O filme Tempo Despertar possui um caráter lúdico a esmiuçar, um caminho entre os limites de um tratamento medicinal – psicológico que possua entes filosóficos de características empíricas, mas que leve em conta também os cunhos para uma dialógica de relacionamentos científicos entre o que pode ser feito dentro de um contexto de enfermidades em relação do terapeuta e sua relação a seu paciente, e suas posteriores visões de mundo de fé em sua cura, em um diâmetro comportamental que seja baseado nas premissas científicas, quanto a manter um pé na realidade, sem perder a necessidade do seu rigor analítico.
Vejamos que não se trata exclusivamente em conter simetrias psicológicas e filosóficas, em formar um nicho de comunicação intelectual, que faça tanto do paciente como do seu médico, uma liberdade experiências de cuidados empíricos que venham a enforcar um método catártico que contenha uma ética de amadurecimento quanto ao jus teleológico de conhecer suas moléstias, como também fazer algo que seja um caminho propedêutico de levar a conscientização de uma escuta do paciente de maneira, a se colocar no lugar do próximo como uma forma de conter um singelo caminho de humanização franciscana, aspergida tanto pela inferência em levar a figura do próximo não somente como um antropo da doença, e sim qual o valor subjetivo e espiritual que esses atributos de cuidados paliativos, podem oferecer para sair de um modelo de atendimento biomédico, mesurando um conivente apelo, de fugir de conteúdos farmacológicos que venham a possuir uma lógica de exclusão.
Isso não deixa também de conter um princípio de submeter a um ponto de vista de John Locke, que produza uma educação quanto ao preenchimento de espaços mentais, contendo um nominalismo científico quanto a forma de ideias, de realizar um acompanhamento psiquiátrico que “preencha a mente em branco”, tanto do profissional que vai trabalhar com pessoas com problemas mentais, que venham a conter nos princípios de uma ciência da mente, o respeito pelo próximo, mas que também não fuja de levar a uma dialética comportamental, focada tanto ao rigor da pesquisa, como também a não fazer do paciente um certame de cobaia, em conter os princípios de um “Frankenstein Moderno”, causando a sensação de ser um morto – vivo, perante uma ciência que não considere a individuação, como um sentido semiológico tanto de amenizar o sofrimento do paciente, como também explanar, a solidariedade, como adereço de valorização da lapidação de tratamento terapêutico oferecido para pessoas, que venham a sofrerem com algum tipo de distorção ou transtorno da realidade.
Usando de elementos da escola psiquiátrica húngara perante as ponderações acerca “da fabricação da loucura” de Thomas Szasz, e Tempo de Despertar possui a arte de suplantar, uma comiseração de alerta para, outorgar uma filosofia social de respeito e compromisso pela vida, que esteja nas jactâncias em não unicamente conter seu papel clínico, mas sim de prognósticos ao favorecimento da propriocepção do observador defronte a metodologias que contenham um campo tanto de crescimento do “ser” e em como a fazer desse “ser”, detentor de sua própria história de vida, e que assim saia de um sentido de massificação da doença, chegando a estertores de respeitabilidade por seu de estado individual de vida psicossomática.
Se pensarmos dentro dos paradigmas a uma construção científica que não fique aos resquícios de promulgar uma ciência que faça cobaias entre as pessoas, o filme, eleva a prognósticos de submeter artimanhas filosóficas, para uma ontologia de esmiuçar a dor como um sentido, a fazer da doença uma caminho para a vida mais feliz, mas que ao mesmo tempo submete, a questionamentos de como seria o sentido de uma vida feliz, onde a dor pudesse ser controlada, e assim colocar para fora, todos os sentimentos de frustrações ao qual a psiquiatria e a psicologia não podem chegar, vindo a serem classificadas como detentora de todo o sentimento de uma arquitetura, em relacionar mente e corpo como um arcabouço de respostas para todos os dilemas que envolva a integridade física e mental do ser humano.
Dentro de um aspecto foucaultiano, a questão de a psicologia possa entrever os mais distantes arcabouços da mente humana, está o desejo de combater um modelo biomédico, que esquiva a uma “ética do cuidado” segundo as palavras de Winnicott, que esteja mitigado, a um esboço intelectual, aludindo um sentimento de que não basta unicamente ver o paciente como um caminho de fragmentar a humanização da saúde, e sim ter um olhar a promover atitudes holísticas, que assim possam acarretem um melhor papel de individuação do “ser”, em relação a sua condição de saúde.
