8 ou 80? Se está aqui, acha o velho safado 80, se fosse 8, nem se daria ao trabalho de pesquisar sobre uma obra em quadrinho dele.
É, não foi ele quem desenhou, foi o alemão Matthias Schultheiss. Mas o universo é todo do Bukowski.
Junte um pouco de autobiografia com coisas de sua imaginação e temos os contos: Dois bêbados, Kid Foguete no matadouro, Os assassinos, A puta de 135 quilos, Mamãe bunduda, Henry Beckett, N. York, 95 cents ao dia e Um trabalho em New Orleans.
Os contos são bem “Bukowskinianos”, desemprego, sexo, bebedeiras, roubos, assassinatos, apostas, dentre outras coisas de baixo nível.
Pra quem já lê Bukowski vai ser mais uma leitura prazerosa, porém, caso tu não conheça o escritor, pode se assustar com o tipo de linguajar utilizado pelo mesmo.
Agora que entra o grande ponto dessas histórias. Nós sempre imaginamos aquele universo todo que envolvia o escritor, Matthias conseguiu transportar isso para o papel.
A história hachurada em preto e branco traz todo asco que envolve aqueles cenários.
Tá! Tudo bem, achei que, em alguns pontos, as hachuras atrapalharam um pouco o visual de alguns personagens, mas não é nada que limite a experiência do leitor.
Talvez seja limitante para você, que pegou ou pegará um quadrinho pela primeira vez, aquele emaranhado de setas interligando algumas histórias.
Parece um caos, eu sei, eu sei. Mas com atenção logo entenderá o contexto.
Talvez você se frustre um pouquinho, esperando um Robert Crumb, mas lhe digo, apesar de não termos Crumb, que seria o cara dos sonhos para retratar as histórias do velho Buk, Matthias não manda mal.
Toda imundice e todos os delírios cotidianos estão lá, desenhados, hachurados, esperando que você bata o olho naquela capa que parece um terreno inóspito e fuja, ou não…
Não deixe de conferir.
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