O filme Os Doze Condenados, reúne um elenco consagrado de atores, como Lee Marvin, Charles Bronson, Ernest Borgnine, e Telly Savalas, em um filme que transpõem uma simples batalha pelo poder, dentro de um sádico pelotão de desajustados do exército norte-americano, angariados a conseguirem o perdão dos seus crimes ao aceitarem uma missão suicida durante a Segunda Guerra Mundial.
A questão da hierarquia de poder, dentro de uma imagem filosófica, eleva a complexidade da trama diante os desatinos do Major Heisman, personagem central, interpretado por Marvin, entre unir força, com a disciplina, perante seres humanos que perderam a vontade de viver, estando a mercê de um existencialismo cunhado na consagração através da morte, como um incentivo para auspiciar uma redenção de gloria perante seus crimes.
Uma psicologia, de atrelar, series de princípios de uma higiene mental, arrefecida por um estereótipo de comunicação, faz da estética de recepção dos Doze Condenados, uma mistura entre o entretenimento clássico dos filmes de ação, com elementos concatenados a unir, crítica histórica, como um alento a elevar uma condição humana, esgarçada nas métricas de proporcionar uma alternativa de questionamentos do “erro”, dentro de uma ética de caminhar a um personalismo de respeito pelo próximo, todavia apoiada na hierarquia de poder que constitui as forças armadas, como uma forma de disciplinar, tanto mente como o corpo.
Dentro dessas perspectivas, cada um dos militares, convocados para essa missão suicida possui no seu íntimo dramas pessoais, que se encontra em um espaço social, recheado de angústia, diante o eminente crescimento do Nazismo, e a severa concentração de escopos disciplinares a cumprirem normas diante de taciturnos, clivos de mentalidades dialéticas, organizadas a buscarem a liberdade e o respeito perdido por seus crimes.
Na contra mão disso, o diretor Audrich deixa impregnado um sentido de condenação da vida, em que a busca de reconhecimento e gloria já está consumado, a um cárcere de viver pelo reconhecimento e respeito que muitas vezes não chega, impondo conflitos psicanalíticos, que fazem da maldade, um traçado de provocar ao “outro” uma concepção de “ser”, comprometido com respeito, e uma humanização que venham a esmiuçar uma ética do cuidado, em combater a ferocidade do trauma da “condenação”, de não ter condenação, no individualismo de condutas adornadas pela solidão e fracasso da vida diária.
A ação, tanto das cenas de violências, como o frenesi psicológico, deixa Os Doze Condenados, no escopo arquitetar um lúdico caminho para diretrizes, a uma parcimônia de combater um senso-comum dos filmes de guerra, onde a violência só está estalada como violência, não havendo antropos de sínteses de morais e educacionais diante de seus conteúdos, evidenciando “crueldade institucionalizada”, ao qual a contemporaneidade se delicia com o sofrimento, em que o “bandido”, está no auge da sua narrativa, sendo um exemplo de uma historicidade moderna comprometida com um sabor de sangue em suas convivências diárias, agindo em pró de uma arte tecnicista e ao mesmo tempo, domiciliada na destruição de uma compaixão por diferentes tipologias do “homo sapiens”.
Uma neurose coletiva de maldade, caminhando para uma diversão em que o mal é um protagonista escondido na face de personagens atormentados, implorando por uma glorificação que nunca chega, deixa um prelado de um inconsciente coletivo nostálgico, em que combalidos seixos de uma comunicação, que floresça alternativas para a não realização da guerra, esteja cambiando no terreno da intolerância e da carência em desenvolver comprometimentos de adornos filosóficos, a valorizar convívio entre as pessoas.
Uma Psico-Higiene, do grupo, em que o poder seja somente um caminho de respeito pelo próximo, sem entrever a luta incessante de premissas, a construírem princípios de uma ontologia de prevaricar lapidações de pensamentos, a um anarquismo de vivências dentro de um mesmo espaço sociobiológico, faz de Os Doze Condenados um alarde a uma candura de motivações ao descobrimento e reavaliações acerca das misérias humanas, em julgar a si própria, sendo detentora da verdade, sendo que a própria verdade seria uma violência aos padrões de criticidade de uma civilização, regrada ao sabor da discórdia e da destruição.
A loucura em projetar flexibilidade diante a inflexibilidade da guerra, deixa essa película para o expectador atento, um sentido em que maléficos caminhares de prognósticos a humanizações de utensílios filosóficos em refazerem da arte, uma instrumentalização do que pode ou não vir a ser caracterizado como real, dentro de paradoxos estabelecidos de uma irracionalidade da inteligência, em prover recursos que façam frente aos horrores da Guerra, e também que busquem uma equidade de justiça que não se utilize, da própria maldade como forma de reabilitação para aqueles que ultrapassaram o limite, entre o certo e o errado, deixando uma dúvida, do que pode vir a ser considerado como certo e errado, defronte aos horrores dos campos de batalha.
Dados Técnicos.
Os Doze Condenados.
Filme de 1967, com 2 horas e 25 minutos de duração.
Direção: Robert Aldrich
Elenco: Lee Marvin, Ernest Borgnine, Charles Bronson…
Guerra |EUA, Reino Unido.
Sinopse: Durante a 2ª Guerra Mundial Reisman (Lee Marvin), um major americano, tem a missão de treinar 12 soldados, que estão sentenciados à morte ou com sentenças de no mínimo 20 anos. O objetivo do treinamento é uma missão quase suicida atrás das linhas inimigas, para destruir um QG nazista e provocar a maior destruição possível às vésperas do Dia D. Os sobreviventes serão perdoados e reintegrados.