De fato, os novos paradigmas da ciência ao longo do século XX, englobam um olhar filosófico quanta compreensão do doente, no que é referente a atitudes, de um ubérrimo afastamento entre o ideal, para promover ideologias que estejam voltadas para o bem, e que também esse bem contenha simetrias a uma educação pelo qual o profissional se insira em campo de atuação a uma condição maiêutica, de adentrar aos mais profícuos e profundos instrumentos para explanar polivalentes processos de como os problemas mentais, possam esconder uma vivacidade humana, que esteja escondida da maioria das pessoas, estando presas a um cunho de normas éticas, de uma sociedade civil, que fuja aos ditames dialéticos de uma interpretação e ação clara do que seja respeito a uma saúde mental que não seja discriminadora.
Dentro de um campo filosófico, a saúde mental representada pelo personagem de Robert de Niro, consegue procurar um sentimento de consciência para a loucura, que vista pelos olhos empíricos de uma ciência taxada entre o certo e o errado, elimina sua subjetividade, levando a uma gradativa criticidade quanto ao seu autoconhecimento em relação a uma integração entre um ambiente saudável, de tratamento que possa levar ao compêndio de olhares, visando um claro prognóstico humanista nas relações hospitalares, e que elas não fiquem, no torpor métrico institucional de replicar o que estamentos burocráticos, mas sim, elevar a questão de “mundos possíveis”, que utilizando das argumentações de Edgar Morin “quanto a reformulação do pensamento”, pelo qual o sentido da loucura necessita a uma estruturação a novos baluartes, em admitir, um sentimento de coadunar tanto o respeito pelo enfermo, mas que também não fique encarcerado, a um plantel de experimentação, sem promover uma cosmovisão, do que possa conter um caráter propedêutico de formação a novos, procedimentos de disseminação intelectual.
Dentro a um compromisso organicista, de princípios gramscianos, “Leonard Lowe”, é um exemplo de atribuir uma intelectualidade, que fuja da anormalidade do politicamente correto.
Nesse âmbito, o correto, pode conter uma instrumentação intelectual, de limitação da ação, mas essa ação precisa passar pelos clivos de um conhecimento, que fuja de jactâncias discriminadoras, que venham adorar, a promulgação de uma natureza humana, que esteja pressa ao “positivismo dominante”, onde tudo possa conter uma comprovação pela experiência científica, e que pondere a experiência de vida que cada “doente” carrega, descaracterizando uma linguagem de cuidado que atenda, a ditames de respeito pelo próximo.
Um próximo, que quedasse ao esquecimento em instituições psiquiátricas, restritas, por sabujos discriminatórios, de uma eugenia que priorize dentro de modelos históricos, uma “esquizofrenia moral”, segundo as palavras de Gilles Deleuze, valorizando a doença como extremo cultural, em conter um nicho político de promoção da subjetividade como arma ideológica no combate a preconceitos contra pessoas que necessitem de cuidados “especiais”.
Na questão de uma “saúde holística”, ocorre uma divisões metodológicas, quanto ao rigor de melhorias a condição biopsicossocial das pessoas, que considere preâmbulos, quanto à admissão de uma escuta da pessoa, e que também pelo qual ocorram personalismos, em um fluxo de maior de interação possível entre o profissional da saúde, e seu paciente que possa elevar o sentido de limitar entraves burocráticos que estejam nos batistérios de uma metafísica a capacitar, uma arregimentação em fazer uma saúde coletiva mais sapiente de atuação moral e intelectual.
Dados Técnicos.
Tempo de Despertar.
Filme de 1990, com 2 horas e 01 minuto de duração.
Direção: Penny Marshall
Elenco: Robert De Niro, Robin Williams, Penelope Ann Miller…
Drama – Biografia |EUA
Sinopse: Bronx, 1969. Malcolm Sayer (Robin Williams) é um neurologista que conseguiu emprego em um hospital psiquiátrico. Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão catatônicos, mas Sayer sente que eles estão só “adormecidos” e que se forem medicados da maneira certa poderão ser despertados. Assim pesquisa bem o assunto e chega à conclusão de que a L-DOPA, uma nova droga que já estava sendo usada para pacientes com o Mal de Parkinson, deve ser o medicamento ideal para este casos. No entanto, ao levar o assunto para o diretor, ele autoriza que apenas um paciente seja submetido ao tratamento. Imediatamente Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert De Niro), que há décadas estava “adormecido”. Gradualmente Lowe se recupera e isto encoraja Sayer em administrar L-DOPA nos outros pacientes, sob sua supervisão. Logo os pacientes mostram sinais de melhora e também mostram-se ansiosos em recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente, Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais.