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Euro Cine | Dois Papas

“Dois Papas” coloca uma situação artística hipotética dentro de um contexto político e religioso, de se entender a igreja Católica dentro de seus alicerces ideológicos e também de um certo fanatismo doutrinário – espiritual.

A gnose, como um fator de construção institucional, que fuja de concentrações políticas quanta a suposta relação do Cardeal Joseph Ratzinger (1927) em sua juventude com o Partido Nazista (1920 – 1945) ou até mesmo o obstrução de Jorge Bergolio (1936) quanto aos torturados e mortos pela Ditadura Militar Argentina (1966 – 1973 – 1976 – 1983).

O cômico dentro de uma assimilação interpretativa sociopolítica coloca para o expectador dois protagonistas ingleses, com carreiras teatrais, realizando uma arte de encenar, um encontro ente velhos amigos, discutindo os objetivos de suas condutas perante o Catolicismo, que viveu no segundo milênio uma série de denuncias de corrupção a pedofilia, bem como uma nova retroalimentação quanto os conflitos entre suas ordens monásticas.

Bento XVI, com uma origem social e religiosa do tradicionalismo idealístico alemão, teve grande parte do seu corpo teórico e metodológico construídos a sombra de João Paulo II (1920 -2005) polonês eleito como um freio para o Comunismo Soviético na Europa Oriental em 1978, povo que filosoficamente e historicamente são uma pedra do sapato dos alemães, e também depois do holocausto, se tornou um símbolo da intolerância que o III Reich disseminou pela Europa.

O formalismo da eloqüência alemã fez a igreja perder muitos fiéis, dada a tradição de novos movimentos dentro da Santa Sé, como a Renovação Carismática Católica (1967), que tem como base uma maior aproximação diante seus fiéis, e fugir do cunho burocrático controlador, que o Vaticano exerce, como um Estado Autocrático, tendo vieses, de um “weberianismo” moderno, cheio de amarras protocolares, para a postulações régias que conservassem a hegemonia da influência papal.

É notório que dentro de uma sonoridade de bajular, a calmaria e o silêncio e a dedicação, de atrelamentos psicológicos concatenados ao do silêncio vocacional, Fernando Meirelles (1955), faz uma ficção, que acalma decisões, que não estão diretamente, em torno de um plano cinematográfico, de usar os espaços de oblação, para a união entre os fiéis e seus líderes.

Em certo ponto, dentro dos “supostos” diálogos papais, se concentra uma narrativa fílmica, que chega a conter sínodos de uma teoria das “relações internacionais”, gerando um “karma”, de que para uma aproximação de Jesus (7-2 a.C – 30 – 33 d.C), seus adeptos, devem conter uma habilidade de negociação entre um “corpus” institucional que dentro de um princípio do “keynesianismo”, gerando empregos nas divisões hierárquicas católicas, mas que também difundi a missão de abarcar os mais necessitados, passando por uma linguagem de “desconstruir”, o paradoxo, de que as riquezas da Igreja não precisam ser conservadas, já que conforto e luxo são armas para um “choque de realidade”, para as pessoas, que assim se encantariam materialmente, com a beleza da “Casa de Deus”.

A Diplomacia e os conservadorismos de Bento XVI, entra em rota de colisão com o lúdico de tolerância de Francisco.

Na sua designação como Sumo Pontífice, fez menção aos franciscanos, que foram durante anos, uma “pedra no sapato”, no quesito de uma práxis social combativa, que limitasse séquitos para uma adoração dos bispos, cardeais, padres, como representantes de um inconsciente coletivo, pelo qual não precisa se questionar tudo, já que Javé está frente de todas as obras da sua Santa Igreja.

Bergolio, não esconde um viés, “marxista”, não no caminho de um condicionamento – mental, e sim na defesa de um trabalho social, que fuja das tentações de promoção ao empoderamento de uma filosofia do poder cristã, que anuncie a oração falsificacionista, mas contendo uma aproximação amistosa, para a elaboração de uma ontologia sentimental e espiritual, que façam os católicos se aproximarem um dos outros, mas unido a simplicidade com o rigor teórico e disciplinador.

Conservadorismo e Liberalismo enveredam a conversa dos dois amigos, que geram divergências, em ubérrimos de tratamentos formalísticos, que menosprezem, as virtudes que Cristo pregava entre eles a “crença incondicional no pai”, e a espera pelo Reino de Deus, que não possa ser substituído por uma ilusão de palácios, e primores arquitetônicos cheia de glamour, reproduzindo a concentração de classe, e diminuição existencial de uma pessoa pela outra.

