Ele parou de tentar trazê-la de volta.
Ela só voltava quando bem entendia, em sonhos e mentiras e déjá-vus partidos.
Ah, meu amigo. Eleanor e Park é uma história incrível. Acabei de ler pela segunda vez. Por saber todo o desfecho, acabei me envolvendo mais com a história e cada frase me atacava profundamente. Por isso fui separando algumas para você.
Normalmente nesse momento eu falo: “Divirta-se”, mas não sei se isso é possível com Eleanor e Park.
Então…
“Ele parou de tentar trazê-la de volta.
Ela só voltava quando bem entendia, em sonhos e mentiras e déjà-vus partidos.
Por exemplo, quando ele estava dirigindo para o trabalho e viu uma garota com os cabelos vermelhos, em pé na esquina. E ele podia jurar, pelo menos por um momento ser ela.
Então, ele via que aquele cabelo era, na verdade, mais loiro do que ruivo.
(…)
Eleanor…
Em pé, às suas costas, até que ele virasse para trás. Deitada ao seu lado segundos antes de ele acordar. Fazendo com que todo o resto do mundo parecesse mais sombrio, mais superficial, e nunca bom o bastante.
Eleanor, acabando com tudo.
Eleanor, indo embora.
Ele parou de tentar trazê-la de volta.
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“Naquela manhã, quando Eleanor entrou no ônibus, teve a sensação de que ele estivesse esperando por ela. Ele estava lendo um gibi chamado Watchmen”.
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“Concordavam sobre tudo que era importante e discutiam sobre o restante. E isso era bom também, porque, quando discutiam, Eleanor sempre fazia Park morrer de rir”.
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“Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo”.
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“A sensação que a invadia quando estava sentada ao lado de Park no ônibus – aquela sensação de segurança, de que estava a solva naquele momento”.
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– Para de perguntar por quê – ela disse, nervosa. Não havia mais como conter as lágrimas – Você sempre pergunta isso. Por quê? Como se existisse resposta pra tudo. Nem todo mundo tem a sua vida, sabe, ou a sua família. Na sua vida, as coisas acontecem por um motivo. As pessoas fazem sentido. Mas a minha vida não é assim. Ninguém na minha família faz sentido…
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– Sinto sua falta, Eleanor. Quero ficar com você o tempo todo. Você é a garota mais inteligente que já conheci, a mais engraçada, e tudo que você faz me surpreende. E gostaria de poder dizer que esses são os motivos pelos quais gosto de você, porque isso me faria parecer um ser humano muito evoluído… Mas acho que tem mais a ver com seu cabelo ruivo e suas mãos macias… E com o fato de você ter cheirinho de bolo de aniversário.
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– Não gosto de você, Park – ela confirmou, num tom que, por um segundo, pareceu indicar que era sério mesmo. – Eu… – a voz dela quase desapareceu. – Eu acho que vivo por você. – Ele fechou os olhos e meteu o rosto no travesseiro. – Acho que nem respiro quando não estamos juntos – ela sussurrou. – O que significa que, quando te vejo na segunda de manhã, foram umas sessenta horas sem respirar. Deve ser por isso que sou tão ranzinza e desconto em você, e só o que faço quando estamos juntos é entrar em pânico. Porque cada segundo parece ser tão importante. E porque sou tão maluca, não me controlo. Não sou mais minha, sou sua; e se você resolver que não quer mais me ver? Como pode me querer como eu quero você?
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“Ela jamais poderia ser aceita na sala de estar de Park. Nunca se sentira aceita em lugar algum, exceto quando se deitava em sua cama e fingia ser outra pessoa.”
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– Se você gosta de mim – ela disse –, eu juro por Deus, nada mais importa.
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“Eleanor estava com doze anos, e não podia imaginar um cara magoando sua mãe mais do que o pai fizera.
Não sabia que existiam coisas piores do que o egoismo”.
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“Eu devia ter tido uma família como esta, pensava Eleanor. E poucas vezes se sentia uma traidora ao pensar assim”.
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– Eu quis dizer que… Eu quero ser a última pessoa que vai te beijar… Sei que soa mal, como uma ameça de morte ou algo assim. Quero dizer que você é a única. Não quero mais nada.
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“Eleanor jamais pensara em se suicidar – jamais -, mas pensava muito em parar. Correr até que não pudesse correr mais. Pular de uma altura tamanha que jamais alcançasse o chão”.
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“Se tudo desse certo naquela noite, ele voltaria sozinho no dia seguinte. Provavelmente, deixariam que ele fosse de carro aonde quisesse depois disso, mas não havia lugar a que quisesse ir sem Eleanor”.
