples e catastróficos, que fizeram uma criança nascer com problemas, um cara cerebral entrar em confusão e se matar e toda uma família ser destruída.

Um simples bater de uma asa. A teoria do caos. Os eventos subsequentes. Tudo interligado.

Anthony não sabia. Até pouco mais de 60 anos, até uma carta chegar e ele ir vasculhar o passado.

É ali. Nos resquícios da memória. Na nostalgia da vida imaginada ter sido mais bela do que é, que pessoas tóxicas foram mostradas, amizades sólidas foram questionadas e pessoas, aparentemente, boas, desmascaradas.

Mas não há o que ser feito. É ficção. Também é vida real.

Tóxico, em algum momento, para alguma pessoa, você já foi. Eu também.

Não há o que ser feito. Apenas tentar controlar o incontrolável bater da asa da borboleta, para que seu evento não seja devastador no futuro.

Não deixe de conferir.

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