Nisso as tomadas de cenas, bem como a trilha sonora, colocam uma dialética entre a figura paternal dos Papas, como um tratamento de superstar, de um literal “papa pop”, que em um das cenas, ao som Dancing Queen (1976), do Abba (1972), uniu uma cultura pop com o erudito de uma profissão de fé, que tentasse aproximar das pessoas comuns, e não somente contendo assédios de subjetividade, que venham a humanizar uma constante irrupção de apreço pelo catolicismo.

A Homossexualidade, saindo de sua condição Patológica, e preconizando uma elaboração acolhedora de que todos são filhos de Deus, faz justaposições, de que como toda a empresa, é necessária, rever metas e doutrinas, para um maior número de indivíduos venham a estarem mercê de obedecer, o líder.

Jonathan Pryce (1947) e Anthony Hopkins (1937), dentro de suas performances, engendram uma pitada de sadomasoquismo religioso, entre os sacrifícios que são necessários para se viver à fé.

Uma fé que pode vir a conter semblantes de destruição dos sentimentos em se trabalhar humanamente em função do próximo, e que também desperta a ira e a inveja, como um inventário, de favorecer a maldade ao invés da bondade.

No campo psicanalítico está alojado um combate por uma história religiosa, que possa não disseminar preconceitos contra uma ascensão do cristianismo, que fique encarcerado na ontologia metafísica, para retomadas do elixir um Estado, que possa se mantiver no pacto social, que faça uma organicidade, para informar os fiéis, quanto a um trabalho secular mais social, realizando uma exegese que contenha o ritmo de não conter a idolatria de forma fanática.

“Um compendio do mental, para um caminho espiritual que possa conservar meandros, para uma argumentação em não colocar, a intermitência de consciência que julga jactâncias “nietzschianas”, quanto a uma ‘Morte de Deus”, em relação à construção de uma igreja, que possa estar mais próxima de seus adeptos.

Bento XVI possui uma imagística de concentração de poder, ao qual elucida um conceito de John Locke (1632 – 1704) “da religião civil”, que dependendo do jugo, beira uma totalitarização de setores progressistas do catolicismo, bem como a tendência emérita de ser à sombra de Francisco I, no quesito de resplandecer uma frente opositiva de reaproximação da maioria das pessoas, fugindo de cercos de uma oração institucional que não esteja objetivado a viver a pobreza de Cristo.

Questões como essa, que venham a semear uma linguagem cinematográfica que provoque tipologias diferenciadas de comportamentos para os espectadores, confabulam a uma filmagem, ao qual Meirelles, contabiliza surpresas de argúcia em provocar contrapontos de filmagens, ao qual o expectador está concentrado no luxo do Castelo de Gandolfo, e em algum momento abrupto é transportados para o subúrbio de Buenos Aires, durante os brutais anos de Governo de Exceção.

É um sentido de luta das subclasses dentro da Santa Sé, ao qual Bento XVI implícito ao desejo de mudança institucional dos rumos tanto na formação do clero, como também em ordens que venham a desempenhar um papel, de refazer o seu catecismo quanto a novas permutas, de uma sintomatologia, que ofereça a visão histórica que não fique somente perpetuada aos luxos, e concernem mobiliários da riqueza papal.

Uma lacuna quanto ao desenvolvimento do seu enredo, está na carência de um papel de construção dialética, no que é tangente de elaboração de uma crítica ou construção retórica, quanto aos destinos que a espiritualidade, na formação sacerdotal, deva tomar, mais que um “materialismo histórico católico”, que enxerga o futuro da sua história, e de sua sociedade civil, quanto a epistemologias, como uma “Educação Popular”, que possa atrair maiores fulgidos, de uma reaproximação sinodal quanto aos mais carentes.