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“Existia apenas um dele, pensou ela, e ele estava bem ali.
Ele sabe que vou gostar de uma canção antes mesmo de eu tê-la ouvido. Ele ri das minhas piadas antes mesmo que eu chegue ao final. Tem um lugar no peito dele, logo abaixo da garganta, que me faz querer deixá-lo abrir portas para mim.
Existe apenas um dele”.
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“Dentre todos os amigos dele, nenhum tinha pais que ainda estavam juntos, e, em todos esses casos, isso parecia ser justamente o que havia dado de mais errado nas vidas desses amigos.
Mas os pais de Park se amavam. Beijavam-se na boca, não importava quem estivesse por perto.
Era muito raro encontrar alguém assim, ele pensava. Alguém para amar para sempre; alguém que também o amaria para sempre. E o que fazer quando essa pessoa nasce meio mundo distante?”
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“Esse beijo teria que durar para sempre para Park.
Teria que levá-lo para casa.
Ele precisava se lembrar dele quando acordasse assustado no meio da noite”.
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“Na primeira vez em que ele pegou na mão dela, foi tão bom que todas as coisas ruins se afastaram. Essa sensação boa foi muito mais forte do que qualquer dor”.
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– Eleanor, não, a gente tem que parar.
– Não..
– A gente não pode fazer isso…
– Não. Não pare, Park.
– Nem sei como… Não tenho nada pra usar.
– Não importa.
– Mas não quero que você fique…
– Eu não ligo.
– Eu ligo, Eleanor…
– É nossa última chance.
– Não. Não, não posso… Eu, não… Preciso acreditar que não é nossa última chance… Eleanor? Tá me ouvindo? Preciso que você acredite também.
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– Não importa o que aconteça – disse Park -, eu te amo.
Ela abraçou a cintura dele, e ele lhe abraçou os ombros.
– Só não posso acreditar que a vida nos daria um ao outro pra tirar logo em seguida.
– Eu posso acreditar. A vida é uma droga.
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– Não estou pronto para não ter mais que me preocupar com você.
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– Então, vá – disse ele, com as mãos nas bochechas dela. – Mas não diga adeus. Não é um adeus.
Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.
– Que bobeira.
– Mesmo? Você não pode me dar trégua nem por cinco minutos?
– É isso que as pessoas dizem, não é um adeus, quando estão com medo demais de enfrentar o que realmente sentem. Não vou te ver amanhã, Park. Não se quando vou te ver de novo. Isso pede mais do que “não é um adeus”.
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“A gente acha que abraçar uma pessoa com força vai trazê-la mais para perto. Pensamos que, se a abraçarmos com muita força, vamos senti-la, incorporada em nós, quando estivermos longe”.
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“Em algumas manhãs, se Park chegava cedo à escola, permanecia sentado no carro, parado no estacionamento, e deixava o que restara de Eleanor jorrar sobre ele até ficar sem ar”.
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“A última edição de Watchmen saiu alguns meses depois que Eleanor se fora. Park ficou imaginando se ela a tinha lido, e se pensava que o Doutor Manhattan era vilão, e o que ela pensara quando ele disse “Nada nunca termina”, no final. Park ainda imaginava o que Eleanor pensava sobre todas as coisas”.
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“Cartas, cartões-postais, pacotes de papel amarelo passeavam por suas mãos. Nenhum deles aberto, nenhum deles lido.
Era ruim quando as cartas chegavam todos os dias. Foi ainda pior quando elas pararam de chegar.
Às vezes ela as colocava no carpete, como cartas de tarô, como barras de chocolate Wonka, imaginando se já seria tarde demais”.
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“Eleanor não foi ao baile de formatura com ele.
Cat foi.
Cat, do trabalho. Era magra e morena, e tinha olhos azuis e oblíquos feito balas de menta. Quando Park segurava a mão de Cat, era como dar as mãos a um manequim, e sentiu um grande alívio quando a beijou.
Adormeceu, na noite do baile, vestindo as calças do smoking e uma camiseta da Fugazi.
Acordou na manhã seguinte quando algo caiu em seu peito.
Abriu os olhos. O pai estava em pé, na frente dele.
– Correspondência – disse, quase gentilmente. Park levou a mão ao seu coração.
Eleanor não lhe escrevera uma carta.
Era um postal. “Saudações da Terra dos 10.000 Lagos”, dizia na frente. Park virou o cartão e reconheceu a letra rasurada dela. Seu coração foi inundado por letras de músicas. Ele sentou. Sorriu. Sentia como se um peso enorme tivesse sido retirado de seu peito.
Eleanor não lhe escrevera uma carta; era um postal.
Com apenas três palavras”.
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