A importância filosófica, na arquitetura do amor, contém um diagnóstico de “dor”, elevando uma tradição a François René De Chateaubriand (1768 – 1848), na “gênese do cristianismo”, que promova rebeliões mentais, em comparativos interculturais com a Religião do Império Romano (380, Édito de Tessalônica), não de maneira politeísta, e sim no alicerce de pontificado, que seja forte em administrar a sua cútis material, como celestial, em função de uma nova forma de se entender, como profetizar uma fé, que ficasse dentro dos cânones da oficialidade, como também uma agraciação de um coração que seja emanado, para elementos, de não ficar preso a utopia, de ficar aprisionado na conduta do bem-estar, domesticado, na falsa alegria de uma exegética estética de poder religioso, que force diâmetros, de uma descrença quanto a uma integração entre todos os setores de ordens doutrinárias que se constitui o catolicismo

Não seria um exagero enfocar o pensamento de Jean Piaget (1896 – 1980) “no que é sensível, como a fé , incorpora uma mentalidade dos seus soldados, sintética a ideia de “medo e punição”, fazendo no indivíduo uma culpabilidade por seu atrevimento em ofuscar os desígnios do “Grande Arquiteto”, em nome de se defender das heresias e malignidades controladas por Lúcifer.

A tessitura de uma limitação da subjetividade é uma grandiosidade de uma carência quanto à abertura de novas idéias, para vetores, de uma manifestação psicológica, de combater alegorias teológicas, de ultrapassar um cunho, de destruição da criatividade e da atividade mental, que lute diante de um “Mefisto” de engrenagens decadentistas na destruição da bondade.

Uma bondade ao qual a interpretação de Pryce, beira, inocência, na não corrupção e recuperação do homem perante as riquezas materiais, para se chegar a um hipocampo celestial, contendo a ilibação da palavra, a uma disseminação da boa-nova, mas que não esteja dividida em seus percalços sociológicos e filosóficos, tanto para perversidade e promiscuidade, como para o dogmatismo e fanatismo.

Fanatismo pelos quais, Bergolio paga um preço de autoculpabilidade, em seu julgamento moral, quanto à “suposta”, omissão aos desaparecidos, pela Ditadura Albiceleste, como suas ligações doutrinárias em relação à Teologia da Libertação, sua tolerância à homossexualidade e uniões matrimoniais de casais do mesmo sexo, quanto a sua separação antropo-filosófica  entre fé e igreja.

Nisso Bento XVI, se torna um exemplo de ortodoxia, quanto à transgressão de efemeridades, a uma revolução ou renovação institucional, querendo abarcar novos fiéis, mas desde que sem antena ao “status quo”, da Doutrina, mas que se for necessário se promova a ilusão de renovação para novas vagas de fiéis para o “Nazareno”.

Um “Nazareno”, que já se tornou globalizado e fragmentado, quanto às divisões de sua gleba sacerdotal, que passando por Martinho Lutero (1483 – 1546) e João Calvino (1509 – 1564), viu o surgimento e ascensão de uma variedade religiosa, banhada por obras demoníacas, que vinha impressionar cérebros desprovidos de informação “telos-político-filosóficas”, fazendo assim suas emoções serem engolidas por um Hercólubus Radiônico, ao quais, truques mentais e processos mnemônicos, seduzem seus futuros filhos, em nome da massificação religiosa e fervorosa, na crença da “não – compactação”, de culturas evangélicas diferentes entre si.

Na Alemanha, por exemplo, é um paradoxo ideológico e intelectual, quanto ao tradicionalismo do Catolicismo, e em como a acusação de seu apoio ao III Reich e perseguição anti-semita, quanto no século XVI, se viu uma interrogação do Luteranismo, na rebelião contra concentração de renda e das riquezas nas mãos de poucas pessoas, elevando indagações em função de uma valorização mais da “arrecadação do que da oração”.

“Doação com submissão”, entre seus diálogos, os “Dois Papas”, está uma profunda, espacialidade de poder, de não sobrepujar ou abrir mão de seus interesses particulares, como também políticos, como um jogo de ego e vaidades, que possam vim distorcerem, ou construírem, uma união de inteligências ao gosto de comunicação que saia dos veraneios, de confrontos “espirituais-mentais”, banhados pela arquitetura renascentistas, e que se chegue a um consenso quanto o que seja verdadeiramente bom ou ruim para a lapidação da fé, mas que também se forme incólumes prognósticos a uma tendência conciliadora, entre a Igreja e seu Rebanho.

O Tradicional, com o Atual, no espiritual, se faz um cinema sem igual, que dentro do homem atormentado, o deixa, sacralizado a um fértil castigo, de não ser dono do seu destino, mas tendo o desatino, em que beber um pouco de vinho tinto, na companhia de boas amizades, fazem deidades, de suas verdades, na esperança de um conduzir catalisador, de um marasmo de falseabilidade, na amabilidade de mentalidades, que sejam donas de suas próprias docilidades e ambiguidades.

Na teoria de um braço arquetípico factual, quanto a se lançar atitudes, do intrapsíquico movimento de capitalizar como é suplantado um relicário dos questionamentos, que introduza uma forma, de sobrevivência, aos princípios natos da originalidade em se adquirir pensamento próprio, quanto a uma renovação de aparelhos neuronais, que conservam a rigidez da inteligência formativa, está uma guerra incessante entre o tecnicismo da história tradicional, “parada e contaminada pela letargia”, contra “um motor a modificação de modus operandi”, que faça de causas pétreas ramificações a geração de novos planteis de individuação com comoção pelo próximo.

O próximo em análise de Jürgen Habermas (1929), que está colocado em um sentido, de “alteridade” em se projetar no “outro”, não somente como um adversário e sim a uma profundidade no limiar de uma subjetividade que esteja complementada, para adiar conflitos existenciais que sejam inevitáveis diante a estruturação da arte, em promover ações que foquem a transposição para o ideal de um “ser” que procure relações para construção de sua imagem, como compêndio de ação na sociedade, que venha radiar projetivos, de uma fé, que não fique exclusivamente nos caracteres de não conter crítica, não alcançando ciúmes que realizem paradigmas de um distanciamento que seja melhor um do que o outro.

A amizade com alteridade, o valor de respeitar contrapontos ideológicos, em torno institucional, que combata entre si, possando transparecer  um psicologismo alógeno, que não inspire a comunhão entre uma Igreja que partilhe uma verdadeira comoção perante as pessoas mais necessitadas, porém que deixe uma lógica de manter suas tradições e hierarquias de poder e burocracia.

Aliás, para uma imolação quanto à criticidade, na constituição do “sujeito histórico”, que se faça livre em suas escolhas, na sua capacidades de julgamento, como “crítica social do juízo”, oferecendo que uma não colaboração diante o senso-comum que limita a liberdade de assimilação do conhecimento, em favor do encilhamento na partitura de mentalidades, banhadas por ideologias que não sejam totalitárias, para uma porção de tempo linear, complementada pela destruição “no que é alijado”, em inocular uma interpessoalidade disseminadora de tolerância.

Tanto que na “pseudo-entrevista-ficcional-realística”, realizada por Ratzinger com Bergolio, e demonstrou a relevância quanto a assuntos, que permeiam, o regimento estático do Catecismo Católico, quanto, por exemplo, a tolerância e abertura do casamento gay, e dos “príncipes da igreja”, para setores políticos menos favorecidos, organizados para uma cinematografia, que contenha um fundo de alerta para a integração e interação, de um saúde mental, que contenha o alimento espiritual, em benfeitoria, de produzir uma fé, que esteja próxima aos desígnios divinos,  no caminho de flexibilidade entre uma compensável plenitude, a um módulo de Direito Canônico, produzindo aleivosias de peremptórios para rebelião da criatividade, em conter uma conduta de pregação cristã, que venha a se aproximar dos principais ensinamentos deixados pelo “Nazareno”.

Dentro de uma análise de camada estética, se voltando para uma política de reaver a figura papal, perante uma globalização, imiscuída a um relativismo religioso, fazendo com que o “sapiens” não ocupe o lugar de Deus, e também partindo para uma “virtú maquiavélica”, ao qual o comando do Estado do Vaticano, não se resuma unicamente a laços fraternais entre sua cúpula interna, e sim a um gerenciamento de uma cosmovisão, que surja como instrumentos de construção, na prioridade de uma “ética”, que seja baseada exclusivamente na força da “palavra”, e sim  em uma sintonia na reestruturação instrumental do catolicismo, que não fique atrasado ao desenvolvimento organizacional e cultural, a dialogar e aceitar paradoxos comportamentais, quanto a sua maneira de pensar e enxergar o mundo.

Aliás, “visões de mundo”, muito pervertidas quanto a pensar a humanidade em comparação a bondade e rigor Cristo, que se fez homem, mas que a humanidade se procrastinou a uma necrose, de não conter uma aceitação quanto a sua limitação física e espiritual.

Pryce, quando assumiu a postura do personagem de Francisco, também possuiu um pouco de Bergolio, quanto à candidatura a Papa, advinda da América do Sul, e que historicamente, dentro das metodologias de discriminações e perseguições feitas pelas antigas potências colonizadoras (Espanha, Portugal, Inglaterra, França e Holanda), indiretamente, se iluminaram como um vetor de cobrança das mazelas destinadas ao Novo Mundo, feitos durante séculos de exploração e o pressão, ao qual a “alma – mater” ideal para o reino dos céus era o “branquismo”, do Civilizado Conquistador, do Velho Continente, que ao invés da aculturação, procura a si mesmo e aos pobres que fazem parte do cotidiano ministerial da Igreja, uma “representatividade”, quanto e como a Igreja tenha a comiserar uma reaproximação com carência material de seus fiéis, para se chegar ao conglomerado ideológico, a lograr sangrias de abertura de seus estamentos burocráticos visando uma aproximação dos famintos, físicos e mentais.

Serge Moscovici (1925 – 2014) alinha “a ideia de representatividade social, quanto a um “eu”, que atue e transforme seus aspectos e necessidades institucionais”, enquanto Ratzinger detém uma introspecção de provocar alterações, entre a antipatia e a simpatia, diante “as vestimentas angelicais da elite eclesiástica”, Francisco pode ser comparado quanto a um João XXIII (1881 – 1963), que ao mesmo tempo tem medo do papado, mas que detém o respeito pelos mais simples, e o orgulho de confabular com assuntos de simplicidade e complexidade, que se misturam tanto “decanatos” estatais como espirituais.

A coordenação, entre ambientes psicossociais externos e internos, feita pela direção de Meirelles, concilia que a humanização do Papa, é um esplendor para uma condição humana, que se distancie do orgulho de pertencimento a alguma sociabilidade grupal, como para elevação da individuação em questionar artimanhas de uma centralização quanto à secularidade de transmissão da tradição, que fique a princípios narrativa de base conciliadora , que não contenha uma apresentação de atitudes de praticidade concreta, esmorecendo um fanatismo e uma hipocrisia de cabidos doutrinários que estejam no fervor, de uma presença sincera entre os fiéis.

O silêncio e fragilidade da terceira idade incomodam uma juventude, que em sua psyché de egoísmo, pensa que já viveu e conheceu diferentes “eus”, no seu intimo, está alvejado a ficar cada vez mais longe de um céu, que não é, nem ideológico, ou inventado, e sim concentrado nas aberturas psicanalíticas, de uma sujeição do inconsciente de ambição, em função de um coração que seja cristão, com comoção.

A filosofia do sangue de Cristo bajula efemeridades de lutas incessantes entre a oração e adoração, não adianta conter um comunismo de seguir cartilhas de condutas adocicadas pela obediência cega, se não houver um pouco de “Judas Iscariotes”, a trair a métrica em favor de uma tréplica, que refaça sucessivamente o desenvolvimento e discernimento da “Palavra”, sem um claro avivamento evangelista, enveredando uma pujança de credo aos quais todas as proles de “Deus Pai Todo Poderoso”, fazem leituras praticamente idênticas da mesma crença, em comum, mas com livros e críticas que se equivalem entre si.

Como diria Jorge Luis Borges (1899 – 1960) “na biblioteca dos sonhos, o pesadelo se torna areia do tempo”, o pesadelo de renovação é Francisco, a areia do tempo é Bento XVI, trocando os enunciados, todos os sonhos passam por um tormento para se tornar uma realidade, mesmo contra sua vontade.

Dois Papas.

Filme de 2019, com 2 horas e 6 minutos de duração.
Direção: Fernando Meirelles
Elenco: Anthony Hopkins, Jonathan Pryce, Juan Minujin, Sidney Cole
Drama|Reino Unido – Itália – Argentina – Estados Unidos.

Sinopse: Buenos Aires, 2012. O cardeal argentino Jorge Bergoglio (Jonathan Pryce) está decidido a pedir sua aposentadoria, devido a divergências sobre a forma como o papa Bento XVI (Anthony Hopkins) tem conduzido a Igreja. Com a passagem já comprada para Roma, ele é surpreendido com o convite do próprio papa para visitá-lo. Ao chegar, eles iniciam uma longa conversa onde debatem não só os rumos do catolicismo, mas também afeições e peculiaridades da personalidade de cada um.